Ilustres Vimaranenses (9) - Mumadona...
Foi por estes dias, há 159 anos atrás, que a Raínha Dona Maria II visitou a vila de Guimarães. Uma visita que deixou a Raínha de tal maneira deslumbrada que, mais tarde, escreveu assim sobre a nossa terra e a sua gente...
“Querendo eu também dar, aos habitantes de tão nobre povoação, um testemunho autêntico do distinto apreço em que tenho a sua honrada e habitual dedicação à cultura das artes e trabalhos úteis, por mim presenciados na ocasião da minha visita às províncias do norte: hei por bem elevar a Vila de Guimarães à categoria de Cidade com a denominação de Cidade de Guimarães, e me praz que nesta qualidade goze de todas as prerrogativas, liberdades e franquezas que direitamente lhe pertencerem.”
E foi assim que no mês seguinte a esta visita, a 22 de Junho de 1853, a Raínha Dona Maria II assinou a carta régia que mandava cumprir o decreto de elevação de Guimarães a cidade.
Para comemorar o aniversário da visita que tanto impressionou Dona Maria II, nada melhor do que publicar a caricatura daquela que foi a fundadora de Guimarães - a Condessa Mumadona Dias.
Mumadona Dias era filha do Conde Diogo Fernandes e da Condessa Onega Dulcides, bisneta de Vimara Peres e tia do Rei Ramiro II de Leão.
Esta galega governou o primeiro Condado Portucalense, inicialmente com o seu marido – o Conde Hermenigildo Gonçalves –, e sozinha, após a sua morte em 928.
Dos seus 6 filhos, foi a Gonçalo I Mendes que coube a honra de herdar o Condado das mãos de sua mãe.
Mumadona Dias foi a fundadora da vila de Guimarães, ao sediar na sua herdade de Vimaranes, um mosteiro em honra a Santa Maria.
Para defender o Mosteiro de Santa Maria dos ataques dos Normandos, a Condessa Mumadona ordenou então a construção de um castelo, à volta do qual foi crescendo a Vila de Cima (ou Vila do Castelo).
“laboravimus castellum quod vocitant sanetum mames in locum predictum alpe latito quod est super huius monasterio constructum et post defensaculo huius sancto cenobio concedimus cum fratribus et sororibus in ipso monasterio persistentibus…”
A referência é clara, e dá conta da necessidade de defender o mosteiro recém-edificado.
O castelo por sua vez erguia-se no local previsto – “alpe latito”, o Monte Latito.
Foi aqui que então se instalou a sede da corte dos Condes de Portucale.
Mumadona Dias morreu em 968, com 68 anos de idade…
Fernão Rinada
Fontes de pesquisa:
Nos 150 anos da elevação a cidade, em Memórias de Araduca
Mumadona Dias, na Wikipédia
Mumadona Dias, no sítio do Paço dos Duques de Bragança
Fotografia de estátua da Condessa Mumadona Dias (em Guimarães)
De anónimo a 7 de Maio de 2012 às 21:46
Curiosa ideia esta, de fazer a caricatura de alguém, cuja retrato ninguém conhece.
Mas a ideia é boa e a imagem ficou bonita, incluindo o pormenor da mensagem escrita na torre de menagem.
Bem ao nível do autor
Parabéns
Muito obrigado...
Na verdade, meu caro, outra hipótese eu não teria desde que quisesse mesmo homenagear a Condessa Mumadona.
Nestas circunstâncias, como noutras que se lhe hão-de seguir, tive de me basear numa estátua desta personagem, que obviamente é absolutamente fantasiosa.
Neste contexto, restava-me o tentar jogar com outro tipo de pormenores como o da inscrição da torre e o da decoração da coroa.
Ainda bem que gostou... :-)
De Anónimo a 22 de Setembro de 2019 às 11:17
Obrigado Sr. Miguel Salazar com a sua atitude, a história não fica omissa e agradeço lhe.
Sabia que existe descendência dessa Senhora nos dias de hoje ?
Cumprimentos,
Não fazia ideia.
E esses familiares vivem em Guimarães?
De Anónimo a 22 de Setembro de 2019 às 19:15
Não em Guimarães, já tiveram quintas em Braga, Celas de Coimbra e foram irmãos de Reis Portugueses, como estes por exemplo:
Phelipe II. que aquel Monarcha, y la Duquefa de
Bragança pretendian la Corona, dice: Demàs desto aspiravan tambien al Solio, y por mas gallardas razones, el Principe Ranucio de Parma, bijo de Maria,que fuè primogenita de Eduardo Duque de Guimarans. Y antes fe pufo de la mifma opinion Cesar Campana, pues escrive en la vida de Phelipe II. El Duque de Barcelos, bijo de Catalina, que era bija de Eduardo, bermano del Rey Henrique, pretendia por esto el Reyno, nofîn inclinacion grande de los PortugueJes, como tambien aspirava à èl, por mas gallardas razones, el Principe Ranucio de Parma, hijo de Maria que fuè primogenita del mismo Eduardo Duque de Vimara. Y en la Historia del Mundo añade
Edouard de Portugal qui espousa Isabeau fille de Iacques Duc de Bragance, de laquelle il eut un fils & deux filles,asçauoir Edouard de Portugal Duc de Vimarana Connestable de Portugal,mort sans hoirs. Marie de Portugal femme d'Alexandre Farnese Duc de Parme. Et Catherine de Portugal mariée à Iean de Portugal Duc de Bragance
La Royale Maison de Portugal issue de celle de France a. uU eft fius donné plusieurs Princesses du nom de Mar,e» qui se font rcment exfri- dues rccomandahles en ces deniers Jours. Entre autres cette mé en ïHt. illustre Princesse de Parme,qui estoit fille aisiiée d'Edouard flM^/tnd* Prince de Portugal, 6. fils du grand Roy Emanuél. Elle fut Tt»nctitrite nourrie & esteuée à la vertu& la pieté par fa mere Isabelle ^'mÌ!^ ^e P°rtugal Jacques de Portugal Duc de Bragance,. a» ch»p. i. auec son frère Edouard Duc de Vimarana, &Connestahlc x l"vi d i ^c ^ortuSa^ >& ^a ^ocur Caterine Duchesse de Braganccr 1. Editt/n." dont estissu Iean IV. à présent Roy de Portugal.
O meu 8 avô patterno chamava se de João Vimarae ou Vimara e de acordo com registos da Alemanha coloca esse Senhor como D. João V rei de Portugal, portanto Mumadona e Rei Leão tiveram Vimara como filho deste e possuo cartas em latim.
Cumprimentos,
De Anónimo a 23 de Setembro de 2019 às 13:52
Boa tarde, Miguel Salazar
Deixo aqui alguns registos em latim para não haver dúvidas e trago também registos em latim de Guimaranes, Porto e Braganza.
No seu nome tem uma inscrição Alboim é seu sobrenome ?
Vimara fuffe&us vita fimili,fiue cafu,fi- Regno Francorum vfq; in septimam generationem, & ^ E. ue proditione in flumine Minio periit.Vimarae
Venerabilibus, &discretis viris de Vimaranis, & Sarcti Leonardi de Atouguia Prioribus Bracharenlis, & UlixboToni. II. Ccccc ii neníis nensis dicccesis, Ulixbonensi, & Visensi Cantoribus, ac Michaeli Vivas Elborensis, & Alfonso Gunsalvi Lameceníis Canonicis Eccleílarum quibus
ln Dei nomine. Ego infante domno A[lfonso] Enriquiz. Placuit mihi per bona pace et per bona uoluntate quod faciam ad uos bonos homines de Vimaranes
Ecclesiam Sancti Joannis Baptistae, deinde secus pinaculum templi d tivum compiti Sancti Romani, atque per medium callis, inter domum Vermudi Didaci; & circumadjacentem aliam domum cujusdan Canonici Eronis ad domum Vimarae Gundemariz
Lucidus Vimarani. E, Vimara Froilani. Por. que Vimarano era nome proprio de homem,do qual foi chamado Illfus P. hum filho del Rei D. Affonfo I. de Leam: o qual nome também foi feruia de fobrenome, fegundo o confirmo, Lucidus Vímarani, quer dizer, Lucido filho de Vimarano." ! Vimara, tambem ê nome de houro deleza mem, e afsi Froilano. Vimara ;">'; Froilani, è o mefmo que Vimara filho de Froilano
Serenissimi Principis ac Domini, Ernesti Augusti, Ducis Saxoniae etc. conscripta et usui juventutis consecrata. Vimariae_Serenissimae Domus Ducum Saxoniae Vimariensium. Vimar. 1741. 4. 69
GuIMARANES, Latein. Vimario nicht weit von Braga, ist ein Herzogth - Ducado de Guimarães
Fridericus Rex Borusfiae Berolimi, Antonius Guntherus Princeps Schvvarzburgicus Arm/?adii olim, ex eoque nuper admodum Serefiiff. DN. FRIDERICVS, Dux Saxoniae, (quem Patrem Patriae clementisfimum,inque litteras elegantiores, quarum callentisfimusipfe eft,veneramur:)Gothae,tum,ex Saxomicis Numirfpeciatim Sereniff. DN. WlLHELMVS ERNESTVS, Dux Saxoniae Vimariae, ac GcnerofifH. Dn.Heinricus HildebrandusabEINSIEDEL, Duc.Sax. Confiliarius intimus, & Cancellarius Altenburgi
e se quiser mais eu arranjo, Vimarae ou Vimara ou Vimarano ou Vimariae ou Vimario
Eu sou uma pessoa igual ao Miguel, na republica somos todos iguais na monarquia a conversa é outra.
Cumprimentos,
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