Chegou a ser uma coroa de glória (igual à de Manuel Cajuda)...
No final da época de 2007/2008, um ano depois da sua eleição, a gestão de Emílio Macedo atingiu o seu auge, com a histórica qualificação para a Liga dos Campeões.
Durante esse primeiro ano de mandato, EMS conseguiu fazer o clube regressar à primeira divisão, e aí alcançar o terceiro lugar, culminando com o acesso à última pré-eliminatória da liga milionária. Nesse período, o voleibol foi campeão nacional, o basquetebol venceu a Taça de Portugal, o pólo aquático subiu à divisão principal e tivemos ainda vários títulos mundiais no kickboxing. Não sei qual foi o real papel de EMS em tudo isto, mas devemos reconhecer-lhe, no mínimo, o mérito de ter permitido que tal acontecesse.
A partir desta altura, ainda se fizeram (ou permitiu-se que acontecessem) coisas muito positivas, como a honrosa e inédita participação na Liga dos Campeões de voleibol, o título de vencedores da Taça de Portugal (também em voleibol), e ainda mais uma série de títulos nacionais, europeus e mundiais, no kickboxing.
Em tudo isto, deve ser reconhecido o respectivo mérito a EMS e à sua gestão.
Mas também foi neste último ano e meio, que EMS e a sua gestão entraram naquilo a que poderíamos chamar um ciclo negro da vida do nosso clube, em que prevaleceu a mentira, a falta de transparência e o laxismo na defesa da honra do clube e da sua massa associativa.
Tudo começou com uma impensável colagem ao Benfica, na ilusão que lhes foi vendida de assim garantir uma entrada directa na Liga dos Campeões, apostando no afastamento do FCPorto. Foi um enorme erro estratégico de EMS, que assim começou a comprometer a formação de um plantel suficientemente forte para enfrentar um adversário que quis a sorte que fosse até bastante acessível - o Basileia. A verdade é que o plantel era manifestamente mais fraco do que o da época anterior, o que acabou por comprometer a entrada na liga milionária. Por isso, o Vitória perdeu mais de cinco milhões de euros, montante que equivalia nessa altura a mais de metade do passivo do clube. Muitos são aqueles que responsabilizam o árbitro assistente do jogo de Basileia pela nossa eliminação, e é bem verdade que se não fosse esse roubo de catedral, o Vitória ter-se-ia apurado. Mas então os primeiros 175 minutos dessa eliminatória, não deveriam ter sido suficientes para a conseguir resolver, e não ficar à mercê das arbitrariedades do jogo e da desonestidade daquele "bandeirinha"? Ou será que simplesmente a equipa não era capaz de fazer melhor? Reduzir a responsabilidade desse fracasso apenas à equipa de arbitragem é querer branquear a falta de visão estratégica e a incompetência de EMS na planificação da época e na construção do plantel.
A preparação dessa eliminatória da Liga dos Campeões, exigia um forte investimento na formação do plantel. Esse investimento traria ao clube um retorno quase imediato, e EMS acobardou-se com um risco que só muito dificilmente algum dia voltará a ser tão pequeno. Na iminência de ganhar mais de cinco milhões de euros, EMS poderia ter investido com segurança quase esse mesmo valor. Se o tivesse feito, com certeza não teríamos ficado à mercê daquele "bendito" bandeirinha.
EMS não esteve à altura das exigências da Liga dos Campeões.
A verdade é que EMS não está à altura das exigências de um clube como o Vitória.
Mas voltando aos erros estratégicos do actual Presidente, então o que dizer do famoso protocolo com o Benfica?
E o que dizer das muitas promessas eleitorais que não se cumpriram (redução do passivo, construção de pavilhões, entre outras)?
E acerca da ruinosa estratégia na venda de jogadores?
E sobre a falta de visão na renovação de contratos com elementos fundamentais do plantel?
Mas, apesar de tudo, estes erros ainda são os menos graves.
Os mais graves têm a ver com a falta de honestidade que teve com os sócios.
Grave foi o facto de termos andado a ser enganados meses a fio com a valia do plantel e com as promessas de jogadores que deveriam ter chegado em Dezembro e que nunca chegaram. Foi exactamente nesta altura, que decidi que EMS jamais veria o meu voto, se por acaso tivesse a ousadia de se recandidatar. Para mim, como para muitos outros, EMS já estava "morto" e ainda não tinha dado por isso. Era esse o sentido do cartoon "Achmed, the dead terrorist", e não o de o considerar como um terrorista, como de resto chegou a ser comentado (enfim...).
Não é admissível que um Presidente engane quem o elegeu, e com quem é suposto ser honesto e verdadeiro.
Grave foi a passividade que mostrou na defesa da nossa honra (clube e adeptos), quando assistiu sem reacção digna desse nome, ao triste espectáculo com que o FCPorto nos recebeu (a nós e a ele próprio) no Estádio do Dragão.
Grave foi a falta de respeito que mostrou ter pelos sócios, pagantes e com lugar cativo, quando decidiu unilateralmente e sem dar satisfações a quem quer que seja, vender esses lugares aos adeptos do Benfica.
Este comportamento de EMS em relação à massa associativa, é absolutamente inaceitável, e não pode ser relevado por muitos que possam ter sido os seus méritos na fase inicial do mandato.
Se a coroa é de glória ou de espinhos?
Foi de glória, certamente, feita de estrelas brilhantes e reluzentes, talhadas em prata da Liga dos Campeões.
Mas EMS fez questão de virar cada uma dessas oito estrelas, uma após a outra, até que todas elas se pudessem enterrar bem fundo na sua cabeça, transformando essa coroa de glória naquilo que ela é hoje - uma verdadeira coroa de espinhos.
Para ele e para todos nós...
José Rialto
(artigo publicado no sítio da Associação Vitória Sempre e no Dom Afonso Henriques)
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