Domingo, 16 de Outubro de 2011
"Casting" para Águia Vitória...




Foi mais um sonho feliz que eu tive. Começava assim...

Era o primeiro dia de casting para substituir a águia Vitória. Luís Filipe Vieira entrevistava as aves candidatas no seu próprio gabinete.

Luís Filipe Vieira – Como é que vocè se chama, hum, hum?

Emílio Macedo da Silva – Emílio… Macedo da Silva respondeu, titubeante, de tão surpreendido que estava pelo facto de LFV não o ter reconhecido Então, não me está a reconhecer?

LFV – Não. Não estou a ver…

EMdS – O Milo, portanto, de Guimarães…

LFV – Ah sim, claro. Milú, o gaijo de Guimarães, o homem dos “protocóis”. Sabe que você, Hercílio, hum, hum, foi o único gaijo a quem eu consegui impingir aquele protocolo. E então o que é que lhe aconteceu, homem, hum, hum? Você está todo amassado, parece que lhe passou um camião por cima…

EMdS – É dos treinos. Voar é muito difícil, sabe? Efectivamente, eu atiro-me da muralha do castelo todos os dias, e o chão tem sido demasiado duro… portanto, para a minha técnica de aterragem, e principalmente para a minha cabeça…

LFV – Pois, não deve ser fácil planar com essas asas de madeira.

EMdS – Planar não consigo. Só faço portanto o voo picado. Agora mandei pôr uns colchões cá em baixo, para que nós estêjamos mais protegidos, e a coisa tem andado melhor. Agora, aqui na Catedral, se efectivamente o meu amigo…

LFV – “Amigo”? Eh pá, o gaijo está mesmo convencido que temos uma grande amizade – pensou o Presidente do Benfica.

E EMdS continuou…

EMdS – … mandasse esticar um cabo desde a cobertura do estádio até ao relvado, então eu poderia efectivamente descer de slide. Portanto, era mais seguro para mim, percebe? E sempre me safava, digamos, de mais uma porrada de nódoas negras…

LFV – Pois, pode-se pensar nisso… mas diga-me lá, Hermínio, hum, hum, porque é que você acha que pode ser a águia certa para o lugar certo?

EMdS – Então, porque efectivamente sou benfiquista desde pequenino, e portanto porque os meus amigos sempre disseram que o meu voar tem graça.

LFV – Muito bem. E que serviços relevantes é que o Lucílio, hum, hum, já prestou a esta grande instituição nacional que é o Benfica, hum, hum?

EMdS – Ora, eu sempre teve essa preocupação, digamos, na minha cabeça. Efectivamente, o que eu mais tenho feito desde que estou em Guimarães, é prestar portanto esses serviços relevantes ao Glorioso. Aliás, essa é portanto uma das razões porque me querem pôr de lá para fora.

LFV – E cartas de recomendação, tem, hum, hum?

EMdS – Isso é que já é pior. Tenho uma, do Sandinenses, mas é pequenina. Eu portanto também queria ter uma do Vitória, mas penso que efectivamente não ma vão dar. O que eu penso que efectivamente vou ter é, digamos, a marca duma bota nos fundilhos das minhas calças. Mas portanto penso que o meu passado fala efectivamente por mim: os protocóis, a oferta digamos de grandes promessas do Vitória ao Benfica, a compra de coxos, as portas do Castelo abertas para estagiários benfiquistas, portanto as vendas de lugares cativos no D.Afonso Henriques para os adeptos do Glorioso, e a vassalagem prestada à Gloriosa Nação Benfiquista. O que é que eu efectivamente poderia fazer mais?

LFV – Bem, lá isso é verdade, Emídio. Então, e se você fosse o escolhido, hum, hum, quando é que poderia começar?

EMdS – Da maneira que as coisas estão portanto lá por cima, penso que portanto poderei começar muito muito brevemente.

LFV – E quando vier, você vem sozinho, ó Lucídio?

EMdS – Não, não. Vou trazer portanto o meu amigo Baltar porque efectivamente já lhe prometeram o lugar de Governador do Banco de Portugal. O Baltar é um contabilista no qual percebe muito da problemática da gestão de passivos, e portanto agora é efectivamente muito pretendido. E depois, portanto, também vem o senhor Paulo Pereira, que parece que já tem quase assegurada a compra dos direitos de comercialização dos pasteis de Belém, das queijadas de Sintra e das tortas de Azeitão.

LFV – Muito bem. Ficamos então com este assunto da águia Vitória resolvido…

E era assim que, de uma penada apenas, não só nos tínhamos desembaraçado do nosso problema mais complicado, como também conseguíamos liquidar todas as contas que Milo & companhia ainda pudessem ter com o Benfica.

Ele há sonhos felizes, não há?...

 

José Rialto

 



publicado por Miguel Salazar às 19:00
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5 comentários:
De anónimo a 17 de Outubro de 2011 às 19:16
o texto tem piada, sim senhor. É uma caricatura, tal como o desenho, e tem piada.





De Miguel Salazar a 17 de Outubro de 2011 às 20:18
Estamos de acordo sobre a questão do exagero.
Se numa caricatura, são as feições que estão distorcidas, num cartoon são as situações, e num texto humorístico as adjectivações.
Em qualquer um dos três, tudo é exagerado e desproporcionado, porque a base de todos eles é a distorção.
E esta é a razão pela qual é necessária alguma inteligência para entender e relativizar essa distorção.
O sucesso destes tipos de humorismo depende da capacidade de se manterem as parecenças apesar de todas as distorções.
E quanto maior for a distorção mais difícil será de se manterem as parecenças.
Por isso o humorismo se torna num desafio tão interessante...


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