Quinta-feira, 9 de Abril de 2020
Humor e Saúde (4) "PATRONO DO HOSPITAL MILITAR DO PORTO" (1862)

Dom Pedro V (1837-1861)
Rei de Portugal e dos Algarves (1853-1861)

 

A imagem pode conter: desenho

 

Nos 8 curtos anos que durou o seu reinado, Dom Pedro V atravessou duas epidemias – uma de cólera (de 1853 a 1856) e outra de febre tifóide (1856 e 57). Segundo rezam as crónicas, “durante esses anos o monarca, em vez de se refugiar, percorria os hospitais e demorava-se à cabeceira dos doentes”.
Outros tempos !...
A sua extrema preocupação pela Saúde Pública, levou-o a fundar uma série de hospitais e instituições de caridade, de onde se destaca o Hospital de Dona Estefânia (construído em homenagem à sua defunta mulher).
Dom Pedro V morreu muito jovem, com apenas 24 anos de idade, não tendo tido a oportunidade de ver o primeiro hospital militar construído de raíz – o Hospital Militar do Porto (1862) –, em cujo projecto tanto se tinha empenhado...

 

Publicações anteriores:
(1) João Cid dos Santos
(2) Abel Salazar
(3) António Lobo Antunes

 



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Quarta-feira, 8 de Abril de 2020
Humor e Saúde (3) "PSICOTERAPIA PARA UM DEPRIMIDO" (1979)

António Lobo Antunes (1942)
Médico Psiquiatra e Escritor

20200227 António Lobo Antunes.jpg

 

António Lobo Antunes formou-se em Medicina e especializou-se em Psiquiatria.
Participou na guerra colonial, e essa vivência serviu-lhe de inspiração para escrever os seus dois primeiros livros (“Memória de Elefante” e “Os Cus de Judas”).
Lobo Antunes abandonou a carreira médica para se dedicar à literatura, sendo autor de três dezenas de livros e tendo-lhe sido atribuído, em 2007, o Prémio Camões...

 

Publicações anteriores:
(1) João Cid dos Santos
(2) Abel Salazar

 



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Segunda-feira, 6 de Abril de 2020
Humor e Saúde (2) "PRÓTESE ARTÍSTICA" (1935)

Abel Salazar (1889-1946)
Médico e Artista Plástico

20200402 Abel Salazar.jpg

 

Abel Salazar nasceu em Guimarães e formou-se em Medicina. Notabilizou-se na área da Histologia, com a invenção do “método de coloração tano-férrico de Salazar”, ainda usado nos dias de hoje.
Abel Salazar também se notabilizou na escrita e nas artes plásticas, nas disciplinas de desenho (retratos, caricaturas), pintura (óleo, aguarela, gravura), cobres martelados e ainda... na escultura...

 

Publicação anterior:
(1) João Cid dos Santos

 



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Domingo, 5 de Abril de 2020
Humor e Saúde (1) "A ENDARTERECTOMIA" (1946)

João Cid dos Santos (1907-1975)
Médico Cirurgião

20200404 João Cid dos Santos.jpg

 
Cid dos Santos foi o primeiro cirurgião a executar esta técnica cirúrgica, em 1946, que ainda hoje se mantém perfeitamente actual, nomeadamente no tratamento da doença carotídea obstrutiva.

Antes disso porém, em 1933, Cid dos Santos já tinha sido responsável pela aplicação da técnica angiográfica (inventada por Egas Moniz) ao estudo das veias - a flebografia...

 



publicado por Miguel Salazar às 12:45
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Domingo, 3 de Julho de 2016
Um furacão chamado Rui, na Cidade Maravilhosa...

 

20160630 Rui Bragança.png

 

Rui Pedro Rebelo Bragança nasceu em Guimarães, no dia 26 de Dezembro de 1991. Iniciou-se no desporto com uma passagem muito fugaz pelo karaté. Tinha apenas seis anos, quando se mudou para a natação, onde chegou mesmo a entrar para a equipa de competição. Uma inconveniente alergia ao cloro obrigou-o a tentar outros caminhos, regressando aos desportos de combate. Foi assim que o Rui chegou ao taekwondo, tinha ainda 13 anos de idade. Iniciou-se no Koryo de Guimarães, afirmou-se nacional e internacionalmente no ABC de Braga, e em finais de 2014 transferiu-se para o Vitória (o clube do seu coração), onde ainda permanece.

Participou nos Campeonatos Universitários em representação da Universidade do Minho, e já integrou a Selecção Nacional em inúmeras ocasiões.

Rui Pedro Bragança já foi sete vezes Campeão Nacional (2008, 2009 e de 2011 a 2015), sendo portanto penta-Campeão Nacional. Já foi 2 vezes vencedor da Taça de Portugal (2010 e 2012), 2 vezes Campeão Nacional Universitário (2010, 2012 e 2015), tri-Campeão Nacional sub-21 (2009 a 2011) e bi-Campeão Nacional júnior (2007 e 2008).

A nível internacional, foi 2 vezes Campeão Europeu (Baku'2014 e Montreux'2016), Campeão Europeu de Pesos Olímpicos (Nalchik'2015), Vice-Campeão Mundial (Gyeongju'2011), medalha de ouro nos Jogos Europeus (Baku'2015) e no Campeonato da Europa Universitário de 2011, medalha de prata no Campeonato da Europa Universitário (2009 e 2015), medalha de ouro nos Jogos da Lusofonia (Índia'2014) e medalha de bronze no Campeonato da Europa de juniores (2007). Em termos de Opens, venceu os de Portugal (2011), Israel (2010, 2013 e 2014), Suécia (2010), Sérvia (2011 e 2012), Holanda (2011 e 2014), Polónia (2012 e 2015), Suíça (2012), França (2013), Croácia (2014), Áustria (2014), Canadá (2016) e o Grand Prix da Turquia (2015).

Actualmente é o nº 2 do ranking Mundial na sua categoria (<58kg), e o nº 3 do ranking Olímpico.

Rui Bragança foi Embaixador da Cidade Europeia do Desporto, Guimarães’2013.

Em Agosto de 2016, Rui Bragança estará presente nas Olimpíadas do Rio de Janeiro, passando a ser o primeiro atleta Vitoriano a marcar presença numa edição dos Jogos Olímpicos.

Rui Bragança foi merecedor de uma homenagem pública, que teve lugar na 7ª Gala do Desporto de Guimarães.

 

Fernão Rinada

 

20160703 Rui Bragança.jpg 

(caricatura oferecida ao atleta na 7ª Gala do Desporto, Guimarães'2016)



publicado por Miguel Salazar às 20:17
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Sexta-feira, 24 de Junho de 2016
Dr Novais de Carvalho...

 

20160620 Novais de Carvalho.jpg

 

José Novais de Carvalho foi durante muitos anos o responsável máximo pelo Departamento Médico do Vitória. Mais tarde viria a ser também médico do Boavista.

É o Director do CMAD (Centro de Medicina Desportiva de Guimarães).

Foi Juíz da Irmandade de S. Torcato durante dezenas de anos.

Novais de Carvalho viu hoje os seus méritos serem reconhecidos pela Câmara Municipal de Guimarães, que lhe outorgou a Medalha de Ouro de Mérito Social...



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Domingo, 3 de Novembro de 2013
Ilustres Vimaranenses (20) - José de Meyra…

 

 

 

 

 

 

 

“Era José de Meyra filho de um distinto médico vimaranense, o Dr. Joaquim de Meira. (…)

José revelara desde muito jovem, quando ainda aluno do liceu, marcada tendência para o desenho, chegando mais tarde a colaborar em vários periódicos, como na Nova Silva (1907) e n’ A Farsa (1909-10). Nascido em 1 de Novembro de 1887, faleceu em 30 de Outubro de 1911, apenas com 24 anos. Frequentava então o 3.º ano do curso de Medicina na Universidade de Coimbra, e só durante as férias o víamos por Guimarães. Era um rapaz de baixa estatura e ombros largos, muito aprumado, trajando correctamente, como um verdadeiro dandy, cara impecàvelmente escanhoada, um sorriso irónico a aflorar-lhe sempre aos lábios, feições expressivas e monoclo que atrevidamente assestava, tinha sempre um comentário espirituoso a fazer, uma anedota a contar, uma chalaça a propósito.

Com 18 anos de idade reunia já, num volumoso álbum, uma interessantíssima colecção de caricaturas de que era autor, retratando uma série de pessoas bem conhecidas no meio vimaranense: - artistas, fidalgos, capitalistas, médicos, jornalistas, militares, polícias, professores, clérigos, juristas, mercadores, letrados, estudantes, etc., em suma, aqueles indivíduos, de configuração e aspecto mais ou menos caricaturáveis, com quem diàriamente nos cruzávamos nas ruas da cidade, a passearem despreocupadamente, ou indo à sua vida de trabalho, atendendo fregueses ao balcão das suas casas de comércio, predicando nas igrejas ou ensinando nas aulas do local, cavaqueando à mesa dos cafés ou reunidos nas tertúlias da Tabacaria Havaneza, da Farmácia do Rodrigo Dias, da Relojoaria do Jácome, ou da loja do João Gualdino.

Essa curiosa e alegre colectânea de retratos caricaturais de figuras provincianas fizera sucesso, andava então na boca de toda a gente e todos manifestavam vivo interesse e curiosidade em a ver e apreciar, para estímulo de gargalhadas de bom humor; mas poucos a conheciam, porque o Meyra apenas mostrava o seu Álbum das Glórias aos amigos, ou a pessoas compreensivas e de certa cultura, que não se escandalizassem ao depararem com a imagem da sua vera efígie mais ou menos deformada, còmicamente exagerada nas suas linhas e características fisionómicas pelo lápis irónico e as aguarelas do irreverente caricaturista.

As imagens contidas no famoso álbum eram, na sua maior parte, comentadas e ilustradas com versos a propósito, ali lançados pelo irmão do artista, historiador, escritor e poeta Dr. João de Meira, homem de invulgaríssimo talento. (…)

Falecido o autor da interessante colectânea de desenhos humorísticos representando figuras populares de Guimarães, e morto igualmente o poeta seu colaborador, entrou na posse do curioso Álbum das Glórias o único irmão que restava vivo, o Dr. Gonçalo Meira. Finalmente, pelo falecimento recente deste último, em 13 de Abril de 1967, os seus descendentes tomaram a benemérita resolução de oferecer o valioso álbum de caricatura e poesia à Biblioteca da Sociedade Martins Sarmento, o qual deu entrada na Secção de Reservados nesse mesmo ano.”

 

Mário Cardozo

 

Fontes de pesquisa:

O caricaturista vimaranense José de Meyra (1887-1911)

Na Rua (compilação de caricaturas)



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Terça-feira, 22 de Outubro de 2013
Ilustres Vimaranenses (19) - Joaquim de Meira…

 

 

 

 

 

 

"O Dr Joaquim é uma organização completa e harmónica, psíquica e fisicamente forte: honra Guimarães como honraria terra bem maior se nela tivesse nascido."

Cónego Moreira

 

 

 

Joaquim José de Meira nasceu em Guimarães no dia 19 de Março de 1858.

Licenciou-se em Medicina e foi um Cirurgião de reconhecido mérito.

Foi um destacado vulto da política local, tendo sido Procurador à Junta Distrital de Braga e Presidente do Município de Guimarães. Fez parte do grupo dos entusiastas na célebre questão política de 1885, entre Guimarães e Braga (ler aqui o que foi o Conflito Brácaro-Vimaranense).

Orador e escritor, Joaquim de Meira escreveu, com Alberto Sampaio, o Relatório da Exposição Industrial de Guimarães, de 1884. Exerceu o cargo de Director da Escola Industrial Francisco de Holanda e serviu várias vezes a Sociedade Martins Sarmento, como Presidente da Direcção, tornando-se posteriormente seu Sócio-Honorário.

Joaquim de Meira foi pai do Prof João de Meira (médico e escritor) e do caricaturista José de Meyra (que morreu prematuramente, aos 24 anos, quando também ele se licenciava em Medicina). José de Meyra foi, juntamente com João de Meira, autor de uma curiosíssima colecção de caricaturas e textos humorísticos sobre figuras típicas de Guimarães, que fazem parte do espólio da Sociedade Martins Sarmento.

Joaquim de Meira morreu no dia 25 de Junho de 1931.

A cidade imortalizou o seu nome ao dá-lo à rua que vai da Avenida General Humberto Delgado à Rua Dona Teresa, junto à Colina Sagrada.

No dia seguinte ao da sua morte, o Cónego Moreira escreveu assim a seu respeito...

 

"Médico, tem, na sua terra larga clínica, consideração e estima, que lhe consagram os colegas a prova do seu grande valor. Político, nunca virou de bordo nem jamais se pôs à capa quando é necessário ir avante. E é tanta a confiança que nela deposita toda a família da nau que, vendo-o ao temão nunca receou submergir-se em desonroso naufrágio. Presidindo à Câmara ou interferindo na Administração Concelhia aliou sempre a uma honestidade inconcusa o maior respeito pelo interesse geral, direitos e liberdade de todos. Fala? A frase corre-lhe fácil e só vai até onde ele quer, sem entusiasmo impróprio do temperamento que possui, sem rasgos de imaginação que se não irmanam com feitios tão positivos. Escreve? É sóbria a linguagem, mas clara e incisiva, de períodos perfeitos, ideias sãs, dedução segura. O Dr Joaquim é uma organização completa e harmónica, psíquica e fisicamente forte: honra Guimarães como honraria terra bem maior se nela tivesse nascido."

 

Fernão Rinada

 

Fontes de pesquisa: 

Toponímia de Guimarães – Rua Dr Joaquim de Meira

Retrato a óleo, de Abel Cardoso



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Quinta-feira, 10 de Outubro de 2013
Ilustres Vimaranenses (18) - João de Meira…

 

"João de Meira (1881-1913) nasceu em Guimarães a 31 de Julho de 1881. Era filho de Joaquim José de Meira e de D. Adelaide Monteiro de Meira. O seu pai era um prestigiado médico e cirurgião, que se destacou pela sua intervenção cívica na política e na cultura locais. Seguiria as pisadas do progenitor, concluindo o curso de medicina no Porto, em 1907, com uma tese intitulada O concelho de Guimarães (Estudo de demografia e nosografia). Em 1908, concorreu a professor substituto na Escola Médico-Cirúrgica do Porto, onde se formara, com um trabalho sobre O Parto Cesáreo. Dedicar-se-ia à docência naquela escola até à sua morte prematura, em 25 de Setembro de 1913. Ocupou a cátedra do seu mestre Maximiano de Lemos.
João de Meira cresceu numa cidade que fervilhava de uma intensa actividade intelectual, circunstância que marcou profundamente o seu espírito curioso e inquieto. Pela mão de seu pai, conviveu com figuras cujo prestígio ultrapassava largamente as fronteiras de Guimarães, como Francisco Martins Sarmento, Alberto Sampaio ou o Abade de Tagilde. Desde muito jovem se manifestou nele uma forte inclinação para as letras, tendo publicado os seus primeiros escritos aos 17 anos em A Parvónia, periódico de curta existência que fundou com um amigo. Na altura, a pena inclinava-se-lhe para a poesia, onde eram visíveis influências de Antero de Quental. Dois anos depois, publicou na revista A Memória, sob o pseudónimo de Homo, uma série de textos que deixavam antever um escritor de largos recursos, e que, segundo um biógrafo, já revelavam Meira como “um escritor da raça de Camilo”.
João de Meira também cumpriu o destino que, ao tempo, estava traçado para qualquer vimaranense com inclinação para as letras: dedicou-se aos estudos históricos e fez-se um historiador de inegáveis méritos. Os seus escritos sobre assuntos históricos ainda hoje permanecem como referências incontornáveis para qualquer pesquisa da história local de Guimarães, onde o seu espírito inconformista e irreverente também deixou marcas indeléveis, ao questionar verdades históricas que então se tinham por incontestáveis. Se a morte o não tivesse levado tão cedo, teria sido ele o continuador do Abade de Tagilde na organização dos Vimaranis Monumenta Historica.
Mas há um outro João de Meira em João de Meira. Ao lado do académico, senhor de uma escrita contida e rigorosa, perfila-se o autor irónico e dúctil, dotado de um fino sentido de humor e senhor de uma capacidade de escrita incomum, de que se serve para a imitação dos estilos de inúmeros escritores, habilidade que esteve na origem de alguns equívocos memoráveis. São da sua autoria imitações de autores como Gil Vicente, Sá de Miranda, Herculano, Eça, Antero ou Cesário Verde que ficaram célebres. Alguns dos seus pastiches chegaram a ser publicados como obras autênticas por jornais de dimensão nacional. Este talento de Meira não deixava de causar perplexidade em quem conhecia o sóbrio professor da Escola Médico-Cirúrgica. Assim aconteceu com aquele que lhe sucedeu na cátedra, Luís de Pina, que, um dia, escreveu:
 
“É difícil, mesmo, conceber como no mesmo indivíduo se emparceirava tão fecunda e feraz imaginação e tão veemente severidade, com rigor extremo na investigação e exposição da Verdade em História. O irreal e o real conexos: aquele, expresso em obras de fantasia, como havemos de lembrar; este, em outras de profunda reflexão e louvável sentido e desígnio, a desvelar erros incoerentes ou insuficiências, em puro revisionismo histórico.”
 
Ficou célebre a série de textos que, em 1911, João de Meira dedicou ao Professor Maximiano de Lemos, num jantar que comemorava a sua jubilação do ensino da medicina, que, anos mais tarde, seria recordado por um dos que nele participaram, Cândido de Pinho:
 
“No intervalo de cada um dos pratos João de Meira levantava-se, simples, recolhido e solene, e, chegando junto de Maximiano recitava-lhe um texto, composto no estilo dos nossos literatos mais notáveis desde o XII século até agora, alusivo à sua jubilação. A linguagem, o pensamento, a estrutura da frase, a própria feição crítica ou dialéctica do autor, achavam-se reproduzidas com uma exactidão inexcedível. Ninguém diria que não estava ouvindo um trecho impressivo dum dos nossos mais considerados literatos, prosadores e poetas. Assim foram desfilando naquele cortejo apoteótico e comemorativo o rei D. Dinis, Fernão Lopes, Cristóvão Falcão, Luís de Camões, Diogo Bernardes, Padre António Vieira, Fialho de Almeida, Eça de Queiroz, António Nobre, Xavier de Novais e outros até concluir por uma engraçada facécia, estilo Conan Doyle, intitulada Sherlock Holmes no Porto. Era uma verdadeira balada heróica, fazendo lembrar a balada dos mortos, de Huland.”
 
Foi nesse jantar que João de Meira introduziu uma narrativa breve com o título Sherlock Holmes no Porto, escrita à maneira de Conan Doyle.
(...)
A este texto, assinado por Conan Doyle, seguir-se-iam os dois contos que João de Meira, já então professor da Faculdade de Medicina e Director da Morgue do Porto, assinou com uma pequena derivação do nome verdadeiro do autor das aventuras do detective de Backer Street (Donan Coyle). Vieram a lume em 1912 no primeiro volume da revista Mundo Ilustrado, que então se publicou no Porto e são pioneiros, em Portugal, no seu género da literatura policial. São esses contos, com os títulos “O Cadáver que se evade” e “O Truc de Mr. Raymond”, que se publicam neste volume. À altura, foram entendidos como o prenúncio de uma obra singular.
Uma obra que não chegaria a ser escrita, já que a morte não tardou a levar João de Meira, em 1913, quando mal completara 32 anos de idade."
 
António Amaro das Neves
(Posfácio, in João de Meira, Sherlock Holmes no Porto)
(Sociedade Martins Sarmento, Guimarães, 2009)
 
Notas complementares de Fernão Rinada:
João Monteiro de Meira (o seu nome completo) era irmão de José de Meyra, que também morreu precocemente (com apenas 24 anos), quando ainda se encontrava a fazer a sua licenciatura em Medicina. Os dois irmãos foram os autores de um álbum intitulado "Na Rua", uma espécie de Álbum das Glórias (de Raphael Bordallo Pinheiro), com caricaturas e textos humorísticos sobre 64 figuras típicas vimaranenses da época. Mais abaixo poderá encontrar uma hiperligação para um artigo de António Amaro das Neves sobre esta obra - "O que estais a resmungar?").
O nome de João de Meira foi atribuído à Escola Preparatória que hoje se localiza junto ao Parque da Cidade, e que antes se localizara no Convento de Santa Clara (actuais instalações da Câmara Municipal). Ficou também imortalizado na toponímia vimaranense (tem o seu nome a rua que liga a Avenida Conde de Margaride à Praça Heróis da Fundação).
Foi também atribuído o seu nome a uma das salas do Museu da História da Medicina, da Faculdade de Medicina do Porto. A Sala João de Meira lembra a vida docente e estudantil da Escola Médica do Porto.
 
Fontes de pesquisa:
1913 - Centenário da morte de João de Meira - 2013
João de Meira, por Eduardo de Almeida
O que estais a resmungar?
Museu da História da Medicina "Maximiano de Lemos"


publicado por Miguel Salazar às 20:12
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Sábado, 19 de Maio de 2012
Ilustres Vimaranenses (10) - Abel Salazar…

 

 

   

 

“O médico que só sabe de Medicina, nem de Medicina sabe”

Abel Salazar

 

Abel de Lima Salazar nasceu em Guimarães, no dia 19 de Julho de 1889.

O seu pai trabalhava como secretário e bibliotecário na Sociedade Martins Sarmento, era professor de Francês na Escola Industrial Francisco de Holanda e escrevia na "Revista de Guimarães".

Abel Salazar completou a escola primária e fez parte dos estudos liceais no Seminário-Liceu, onde foi colega de Manuel Gonçalves Cerejeira, futuro Cardeal Patriarca.
Com a exclusão do Francês dos curricula escolares, a família teve de se mudar para o Porto.

Abel Salazar foi sempre um contestatário – republicano em tempo de monarquia, e democrata em tempo de ditadura. Inspirado pelo momento político, publicou com outros estudantes, um jornal escolar de pendor republicano ("O Arquivo"), que reflectia, não só os seus interesses pelos ideais revolucionários, mas também as suas aptidões artísticas, uma vez que aí desenhou caricaturas de colegas e professores.
Em 1909, matriculou-se na Escola Médico-Cirúrgica do Porto, provavelmente por influência familiar, pois mais tarde confessaria que o seu desejo era mesmo a Engenharia Civil. Com o facto, perdeu a Engenharia e ganhou a Medicina. Obteve o seu diploma em 1915, com a apresentação da tese "Ensaio de Psicologia Filosófica", com a classificação final de vinte valores.

Com 30 anos, Abel Salazar foi nomeado Professor Catedrático de Histologia e Embriologia na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto. Fundou o Instituto de Histologia e Embriologia desta Universidade. Como investigador, foi autor de vários trabalhos, criando ainda um inovador método de coloração – o método tano-férrico de Salazar.

Em 1935, foi afastado da sua cátedra e do seu laboratório, impedido de frequentar a biblioteca e proibido de ausentar-se do país (por Portaria publicada em Diário da República). A acção pedagógica de Abel Salazar sobre a mocidade universitária, tinha sido considerada uma "influência deletéria". A esse respeito, Abel Salazar escreveu...

Além dos trabalhos científicos fiz na Universidade cursos sobre a Filosofia da Arte, conferências sobre a Filosofia, onde desenvolvi um sistema de Filosofia que acabo de constatar com satisfação ser bastante próximo da Escola de Viena. Foi o desenvolvimento deste sistema filosófico que, tendo desagradado à Ditadura e ao Catolicismo, foram a causa principal da minha revogação. Mas, como a ditadura não se podia basear nesta questão, ela torneou a questão, fazendo através da sua imprensa uma campanha de difamação, etc., após a qual me demitiu sem processo nem julgamento (…). Esclareço que nunca fui político, toda a minha vida me ocupei unicamente da actividade intelectual.”

Este afastamento da Universidade, deu mais tempo a Abel Salazar para que pudesse então iniciar uma produção artística variada, que incluiu gravura, pintura (mural, a óleo de paisagens e retratos), ilustração (da vida da mulher trabalhadora e da mulher parisiense), aguarelas, desenhos, caricaturas, escultura e cobres martelados. Grande parte da sua obra artística encontra-se hoje exposta na sua Casa-Museu, em São Mamede de Infesta.

Abel Salazar morreu em Lisboa, em 1946.

O seu elogio fúnebre foi proferido pelo Dr Eduardo dos Santos Silva

"Inteligência deslumbradora, tudo abrangendo e tudo compreendendo; sempre numa atitude de firme tolerância, que é a única arma capaz de romper os diques que a intolerância opõe à libertação do espírito; alma de generosidade espontânea, dissipando às mãos cheias os primores da Ciência e da Arte para que todos os colham e considerem seu património; Abel Salazar é figura dum transcendente humanismo, ultrapassando o tempo e o meio em que viveu."

Fernão Rinada

 

(caricatura publicada no blogue Humorgrafe)

 

Fontes de pesquisa:

Antigos Estudantes Ilustres da Universidade do Porto

Abel Salazar, na Wikipédia

Biografia de Abel Salazar (sítio da Casa-Museu Abel Salazar)

 



publicado por Miguel Salazar às 20:12
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Sexta-feira, 13 de Abril de 2007
Dr Alberto Costa Lobo...

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Cirurgião Vascular no Hospital de Santo António, no Porto.

Este cartoon foi desenhado para uma cerimónia em sua homenagem, por altura da sua aposentação, e está relacionada com um episódio caricato da sua vida...

 



publicado por Miguel Salazar às 22:02
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Terça-feira, 15 de Junho de 2004
Dr Mário Caetano Pereira...

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

“Ao dr Mário Caetano Pereira, devo em primeiro lugar a possibilidade da formação neste serviço, mas mais ainda o exemplo do seu irrepreensível sentido ético, do seu respeito pelo próximo, da sua postura como Homem e como Médico, um modelo de comportamento que com toda a certeza sempre recordarei, fazendo-me sentir o orgulho de um dia o ter tido como … meu Director."

                              (o meu agradecimento, no Curriculum Vitae apresentado a exame de saída de Especialidade)



publicado por Miguel Salazar às 21:16
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Sábado, 15 de Maio de 2004
Boina azul...

 

Esta auto-caricatura refere-se ao ano de 1996, e à missão que cumpri em Angola, ao serviço das Nações Unidas.

Tratou-se de uma missão de três meses, como oficial médico da CLog6 (Companhia de Logística nº6), no âmbito da UNAVEM III (United Nations for Angola Verification Mission).

A CLog6 tinha a sua base na cidade do Huambo, com destacamentos em Viana (nos arredores de Luanda) e no Lobito.

 



publicado por Miguel Salazar às 21:21
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Segunda-feira, 10 de Maio de 2004
Dr Mergulhão Mendonça (2)...

Mais uma caricatura do Director do Serviço do Hospital Geral de Santo António.

Esta caricatura foi integrada no Curriculum Vitae que apresentei ao Júri de exame de saída do internato da minha especialidade...



publicado por Miguel Salazar às 20:14
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Segunda-feira, 15 de Março de 2004
Dr José Tavares (2)...

 

 

 

Mais uma caricatura do Cirurgião Vascular que foi o meu Orientador de Especialidade...



publicado por Miguel Salazar às 20:20
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Quinta-feira, 15 de Janeiro de 2004
Enfª Lurdes Lemos...

 

 

 

A Enfermeira Lurdes Lemos é uma figura carismática do Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular do Hospital Geral de Santo António, no Porto.

Este cartoon foi desenhado para o dia da sua passagem à reforma...

 



publicado por Miguel Salazar às 22:19
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Segunda-feira, 15 de Novembro de 1999
Dr Mergulhão Mendonça (1)...

 

 

 

Cirurgião Vascular, Director do Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular do Hospital Geral de Santo António.

O Dr Mendonça sucede, na Direcção do Serviço, ao Dr Mário Caetano Pereira, que entretanto se jubilou...



publicado por Miguel Salazar às 20:00
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Sexta-feira, 15 de Outubro de 1999
Dr José Tavares (1)...

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Especialista em Angiologia e Cirurgia Vascular, no Hospital Geral de Santo António. Este Cirurgião Vascular foi o Orientador do meu internato de especialidade...



publicado por Miguel Salazar às 20:03
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Sexta-feira, 20 de Agosto de 1999
Dr Miguel Tavares...

Especialista em Medicina Interna, a fazer os 18 meses de ciclos especiais em Medicina Intensiva, no Hospital Geral de Santo António, no Porto...



publicado por Miguel Salazar às 21:52
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Quinta-feira, 13 de Maio de 1999
A subida ao Pico...

Durante os dois meses que estivemos na Zona Militar dos Açores (ZMA), integrados no destacamento do Centro de Classificação e Selecção do Porto (CCSP), houve necessidade de fazer algumas inspecções domiciárias a mancebos que, por apresentarem limitações várias, estavam incapacitados de se deslocar aos centros onde decorriam as respectivas inspecções (Ponta Delgada e Angra do Heroísmo).

Em meados de Maio, uma pequena equipa constituída pelo Tenente-Coronel PQ Festas Esteves (Comandante do Destacamento), por mim próprio (Tenente Médico) e pelo Tenente Albuquerque, deslocou-se às ilhas do Faial e do Pico, com a missão de fazer algumas dessas inspecções domiciliárias.

À equipa, juntou-se mais tarde o Major Leite.

Ao fim da tarde do dia 13 de Maio, subimos ao ponto mais alto de Portugal - o Pico. Ultrapassamos o espesso manto de nuvens que nos acompanhou durante a maior parte da subida, e pudemos assim ver o primeiro cenário deslumbrante - um "chão de nuvens" que antes só tinha visto no pico do Arieiro, na Madeira.

Às três horas de subida, alcançamos o topo, mesmo a tempo de ver um pôr-do-sol absolutamente inesquecível, e de brindarmos com champagne Moët & Chandon, expressamente comprado para esse efeito.

A noite que passamos no topo do Pico terá sido com certeza a minha pior experiência em termos de rigor do clima. Imagine-se o que foi passar uma noite, ao relento e ao vento, 2351 metros acima do nível do mar, no meio do Oceano Atlântico, num dia de Maio, enfiados num buraco no meio de um solo rochoso e agressivo. Foi indescritível. Nunca na minha vida tive tanto frio como naquela noite. O frio era tanto, tremíamos tanto, que metade do champagne se perdeu no meio daquelas rochas vulcânicas.

Mas essa noite reservou-nos muito mais do que apenas sofrimento. Proporcionou-nos outras memórias que jamais esqueceremos.

A noite era escura, e podíamos ver os pontos luminosos da cidade da Horta, no Faial, ou da vila das Velas, mesmo ao nosso lado na ilha de São Jorge.

Vimos um céu tão estrelado como eu nunca imaginei que ele pudesse ser.

E vimos o sol nascer, projectando a sombra do Pico ao longo do mar, mesmo à nossa frente.

Foi, de facto, uma experiência inesquecível, de sofrimento sim, mas principalmente de cenários absolutamente deslumbrantes.

Por isso, a subida ao Pico, foi uma das piores e uma das melhores experiências que tive até hoje...



publicado por Miguel Salazar às 18:39
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Segunda-feira, 15 de Março de 1999
Dr Vítor Valente...

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Especialista em Cirurgia Geral, no Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos...



publicado por Miguel Salazar às 19:28
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Segunda-feira, 15 de Fevereiro de 1999
Dr Rodrigo Ferrão...

 

Especialista em Cirurgia Geral, o Dr Rodrigo Ferrão acabava de ser nomeado Director Clínico do Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos - um cirurgião afundado em burocracias...

 



publicado por Miguel Salazar às 19:30
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Sexta-feira, 15 de Janeiro de 1999
Dr Cabral Correia...

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Especialista em Cirurgia Geral, no Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos...



publicado por Miguel Salazar às 19:39
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Terça-feira, 15 de Dezembro de 1998
Prof Doutor Teixeira Gomes...

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O Prof Doutor Teixeira Gomes, especialista em Cirurgia Geral, é nesta altura o Director do Departamento de Cirurgia do Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos... 



publicado por Miguel Salazar às 19:52
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Domingo, 15 de Novembro de 1998
Dr Guimarães Soares...

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Especialista em Cirurgia Geral, a trabalhar no Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos...



publicado por Miguel Salazar às 21:49
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Terça-feira, 20 de Outubro de 1998
Dr Pedro Lobo...

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Especialista em Cirurgia Geral, no Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos...



publicado por Miguel Salazar às 21:46
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Sábado, 10 de Outubro de 1998
Drª Sónia Rigor...

 

 

 

 

 

 

 

  

 

 

Especialista em Cirurgia Geral, no Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos...



publicado por Miguel Salazar às 19:20
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Quarta-feira, 15 de Outubro de 1997
Tenente Rui Cordeiro...

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O Tenente Médico Paraquedista Rui Cordeiro, entrou comigo nos Serviços de Saúde do Exército, em 1995.

Colocado no CTAT, em Tancos, encontra-se a fazer o internato da especialidade de Cardiologia...

 



publicado por Miguel Salazar às 23:02
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Quarta-feira, 16 de Novembro de 1994
Drª Fernanda Maria João...

A Drª Fernanda Maria João tem a especialidade de Pneumologia, e está colocada no Hospital Pedro Hispano (Matosinhos).

Nos seus tempos livres, dedica-se à pintura.

Alguns dos seus trabalhos estiveram expostos na I Sessão Cultural deste hospital...

 

(esta caricatura fez parte desta exposição, realizada a 11 de Novembro)

(esta imagem foi tirada da publicação que foi feita para a ocasião)

 



publicado por Miguel Salazar às 21:14
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Terça-feira, 15 de Novembro de 1994
Dr Pinto Pereira...

Especialista em Pediatria, está colocado no Hospital Pedro Hispano (Matosinhos).

Dedica-se também à pintura, tendo tido várias aguarelas expostas na I Sessão Cultural do hospital...

 

(esta caricatura fez parte desta exposição, realizada a 11 de Novembro)

(esta imagem foi tirada da publicação que foi feita para então)

 



publicado por Miguel Salazar às 21:11
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