Domingo, 8 de Janeiro de 1978
O direito ao contraditório...

(este artigo foi publicado no dia 11 Julho 2011)

(advertência ao leitor: este texto, infelizmente, não tem carácter humorístico)

 

Este artigo que agora publico, foi a única forma que encontrei para exercer o meu direito ao contraditório em relação aos desenvolvimentos subsequentes à minha intervenção na Assembleia Geral da passada sexta-feira.

Lamentavelmente, nem a VitóriaTV nem a GuimarãesDigital tiveram o cuidado de me proporcionar esse direito, divulgando apenas a versão do Presidente do Vitória.

Reconheço, no entanto, que a GuimarãesDigital teve pelo menos a hombridade de ter descrito com rigor o conteúdo da minha intervenção, ao invés do que fez a VitóriaTV que distorceu por completo o sentido das minhas palavras.

 

Na peça da VitóriaTV, a jornalista afirma que “Emílio Macedo da Silva não perdoa as graves insinuações do associado Miguel Salazar que trouxe à reunião uma acusação de alegado favorecimento ao Benfica” e EMS queixava-se de não ter ficado “satisfeito com uma insinuação” que lhe tinha sido feita.

A verdade é que a peça que está publicada no sítio oficial do clube, através da VitóriaTV, deturpa o sentido das minhas palavras, uma vez que não inclui o trecho inicial em que eu peço ao Presidente do Vitória para comentar um episódio que me tinha sido contado e que, pela sua gravidade e para que eu não pudesse ser acusado de leviandade, tinha feito questão de confirmar junto de quem a ele assistiu.

A sua divulgação, no âmbito da Assembleia Geral e num ambiente reservado aos sócios do Vitória, foi feita após essa confirmação, e em circunstância alguma poderia ou deveria ser interpretada como uma acusação ou uma insinuação.

Ao apenas mostrar a parte da descrição do episódio, a VitóriaTV transmite a impressão errada de que se trata de uma acusação, quando apenas se trata de um relato.

 

Em relação à queixa de EMS de que eu o teria acusado de “alegado favorecimento ao Benfica”, em nenhuma parte da minha intervenção isso foi dito, explícita ou implicitamente.

Aquilo que eu relatei (não acusei), e comentei, foi uma palestra que se pretenderia motivadora, mas que funcionou exactamente de modo contrário, e que por isso mesmo nem o próprio Presidente do Benfica teria conseguido fazer melhor (se lhe tivesse sido dada a oportunidade).

 

Noutra parte das suas declarações, EMS queixa-se de que eu o “achingalhei”.

Não consigo compreender em que altura da minha intervenção ele o conseguiu assim entender, uma vez que em momento nenhum teci qualquer consideração sobre a sua pessoa.

 

Mais adiante, EMS ao dizer que eu “quis insinuar é que eu (ele) queria vender digamos esse jogo ao Benfica”, atribui às minhas palavras um sentido que só com muita imaginação se conseguiria descortinar.

Uma venda pressupõe a existência de um comprador e de um pagamento, e na verdade, em nenhuma altura eu falei de compradores ou vendedores de favores, e muito menos de pagamentos, sejam eles em dinheiro, bens materiais, favores ou.tráfico de influências.

Confesso que esta é uma das partes das suas declarações que mais me intriga.

 

Em relação à preocupação do Presidente do Vitória sobre a preservação da sua imagem, devo ainda dizer que foi ele próprio quem decidiu tornar pública a minha intervenção, ao prestar declarações fora do âmbito da Assembleia Geral.

Aquilo que eu disse, tive o cuidado de o dizer num espaço reservado aos sócios do Vitória, longe dos jornalistas, e que está destinado à discussão aberta de assuntos internos.

Se o fiz foi porque entendi que se tratava de um episódio grave, confirmado por várias testemunhas, e que não poderia deixar de partilhar com os meus consócios, em ambiente reservado e que para isso mesmo foi criado, não deixando de proporcionar a EMS o justo direito ao contraditório, que de resto ele exerceu a seu bel-prazer.

Por isso, ainda hoje tenho uma enorme dificuldade em compreender onde possa residir o erro da minha atitude.

 

Uma palavra final para a VitóriaTV, que com esta peça não presta um bom serviço ao jornalismo, ao distorcer o teor das minhas palavras, e ao não manifestar qualquer interesse em ouvir aquilo que eu poderia ter para dizer.

O direito ao contraditório é um direito que me assiste, enquanto cidadão e enquanto sócio do Vitória, e que não me foi proporcionado por uma televisão que é suposto servir o clube e os seus sócios, e não apenas a sua Direcção.

A dúvida que subsiste, e que considero ser legítima, é se o truncamento das imagens sobre a minha intervenção, terá sido feita ou não de forma intencional…

 

Miguel Salazar


Poderá ver aqui a notícia do Guimarães Digital (no vídeo, a partir dos 3'42").

E poderá ver aqui a peça realizada pela VitóriaTV.



publicado por Miguel Salazar às 00:02
"link" do artigo | o seu comentário | favorito

10 comentários:
De Beto28 a 11 de Julho de 2011 às 21:55
Força Miguel!

E boa intervenção. Este assuntos graves devem colocados...


De Miguel Salazar a 11 de Julho de 2011 às 22:53
Poderia ter publicado este episódio na blogosfera, se aquilo que pretendesse fosse apenas fazer alarde da situação.
Mas não, preferi aguardar pela AG porque considero que esse é o local mais apropriado para o efeito, e o único lugar estritamente reservado aos sócios.
Se não for para estas situações, para que servem então as AG?...


De E. P. a 11 de Julho de 2011 às 22:03
Caro Miguel salazar

A maneira como relata os factos foi interpretada pelo presidente do Vitória como acusando-o de tentar favorecer o Benfica.

Como provavelmente não era essa a sua (dele) intenção, daí se compreende a indignação manifestada por EMS.

EMS estaria a ser pressionado para pagar os salários e aquela foi a maneira que, dentro das suas possibilidades intelectuais, arranjou para aliviar a pressão

Cumps
E . P.


De Miguel Salazar a 11 de Julho de 2011 às 22:58
Pois, eu até admito que isso possa ser assim.
Mas a verdade é que quem assim se comporta, no que diz respeito ao episódio em si, não tem condições para ser Presidente de um clube como o nosso.
E foi apenas isso que eu pretendi transmitir aos sócios: que Emílio Macedo da Silva, com aquela atitude, demonstra à saciedade que não pode continuar à frente dos destinos do Vitória.
Tudo o resto são delírios persecutórios... ou consciências pesadas...


De luis cirilo a 12 de Julho de 2011 às 16:48
É u episódio lamentável.
Porque revela uma tentativa de coacção sobre um sócio que foi á AG colocar as questões no sitio certo.
Mas também revela a pouca tranquilidade que se vive na direcção do clube.
Ficamos também a saber a atenção que EMS dedica ás modalidades.
"Nunca fui aos balneários"(sic)!
Lamentável.
A todos os titulos.


De Miguel Salazar a 13 de Julho de 2011 às 20:00
A verdade é que eu nunca falei em "balneário".
Mas também se for para "motivar" assim... mais vale manter-se afastado.
É que aquilo é um cheiro a transpiração... enfim, coisas de quem dá o litro...


De Diogo Ferreira a 12 de Julho de 2011 às 18:48
Sinceramente, acho que o Sr. Miguel Salazar tem razão, EMS deveria de ter respondido algumas destas questões, o que infelizmente não o fez.
Por outro lado, tenho muitas dúvidas que EMS tenha de facto cometido este ENORME erro de que é acusado, não quero acreditar que tenha feito esta figura triste.


De Miguel Salazar a 13 de Julho de 2011 às 20:02
Pois olhe, Diogo, não é essa a opinião de quem assistiu ao episódio.
A primeira declaração que o confirma, já está publicada...


De Diogo Ferreira a 13 de Julho de 2011 às 23:00
O futuro dirá...espero eu.


De Miguel Salazar a 15 de Julho de 2011 às 09:48
Quem tem de dizer, não é o futuro, Diogo.
Somos nós.
Conhece a obra "À espera de Godot" ?...


Comentar artigo

procurar cartoons
procurar por nome/palavra
 
desenhos mais recentes

o "álb'oon" em destaque (...

Ilustres Vimaranenses (30...

Humor e Saúde (4) "PATRON...

Humor e Saúde (3) "PSICOT...

Humor e Saúde (2) "PRÓTES...

Humor e Saúde (1) "A ENDA...

ASSALTO AO ARRANHA-CÉUS (...

Vencedores Taça Portugal ...

NUNCA É BOM DIA PARA MORR...

ASSALTO AO ARRANHA-CÉUS (...

arquivo de desenhos
tudo sobre
tudo sobre
para explorar o blogue
acerca de nós