Domingo, 8 de Janeiro de 1978
A transparência turva da Direcção (2)…

(este artigo foi publicado no dia 3 Novembro 2011)

(advertência ao leitor: este texto, infelizmente,  não tem carácter humorístico)

 

A segunda curiosidade relacionada com a minha intervenção na última AG, tem a ver com a interpelação que aí fiz ao seu Presidente – Dr João Cardoso.

A respeito do meu direito ao contraditório, tinha-lhe solicitado por escrito que se dignasse publicar a minha versão dos acontecimentos.

Nunca recebi uma resposta a essa minha solicitação, mas o DrJC alegou que a tinha dado.

Fiquei na altura surpreendido com a rapidez com que o DrJC o fez, mostrando-me de imediato o documento que alegadamente provava que a resposta me tinha sido dada em tempo útil. Por certo tinha sido previamente alertado (pelo Dr João Martins) da minha intenção de fazer essa interpelação. Afinal, eu tinha estado a conversar com o DrJM, a esse respeito, apenas algumas horas antes.

E até aqui, tudo bem.

Menos bem esteve o DrJC, na altura em que a ele me dirigi para me desculpar por aquilo que no momento me pareceu ter sido um erro meu. A altivez com que recebeu o meu pedido de desculpa e a deselegância com que literalmente me despachou para a sua Secretária, dizendo-me que deveria ser com ela que deveria esclarecer quaisquer dúvidas que ainda tivesse, só pode mesmo justificar-se (se é que o pode ser de todo) pela tensão decorrente das 6 horas que durou a AG.

Confesso que nunca fiquei completamente convencido de que aquela mensagem realmente me tinha sido enviada. O hábito que sempre tive de verificar todas as mensagens que recebo, antes de as apagar, incluindo mesmo aquelas que entram directamente para a pasta de “spam”, faziam-me estranhar a situação. Mas a verdade é que eu vi a impressão da mensagem que alegadamente me tinha sido enviada, e tudo parecia indicar que, de alguma maneira, o erro deveria ter sido meu.

Essa mensagem foi-me mesmo reencaminhada num dos dias seguintes, e parecia confirmá-lo.

Parecia, até ao momento em que me lembrei de verificar a data da mensagem original…

 

 

Na 3ª linha, pode ver-se a sua data, que surge surpreendentemente num formato ("Date: Mon, 18 Jul 2011") que não é carne nem é peixe.

Eu explico..

Se tivesse o formato inglês, a data deveria vir “Date: Mon, July 18, 2011”, como se pode constatar no exemplo seguinte.

 

 

Se o formato fosse o português, então a data deveria vir “Data: 18 de Julho de 2011”, como também se pode constatar neste outro exemplo a seguir.

 

 

Mas a verdade é que no tal “mail” que alegadamente me foi enviado, mas que eu nunca recebi, a data da mensagem original vem num formato misto, anglo-português por assim dizer.

Curioso, não é?

Os mais desconfiados quase poderiam ser levados a pensar que alguém tivesse alterado aquela data (apesar de um pouco desajeitadamente), de modo a convencer os sócios de que efectivamente a mensagem tinha mesmo sido enviada em tempo útil.

E desconfiança por desconfiança, esses mesmos desconfiados quase também poderiam ser levados a pensar que a tal mensagem, que alegadamente tinha sido enviada e que eu nunca recebi, afinal nunca o tivesse sido efectivamente.

Quase poderiam ser levados a pensar assim... mas não eu. Eu não acredito nisso.

Não acredito que alguém com tamanha responsabilidade fosse capaz de falsificar a data de uma mensagem, e de simular o seu envio, apenas para poder dizer publicamente, e com toda aquela altivez, que o meu comentário não passava de um enorme disparate.

Eu não acredito.

E vocês, acreditam?...



publicado por Miguel Salazar às 00:13
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