António Duarte é hoje em dia, um homem sobejamente mais conhecido do que aquilo que era há apenas alguns meses atrás.
A sua participação semanal no programa A Bola é Redonda, do Porto Canal, tirou-o do anonimato e tem-lhe vindo a dar a projecção mediática que ele nunca teve, e que provavelmente nunca pensou que um dia pudesse vir a ter.
Mas era inevitável que este facto, mais cedo ou mais tarde, acabasse por lhe vir a trazer alguns dissabores.
O estatuto alcançado por António Duarte, através desta “catapultage” do Porto Canal, transformou-o seguramente num dos alvos mais apetecidos do futebol português e quiçá europeu.
Terá sido provavelmente por isso que, nas mais recentes revelações trazidas a lume pela WikiLeaks, tenham surgido gravações de chamadas telefónicas entre António Duarte e um tal de António Salvador.
Curiosas, no mínimo...
(chamada nº 24.365, de António Salvador para António Duarte, 26 Dezembro 2009, duração de 2’43”)
António Salvador – Tou, António Duarte?
António Duarte – Sim, quem fala?
AS – É Salbador, o Presideunte, pá. Ó Duarte, tou preocupado. Num beijo jeitos de fazermos uma aumentage no nosso númbaro de sócios…
AD – Olhe, ainda bem que me fala disso. Este fim-de-semana também estive a pensar profundamente no problema, e lembrei-me de uma maneira de fazer um acrescente à nossa massa associativa…
AS – Ai sim? E intom?
AD – No Sporting Clube Braga temos de ser sérios e afrontar os problemas…
AS – Ó Duarte, num bais começar outra bez com essa taunga, pois nom? Num tás na Bola Reduonda…
AD – É pá, desculpe lá. É o hábito… Vamos lá a ver. Aqueles que se queriam inscrever voluntariamente, já são sócios há muito tempo, embora sejam poucos os que continuam a pagar as quotas. Ultimamente estávamos a angariar novos sócios nas escolas, sem custos para os miúdos, mas até esses já acabaram. Mesmo assim, não há maneira de passarmos dos dez ou doze mil… Foi então que pensei numa campanha com o nome de… O Conto do Vigário…
AS – Cuonto do Bigário? Mas assim as pessouas inda bom peunsar qu’isto é uma graunde bigarice…
AD – Não. Que disparate. Vai chamar-se assim porque, como nós aqui em Braga somos altamente religiosos, a campanha há-de ser muito mais eficaz se for feita com um Vigário. Com um padre, está a perceber?
AS – Ah, bom, assim tá beim!...
AD – A campanha vai ser feita portanto por uma pessoa altamente disfarçada de Vigário, à porta da sede, onde vamos montar uma máquina fotográfica, camuflada. Assim como nos apanhados, está a perceber?
AS – Tou a ber. E depois?
AD – Então, quando aparecer um gajo mais distraído, o Vigário conta-lhe uma história de solidariedade e tal, com pessoas altamente necessitadas, e saca-lhe o nome completo e a morada, com o pretexto de lhe poder mandar mais informações pelo correio…
AS – E as pessouas inda bom nessa cumbersa da solidariedade?
AD – Vão, porque o Vigário vai dizer-lhes que os necessitados são do Benfica, está a perceber? E não há bracarense que resista a isso, não é verdade?
AS – Beim, se forem de Bila Berde, inda é pior, num é? Ah, ah, ah…
AD – (E depois eu é que penso que estou n’A Bola é Redonda)… Bem, continuando… Enquanto que o Vigário conta o seu conto, a máquina que está altamente dissimulada tira uma fotografia ao desgraçado e pronto, já está!
AS – Já tá???
AD – Sim! O Vigário agradece, e procura outro gajo, está a perceber?
AS – Nom! Num tou a ber como é qu’essa abordage nos arraunja outro sócio…
AD – Olhe, é muito fácil! Vamos lá a ver… a partir daqui, fazemos um cartão de sócio com a foto e o nome do desgraçado, dá-se-lhe um número par…
AS – Um númbaro par? Intom a numeraçom num é seguida?
AD – Não! Não pode ser, porque senão nunca mais conseguíamos ultrapassar o Vitória de Guimarães… E se por acaso alguém vier a descobrir isso, nós dizemos que somos altamente supersticiosos com os números ímpares e tal… Sei lá, depois inventa-se qualquer coisa. Mas continuando… Depois, enviamos o cartão para a morada, informando o “novo sócio” de que tem toda a liberdade para recusar o cartão. Se não quiser ser sócio, só tem mesmo de nos avisar… agora tem é de ser por escrito, em papel azul de vinte e cinco linhas, com assinatura presencial reconhecida por três Cartórios Notariais diferentes, e enviado para a nossa sede, em carta registada e com aviso de recepção.
AS – Parece-me munto bem. Simples e munto prático… E quanto tempo les bamos dar pr’a maundar o papel?
AD – Depois de metermos o cartão no correio? 24 horas… Se não recebermos nada… é porque aceitam ser sócios. O que é que lhe parece a ideia?
AS – Munto bem! Cum 24h, ninguém se puode queixar de falta de teumpo, num é berdade? eh, eh, eh... Tá munto bem. Ande cum isso pr’á freunte…
(chamada nº 132.419, de António Duarte para António Salvador, 26 Outubro 2010 duração de 31")
António Duarte – Estou, Salvador?
António Salvador – Sim. Diga lá depressa que me tá a estrobar, ó Duarte…
AD – É só para dizer que está a ser um sucesso, o nosso Conto do Vigário…
AS – A sério? Intom, já chigamos aos 15 mil?...
AD – Mas quais 15 mil? Muito melhor do que isso. A coisa corre sobre rodas. 24.352! Já conseguimos ultrapassar o Vitória de Guimarães.
AS – Bocê é un’spectáculo! Bou já maundar pôr n’O Juogo d’amanhã.
AD – Ponha, ponha, que eu a seguir vou fazer um sucesso com essa capa do jornal, no programa A Bola é Redonda. E já agora, mande pôr 24.353, para disfarçar aquela coisa dos números pares, está a perceber?...
José Rialto
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