O Socratis sinistrus é um cafalópode aparentado com o polvo (Octopus vulgaris).
Tal como o polvo, o Socratis sinistrus tem um corpo mole, sem coluna vertebral. Defende-se atirando tinta para os olhos das suas vítimas, e até dos seus predadores. Tem também a capacidade de autotomia dos seus tentáculos, que não é mais do que a possibilidade de se auto-mutilar, face a uma ameaça letal, desfazendo-se de um braço... ou mesmo de um(a) Perna. Tudo justifica a sua sobrevivência. Possui ainda uma invulgar capacidade de camuflagem, confundindo-se com a lama do lodaçal onde vive, mas sendo também capaz de se fazer passar, com invulgar naturalidade, por espécies animais muito mais evoluídas, como o Legitimus engenheirus.
O Socratis sinistrus é, acima de tudo, um predador temível. Ao contrário do polvo, o Socratis sinistrus não ataca apenas em legítima defesa. Ataca pela “calada” da lama onde vive e por onde se movimenta, invisível, imperceptível e silenciosamente. Não é um animal tímido e muito menos discreto. Vive na lama, mas é altivo, sobranceiro e até arrogante. Possui muito mais do que apenas oito tentáculos, e todos eles se distribuem à volta da sua boca, servindo para alimentar a sua insaciável fome de protagonismo e de opulência. São tentáculos de dimensões diversas: braços mais curtos, que servem apenas para manter acesas as luzes da ribalta, outros braços mais longos, de dimensões consideráveis, capazes de atingir Paris, Nova Iorque, ou qualquer paraíso fiscal, e ainda um(a) Perna, para o conduzir pelos caminhos obscuros do seu habitat, e que este cefalópode utiliza para o seu próprio serviço postal – um verdadeiro especialista em transporte de envelopes.
O Socratis sinistrus, ao contrário dos seus parentes cefalópodes mais vulgares e à semelhança de alguns quadrúpedes, come até rebentar, parecendo nunca saber quando deve parar de o fazer. Talvez o calor excessivo dos holofotes da ribalta lhe venha a parar a digestão, talvez lhe provoque apenas um golpe de calor. De um modo ou de outro, o que parece inquestionável, é que foram eles, os holofotes da ribalta, a razão primeira que hão-de levar este sinistro cefalópode à sua própria destruição.
Socratis sinistrus, uma destruição há muito anunciada...
José Rialto
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