(este artigo foi publicado no dia 29 Março 2012)
(advertência ao leitor: este texto não tem carácter humorístico)
Este sábado poderá muito bem ser o primeiro dia da construção de um Vitória maior, de um Vitória que concretize finalmente a eterna promessa que tem sido, há já quase 90 anos…
Mas para isso vamos ter de ser todos muito racionais.
Em primeiro lugar, temos de dar uma prova inequívoca da grandiosidade do nosso clube, ao acorrer massivamente às urnas.
Porque não é lícito que nos alheemos deste processo eleitoral.
Poderemos não estar de acordo com tudo aquilo que uma e outra lista diz e defende, mas a verdade é que não nos poderá ser indiferente que vençam uns ou outros, principalmente quando estão em causa dois projectos tão diferentes.
Eu, por exemplo, não concordo com tudo aquilo que defendem aqueles em quem eu vou votar, mas não me é indiferente quem vença estas eleições.
Porque a verdade é que se eu não fizer a minha escolha, alguém o fará por mim, seguramente.
Goste-se ou não se goste, no dia 31 serão eleitos aqueles que irão dirigir os nossos destinos nos próximos 3 anos, se eles existirem de todo, claro, porque também isso está em causa – a sobrevivência do nosso clube.
As dúvidas que se põem, no final, são duas…
- queremos ou não, participar nessa decisão?
- e o destino do nosso clube, continua a ser importante para nós (vós) ou passou a ser-nos (-vos) completamente indiferente?
E esta é a reflexão que julgo que todos nós devemos fazer, antes de equacionar sequer a hipótese de prescindir do direito que temos de escolher o nosso destino.
Eu não prescindo do meu direito de escolher !
"Quem escolher?" é que já é uma questão, esta sim, absolutamente discutível...
De um lado temos Manuel Pinto Brasil, alguém que se apresenta igual a si próprio, e igual àquilo que já era em 2010, com a agravante de agora se declarar incapaz de discutir o clube olhos nos olhos com o seu oponente, com a surrealista justificação de que não faria sentido discutir ideias antagónicas.
Para Pinto Brasil, parece ser muito mais "razoável" e interessante discutir-se… quando as ideias são iguais.
Será possível alguém acreditar que estes mesmo senhores da lista B, que agora temem o simples confronto de ideias entre pares, algum dia fossem capazes de enfrentar (e defender o nosso clube), nessa selva que é o nosso futebol, poderosos “lobbies” como são o dos jornalistas, o dos árbitros, e principalmente o dos “três estarolas”?
Será que realmente alguém acredita nisso?
E será que alguém se deixa embalar nesse canto de sereia que é o de Pinto Brasil, que conseguiu dar uma entrevista de mais de 40 minutos, sem dizer rigorosamente nada de palpável ou objectivo.
Apenas promessas de avales pessoais, e de milhões que hão-de aparecer… quando forem necessários.
Poucos dias antes da entrega das listas, Pinto Brasil ainda não tinha escolhido o seu homem forte para o futebol.
É bem verdade que até nem desgostei da entrevista de António Coelho à Rádio Santiago. Mas, apesar do evidente bom senso que demonstrou ter, deixou também ficar bem patente que o seu projecto está ainda muito verde.
E como poderia não estar, se teve tão pouco tempo para nele poder pensar?
Eu fui um apoiante da lista de Pinto Brasil nas eleições de 2010.
A verdade é que fui apoiante da sua lista, não “por ele”, mas sim “apesar dele”.
O perfil de Pinto Brasil está (como já estava naquela altura) muito longe daquele que eu acredito que deveria ser o de um Presidente do Vitória.
O que a sua lista de então tinha de bom, eram muitas das pessoas que agora vamos encontrar na lista de Júlio Mendes.
Não obstante se fazer acompanhar por alguns vitorianos muito respeitáveis, a lista de Manuel Pinto Brasil perdeu todos aqueles que me levaram a apoiá-la em Março de 2010.
Mas também é verdade que há algumas coisas na lista de Júlio Mendes que me continuam a causar um enorme desconforto.
O meu principal desconforto está relacionado com a ligação de Júlio Mendes à anterior Direcção. O facto de os seus “pecados” serem mais de omissão do que propriamente de acção, apenas atenuam um pouco esse desconforto.
Reconheço também que continuo a não me sentir nada confortável com a ligação de alguns dos outros candidatos da lista A à anterior Direcção.
Da lista de Pinto Brasil, de 2010, acompanharam Luís Cirilo três vitorianos de grande valia, como são os casos de Hugo Freitas, Cristina Carvalho e Daniel Rodrigues.
Lamento apenas o facto de Luís Alves não ter sido incluído neste grupo.
Sem pretender desconsiderar o actual candidato a Vice-Presidente para a Área Financeira pela lista A, julgo que, com a opção de não incluir Luís Alves, se perdeu alguém extremamente válido, que seria certamente um trunfo fundamental para as dificuldades que nos esperam nestes tempos mais próximos.
Não sou um particular entusiasta das SAD, mas o problema é que, neste momento, não temos outra alternativa razoável. Graças ao estado calamitoso em que Emílio Macedo da Silva e os seus pares deixaram as finanças do nosso clube, não existe agora outra opção válida para assegurar a necessária e premente injecção de capital.
Já não é mais uma questão de se ser a favor ou contra a criação da SAD.
É apenas e tão só a questão da sobrevivência do clube.
Haverá algum vitoriano que acredite que haja algum investidor que esteja na disposição de injectar milhões num clube se depois não tiver qualquer tipo de controlo na sua gestão?
A verdade é que, no momento actual, não há mesmo alternativa válida à SAD.
E há ainda uma outra verdade, embora esta seja apenas minha – não obstante todas estas minhas reservas, eu continuo a acreditar no projecto de Luís Cirilo.
E acredito no projecto porque, apesar de Luís Cirilo ter retirado a sua candidatura pessoal, esse projecto mantém-se intacto na lista de Júlio Mendes, como o próprio fez questão de lhe garantir em tempo próprio.
As intervenções de Luís Cirilo, ao longo destas duas últimas semanas, foram sempre muito cristalinas, respondendo a todas as questões e procurando esclarecer todas as dúvidas, falando daquilo que é essencial, nunca se refugiando em respostas populistas.
Sem fugas para a frente ou para trás, falou sempre com a clarividência de quem sabe aquilo que pretende para o Vitória.
Uma clarividência que lhe advém de 40 anos de vida associativa e de vários anos a pensar no modo como ele próprio se poderia constituir como a solução para o clube.
Eu tenho as minhas reservas, é verdade, não concordo com tudo, mas continuo a acreditar que Luís Cirilo será capaz de levar o nosso clube a patamares nunca antes alcançados.
Sou seu apoiante desde o início e continuarei a ser.
Conheço bem as suas ideias, conheço as suas convicções, conheço a sua paixão pelo Vitória e conheço essencialmente o seu carácter.
Não tenho quaisquer dúvidas que, com ele, a nossa nau será levada a bom porto.
É por tudo isto que, e não obstante algumas reservas que ainda tenho...
...eu votarei na lista A !
Miguel Salazar
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