O jogo de Alvalade até nem começou nada bem.
O Sporting entrou a dominar a partida, com algumas ocasiões de golo falhadas, é certo, mas que ao contrário do que os jornaleiros do regime tanto alardearam, eram mais consequência das grandes intervenções de Nilson, do que propriamente do demérito dos jogadores leoninos.
E Nilson, ao invés do que esses jornaleiros parecem pensar (se é que pensam de todo), não é um poste nem uma trave, mas sim um jogador como qualquer outro dos restantes dez que compõem a nossa equipa.
E a incapacidade do Sporting em conseguir materializar o seu ascendente era tanta, que o árbitro assistente, desesperado, se viu obrigado a branquear um claríssimo fora-de-jogo, de forma a permitir a prossecução de uma jogada perigosa que haveria de culminar com o golo leonino.
Nelson Moniz, ao sacrificar-se por um bem maior (o do Sporting) deverá ter imaginado que estaria a fazer jus ao seu apelido, tornando-se num mártir como aconteceu há muitos séculos atrás com Martim Moniz (mas este numa atitude bem mais honrada).
E como se isso não bastasse, esse mesmo senhor que não conseguiu ver a mais do que evidente posição irregular do jogador sportinguista, e tão pouco o abalroamento de Evaldo a Nilson (que acabou com o guarda-redes vitoriano no fundo da baliza), já foi capaz de ver aquilo que não aconteceu, que foi considerar como golo uma bola que jamais ultrapassou a linha de baliza.
E isto é que é verdadeiramente espantoso.
É admissível, embora não seja desejável, que alguém não valide um golo numa jogada em que a bola entra na baliza, porque simplesmente poderá não o ter visto.
Ou seja, aconteceu, mas por algum motivo (seja por distracção ou por “distracção”) o árbitro assistente não o terá visto.
Outra coisa, igualmente indesejável, mas TOTALMENTE inadmissível, é que alguém afirme ter visto algo que nunca chegou a acontecer.
Ver a bola dentro da baliza, quando ela nunca lá esteve, não é uma perda fugaz de visão, mas antes uma alucinação.
E quem tem alucinações não deve arbitrar jogos de futebol.
Mas enfim, uma vez mais um dos estarolas era empurrado para a vitória.
Depois veio a segunda parte, onde o Vitória foi tomando conta do jogo, gradualmente.
A expulsão (incontestável) de Maniche não foi a causa da desgraça leonina, foi apenas uma razões que esteve na base do colapso de uma equipa que, à imagem do Vitória do final da época passada, embora por motivos diferentes, já se encontra órfã de uma liderança técnica capaz e competente.
O boné daquele a quem os sportinguistas pomposamente chamam “treinador”, já está tão enterrado nas suas orelhas, que o homem anda completamente perdido sem fazer a mais pálida ideia do que há-de fazer.
A sua saída de Alvalade está agora iminente e quando tal acontecer, cá estarei eu para rejubilar com a justiça que entretanto já muito vai tardando…
A estocada final foi dada com as substituições de Manuel Machado.
A entrada de João Alves e principalmente o regresso triunfal de Targino, proporcionaram aquilo que faltava para se consumar a reviravolta do jogo, e para repor, finalmente, a justiça no resultado.
Tiago Targino foi o nosso Justiceiro…
José Rialto
(cartoon publicado no Depois Falamos)
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