O Socratis sinistrus é um cafalópode aparentado com o polvo (Octopus vulgaris).
Tal como o polvo, o Socratis sinistrus tem um corpo mole, sem coluna vertebral. Defende-se atirando tinta para os olhos das suas vítimas, e até dos seus predadores. Tem também a capacidade de autotomia dos seus tentáculos, que não é mais do que a possibilidade de se auto-mutilar, face a uma ameaça letal, desfazendo-se de um braço... ou mesmo de um(a) Perna. Tudo justifica a sua sobrevivência. Possui ainda uma invulgar capacidade de camuflagem, confundindo-se com a lama do lodaçal onde vive, mas sendo também capaz de se fazer passar, com invulgar naturalidade, por espécies animais muito mais evoluídas, como o Legitimus engenheirus.
O Socratis sinistrus é, acima de tudo, um predador temível. Ao contrário do polvo, o Socratis sinistrus não ataca apenas em legítima defesa. Ataca pela “calada” da lama onde vive e por onde se movimenta, invisível, imperceptível e silenciosamente. Não é um animal tímido e muito menos discreto. Vive na lama, mas é altivo, sobranceiro e até arrogante. Possui muito mais do que apenas oito tentáculos, e todos eles se distribuem à volta da sua boca, servindo para alimentar a sua insaciável fome de protagonismo e de opulência. São tentáculos de dimensões diversas: braços mais curtos, que servem apenas para manter acesas as luzes da ribalta, outros braços mais longos, de dimensões consideráveis, capazes de atingir Paris, Nova Iorque, ou qualquer paraíso fiscal, e ainda um(a) Perna, para o conduzir pelos caminhos obscuros do seu habitat, e que este cefalópode utiliza para o seu próprio serviço postal – um verdadeiro especialista em transporte de envelopes.
O Socratis sinistrus, ao contrário dos seus parentes cefalópodes mais vulgares e à semelhança de alguns quadrúpedes, come até rebentar, parecendo nunca saber quando deve parar de o fazer. Talvez o calor excessivo dos holofotes da ribalta lhe venha a parar a digestão, talvez lhe provoque apenas um golpe de calor. De um modo ou de outro, o que parece inquestionável, é que foram eles, os holofotes da ribalta, a razão primeira que hão-de levar este sinistro cefalópode à sua própria destruição.
Socratis sinistrus, uma destruição há muito anunciada...
José Rialto
Na cerimónia de abertura da jornada da Taça Davis, Domingos Bragança, o Presidente da Câmara, mostrava entusiasmado a Júlio Mendes, o renovado pavilhão Vitoriano. Armando Marques acompanhava-os...
Domingos Bragança - Então? O que me dixe do pavilhão? De cara lavada é outra coixa. É ou não é?
Júlio Mendes - Pavilhão, Presidente? Vamos ver... Mas então isto não era um restaurante?
Domingos Bragança - Que eu xaiba, foi xempre um pavilhão... Mas voxê devia xaber. Afinal voxê é ou não é o Prexidente do clube?
Júlio Mendes (surpreendido) - Sim, claro que sou. Mas vamos ver... eu ia jurar que isto era um restaurante...
E virando-se para o lado, procurou a confirmação no seu Vice-Presidente - Não era aqui que serviam aqueles croquetes muito bons, ó Armando? Aqueles que nós vínhamos comer quando cá vinham os dirigentes do Benfica...
Armando Marques - Era pois. Era quando eles vinham cá com aqueles guarda-costas muito altos. De dois metros de altura. Alguns até com mais do que isso...
Domingos Bragança (não conseguindo evitar uma sonora gargalhada) - Não eram guarda-coxtas. Deviam xer os xogadores de báxquete. E enquanto voxês comiam os croquetes, havia um jogo a decorrer.
Júlio Mendes (incrédulo) - A sério? Por isso é que os do Benfica não ficavam muito tempo nos croquetes. Deixavam-nos sempre a comer sozinhos. (e entre-dentes) Se calhar iam ver o jogo...
Júlio Mendes (virando-se novamente para Armando Marques) - Mas então, isto foi sempre um pavilhão! Ó Armando, tu sabias que nós tínhamos um pavilhão?
Armando Marques (sacudindo a água do seu capote) - Se tínhamos, a culpa não é minha.
Júlio Mendes (já com a sua máquina registadora mental em pleno funcionamento) - Vamos ver... Se o pavilhão é nosso, então se calhar podíamos era vendê-lo... até à própria Câmara... Você não o quer comprar, Presidente?
Armando Marques (esfregando as mãos de contentamento) - Boa, Júlio!...
Domingos Bragança - Comprar o pavilhão? Que dixparate! Voxês deviam era aproveitar o facto de a Câmara o ter recuperado, para apoxtar mais nas modalidades.
Júlio Mendes (desiludido) - Pois... Vamos ver... Se temos mesmo de ficar com ele, então podíamos criar umas modalidades como o basquetebol, o voleibol, artes marciais... enfim, aproveitar estas magníficas instalações. E virando-se de novo para o seu Vice-Presidente - E não daria para o alugar a essas novas modalidades, Armando?
Armando Marques - Boa ideia, Júlio!
Domingos Bragança (siderado com o diálogo a que estava a assistir) - Max o Vitória já tem exas modalidades...
Júlio Mendes - Já temos? Vamos ver... Mas então não é só o futebol que nós temos, Armando?
Armando Marques (respondendo baixinho, de modo a que apenas Júlio Mendes o pudesse ouvir) - Claro que sim. Se tivéssemos mais modalidades, achas que eu não sabia? Não ligues, Júlio. Eu acho que o Presidente está a gozar connosco...
José Rialto
Gaspar Roriz,
o padre-artista
O Padre Gaspar da Costa Roriz é uma das figuras incontornáveis das primeiras décadas do século XX em Guimarães. Nascido na rua de D. João I no dia 30 de Agosto de 1865, filho de um mestre barbeiro, nunca esqueceu a sua origem humilde nem deixou de amar a terra que o viu nascer. Sacerdote e eminente orador sagrado, era frequentemente requisitado para abrilhantar solenidades religiosas nos lugares mais diversos. Mas os seus dotes oratórios não se limitavam a actos sagrados, sendo senhor de uma verve prodigiosa com que animava todo o género de eventos, públicos ou privados. Foi jornalista (em 1899 era redactor principal do Eco de Guimarães; em 1908 fundou o Regenerador, de que era director e proprietário), professor do Liceu, poeta, dramaturgo, encenador, conferencista, político, comissário da Ordem Terceira de S. Francisco de Guimarães. Grande conversador, era presença imprescindível nas tertúlias do seu tempo, onde se destacava pela cultura, pela devoção patriótica à sua cidade e pela finura da sua ironia. Padre-artista lhe chamou um dia um colega de ofício.
Gaspar Roriz foi um dos grandes animadores das festas dos estudantes de Guimarães a S. Nicolau, desde o seu ressurgimento em 1895. Escreveu pregões, compôs e ensaiou os textos das danças, dedicou diversas composições poéticas às festas. Dedicou-lhes também o Auto da Saudade, que compôs em 1920. Não foi por acaso que foi a Associação dos Antigos Estudantes do Liceu de Guimarães, então dirigida por António Faria Martins, a tomar a iniciativa de comemorar o centenário do seu nascimento, em 1965.
O seu nome é também indissociável das festas Gualterianas, ou não fosse ele o autor da letra do Hino da Cidade de Guimarães, composto por Aníbal Vasco Leão para as festas de 1906, e o inventor da Marcha Gualteriana, que saiu à rua pela primeira vez nas festas de 1907.
Mas o que mais distinguia o Padre Roriz era a sua dedicação a Guimarães, a sua paixão pela terra natal. Por aqui, todos sabiam que a porta da sua casa nunca deixava de se franquear alegremente a quem a ela batia e dizia a senha: Por Guimarães!
A última grande cerimónia em que discursou em público foi aquando da celebração do oitavo centenário da Batalha de S. Mamede, em 1928. Nesse dia, quando soaram os clarins de um pelotão de cavalaria, vestidos como os soldados de Afonso Henriques, acompanhando o içar da bandeira na torre de menagem do castelo, e a multidão explodia em vivas e aplausos, pelo rosto do Padre Roriz corriam lágrimas de que A. L. de Carvalho foi testemunha.
A notícia da sua morte cobriu Guimarães de luto no dia 7 de Março de 1932.
António Amaro das Neves
(publicado na revista Mais Guimarães - pág.51)
Depois de ter sido Capital Europeia da Cultura em 2012, e Cidade Europeia do Desporto em 2013, Guimarães quer agora candidatar-se a ser Capital Verde Europeia em 2020. Para entrevistar o Director Executivo deste projecto, a TVI resolveu enviar a Guimarães uma das suas apresentadoras-substitutas, a mesma que uns dias antes resolvera ofender a nossa cidade...
a Substituta – Senhor Amadeu Portilha, não acha que tal como dizia o Eça, Guimarães está longe de ser uma cidade verde?
Amadeu Portilha – Bem, de facto nós temos consciência de que nessa matéria ainda temos uma longa caminhada a percorrer, mas também sabemos que Guimarães tem já uma imensa área verde, com belos jardins, parques da cidade, com...
a S, interrompendo AP – ... os relvados dos campos de futebol, os courts de ténis, que são quase todos de cor verde, e até com as paredes verdes do Pavilhão Multiusos. Eu sei porque conheço bem esta cidade lindíssima. Tenho cá muitos amigos.
AP – Bem, não era exactamente desse “verde” que eu...
a S, interrompendo-o novamente – Pois... isso também não vinha no guião, mas resolvi improvisar. E em relação ao rio Ave? Já o Eça dizia que cidade verde que se prezasse, deveria ter um rio de cor verde, tal como Amarante tem o rio Tâmega.
AP – Pois, a poluição do Ave é uma das nossas maiores preocupações...
a S, sempre interrompendo AP – E quanto aos transportes da cidade? Está certo que os autocarros são verdes, mas a parte de baixo dos táxis ainda é preta. Eu sei porque tenho muitos amigos camionistas e taxistas aqui em Guimarães.
AP, abismado – Não me parece que a cor da parte de baixo dos táxis seja o aspecto mais importante.
a S – Pois não. Importante mesmo é saber se os portugueses podem esperar que Guimarães consiga ser uma Capital Verde Europeia em 2020.
AP – Seguramente! Apesar de estarmos ainda no início de uma longa caminhada, não tenho dúvidas que...
Ignorando a resposta de AP, a S empinou o nariz – Quero fazer um esclarecimento. Apesar de a TVI me ter mandado vir pintar o castelo de verde, quero deixar bem claro que fui EU que decidi pintar a muralha em vez do castelo. Sim, porque eu sou uma mulher com muita personalidade. E da personalidade já o Eça dizia uma coisa muito a propósito e de que agora não me lembro. Eu sei porque o Eça de Queirós era meu amigo...
José Rialto
NOTA
Em virtude dos últimos desenvolvimentos relacionados com este caso, o texto sofreu algumas alterações em relação àquele que foi publicado na revista Mais Guimarães.
"Primeiro cavaleiro do seu tempo, José Martins de Queirós Minotes, arranca palmas entusiasmadas do próprio Rei, entrando a galope na história desta Casa, à desfilada, nos seus maravilhosos cavalos, magnìficamente ensinados.
Dizia o Rei D. Luís que como ele não tinha havido outro depois do Marquês de Marialva.
Laços e taças cobrem os armários da Casa.”
Maria Adelaide Pereira de Moraes, em "Velhas Casas de Guimarães"
José Martins de Queirós Montenegro nasceu em Guimarães no dia 14 de Março de 1841. Foi Fidalgo da Casa Real e Senhor da Casa de Minotes. Por essa razão ficou conhecido por José Minotes.
Foi uma das personalidades mais notáveis de Guimarães no século XIX, a par dos seus parentes Martins Sarmento, Francisco Agra e Luís Martins da Costa Macedo (Conde de Margaride).
Desempenhou vários cargos políticos, entre os quais o de Procurador (por Guimarães) à Junta Geral do Distrito de Braga. Foi no desempenho dessas funções que, juntamente com o Conde de Margaride e o Dr Joaquim de Meira, tomou parte no célebre Conflito Brácaro-Vimaranense.
José Minotes foi também criador de cavalos e um apaixonado pela arte de bem-cavalgar. Organizou inúmeras corridas de cavalos, tendo ficado famosos os carrocéis da sua Quinta do Salgueiral. Foi premiado por várias vezes nas corridas em que participou.
Na Revista de Guimarães publicou, entre 1886 e 1895, uma série de “Estudos sobre o Turf” (corridas de cavalos).
Foi fundador da Associação dos Bombeiros Voluntários de Guimarães, e seu primeiro Comandante (1877-1886).
José Minotes faleceu a 15 de Setembro de 1906.
Postumamente, Damião Vellozo Ferreira publicou um livro sobre José Minotes, com o título “José Martins de Queiroz Montenegro (Minotes), o Último Cavaleiro Português. Estudos sobre o Turf”, em que trata da origem dos Minotes, das suas ligações matrimoniais à nobreza do Norte de Portugal, e do ambiente social de Guimarães nos séculos XVIII e XIX.
O Vitória Sport Clube decidiu atribuir o nome de José Minotes ao seu primeiro campo de futebol, inaugurado no dia 27 de Janeiro de 1924, nos terrenos onde se encontra hoje a sede da AMAVE, junto ao local onde confluem a Avenida General Humberto Delgado, a Rua Joaquim de Meira e a Rua Capitão Alfredo Guimarães.
Fernão Rinada
FONTES DE PESQUISA:
“O conflito brácaro-vimaranense” (no blogue "Memórias de Araduca")
"Velhas Casas de Guimarães", de Maria Adelaide Pereira de Moraes
Bombeiros Voluntários de Guimarães (no sítio da internet dos BVG)
“José Martins de Queiroz Montenegro (Minotes), o Último Cavaleiro Português”
Rodrigo Navarro de Andrade nasceu em Guimarães, a 2 de Julho de 1765.
Rodrigo fazia parte de uma família tradicional vimaranense - os Navarro de Andrade. Segundo o Padre António Caldas, os Navarro de Andrade eram uma “ilustre família, que contava no seu grémio sete doutores de capelo!”. Quatro deles foram militares condecorados durante a Guerra Peninsular, contra Napoleão Bonaparte. Um desses heróis foi Rodrigo. Oficial de Caçadores, sofreu ferimentos em vários combates e foi condecorado com a Cruz de Ouro da Guerra Peninsular. É descrito pelo Padre António Caldas como um dos vimaranenses Notáveis em Armas. Passou à reserva como Tenente-Coronel, na Convenção de Évora-Monte (1834).
O seu irmão Vicente (Barão de Inhomirim), foi médico do Rei Dom Pedro I e, mais tarde, Professor da Escola de Anatomia, Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro.
Rodrigo Navarro de Andrade foi Governador do Castelo de Vila do Conde. Mais tarde viria a ser o Enviado-Extraordinário e Ministro Plenipotenciário do Império do Brasil na Corte de Viena de Áustria, Fidalgo-Cavaleiro da Casa Real, Senhor do Castelo de Raabs an der Thaya (Áustria), Comendador da Ordem de Santo Estevão (Itália), Cavaleiro da Ordem dos Santos Maurício e Lázaro (Itália), e ainda Comendador e Cavaleiro da Ordem de Cristo. Foi o 1º Barão de Vila Seca.
Rodrigo Navarro de Andrade morreu em Viena, a 22 de Fevereiro de 1839.
A cidade de Guimarães deu o nome desta família ao largo de onde saem três artérias - a Rua de Santo António , a Rua de Gil Vicente e a Avenida General Humberto Delgado (mais comummente conhecida por "Palheiros").
Fernão Rinada
Fontes de pesquisa:
As Gravuras de O Tempo Tão Suspirado - Rodrigo Navarro de Andrade
"Esse José Sampaio, de olhar melancólico, testa alva e altíssima, donde saíam abundantes cabelos de ébano, com o rosto ornado de fina e formosa barba negra, (…) era dotado de uma clara inteligência e de um espírito muito ponderado."
Augusto Pinto Osório (Pedro Eurico)
José da Cunha Sampaio nasceu em Guimarães, a 5 de Fevereiro de 1841.
Nove meses depois nasceu o seu único irmão - Alberto (Sampaio).
José e Alberto foram contemporâneos em Coimbra, onde estudaram Direito. José esteve suspenso durante dois anos, por ter participado na agressão a um caloiro. Cumprido o castigo, em 1861 retomou os seus estudos universitários. Juntamente com outras figuras da altura (nomeadamente Antero de Quental e Eça de Queirós), os dois irmãos integraram uma sociedade secreta que tinha o intuito de derrubar o então Reitor. O regime disciplinar austero e implacável a que ele obrigava toda a Academia, e que já remontava aos tempos do Marquês do Pombal, não podia ser mais tolerado, e a Sociedade do Raio tinha sido criada exactamente para lhe pôr um fim. Com alguns sucessos relativos (embora nunca tivessem chegado a conseguir a destituição do Reitor), esta sociedade acabou por se reorganizar numa outra de cariz maçónico - a Loja Reforma -, da qual José Sampaio foi o seu primeiro Venerável Mestre. Foi membro do Conselho e Secretário-Geral da Academia Dramática. Ainda antes de concluir a sua licenciatura em 1865, José Sampaio participou no movimento de contestação académica que ficou conhecida pela Rolinada.
Regressou a Guimarães onde veio a desenvolver toda a sua actividade de Advogado.
Em 1868 casou com Maria José de Carvalho Leal e Sousa, de quem veio a ter dois filhos - António Vicente e Maria Henriqueta.
José Sampaio dedicou-se também à vitivinicultura com apreciável sucesso, a avaliar pelo grande quantidade de distinções e medalhas conquistadas pelo seu vinho (Casa Boamense), e também pela carta que na altura o seu amigo Antero de Quental lhe escreveu...
"Já libei os teus néctares minhotos. Como originalidade ponho o clarete acima de tudo : criaste nele um tipo. Ao seco acho-o seco de mais e, no género fino, prefiro-lhe o bastardo. O outro, que não traz nome, também me agrada. Em conclusão : como tipo ponho o clarete em 1º lugar e ponho em último o seco - que ainda se bebe com gosto. De tudo vou libando e degustando, mas não segundo o teu programa, que parecia feito para uma mesa de epicurista ! Ora a minha é monacal."
Sobre a sua actividade profissional, destaca-se o papel relevante que desempenhou no caso do Juíz Seco. Já a título póstumo, Domingos Leite Castro escreveu assim na Revista de Guimarães (em 1900)...
"A grande glória do artista, do profissional, é ser exímio na sua arte, na sua profissão; essa glória teve-a José Sampaio, dizem os entendidos, dizem todos aqueles que uma vez lhe entregaram os seus interesses ou a sua honra."
José Sampaio foi um dos fundadores da Sociedade Martins Sarmento e seu primeiro Presidente (1881-1883). Foi reeleito por mais duas vezes (1885-1887 e 1896-1898).
Foi instituído irmão da Ordem Terceira de S. Francisco, por serviços prestados (1885), irmão da Ordem de S. Torquato (1894) e nomeado membro do Definitório da Santa Casa da Misericórdia (1899).
José da Cunha Sampaio morreu no dia 15 de Setembro de 1899.
"... na muita agitada e já longa vida desta sociedade quer nos dias calmos e felizes quer nos momentos excitados de atribuladoras dificuldades, era a palavra quente e amiga do Dr. José Sampaio que sempre em primeiro lugar se fazia ouvir nesta casa ou a festejar-lhe os triumphos e as alegrias ou a encorajá-la nas horas tristes dos desalentos."
excerto da Acta da sessão extraordinária da Sociedade Martins Sarmento (15 Setembro 1899)
O nome de José Sampaio foi atribuído a uma das três ruas que ligam entre si as Avenidas Alberto Sampaio e Cónego Gaspar Estaço. A Rua Doutor José Sampaio é a que fica mais a Sul, e a maior dessas três (as outras duas são a Rua Abade de Tagilde e a Rua Palácio da Justiça).
Fernão Rinada
Fontes de pesquisa:
UM OLHAR SOBRE JOSÉ SAMPAIO, Exposição Bio-biblo-iconográfica
José Sampaio, da Sociedade do Raio à Loja Reforma (Memórias de Araduca)
A Questão do Seco (Memórias de Araduca)
"O Dr Joaquim é uma organização completa e harmónica, psíquica e fisicamente forte: honra Guimarães como honraria terra bem maior se nela tivesse nascido."
Cónego Moreira
Joaquim José de Meira nasceu em Guimarães no dia 19 de Março de 1858.
Licenciou-se em Medicina e foi um Cirurgião de reconhecido mérito.
Foi um destacado vulto da política local, tendo sido Procurador à Junta Distrital de Braga e Presidente do Município de Guimarães. Fez parte do grupo dos entusiastas na célebre questão política de 1885, entre Guimarães e Braga (ler aqui o que foi o Conflito Brácaro-Vimaranense).
Orador e escritor, Joaquim de Meira escreveu, com Alberto Sampaio, o Relatório da Exposição Industrial de Guimarães, de 1884. Exerceu o cargo de Director da Escola Industrial Francisco de Holanda e serviu várias vezes a Sociedade Martins Sarmento, como Presidente da Direcção, tornando-se posteriormente seu Sócio-Honorário.
Joaquim de Meira foi pai do Prof João de Meira (médico e escritor) e do caricaturista José de Meyra (que morreu prematuramente, aos 24 anos, quando também ele se licenciava em Medicina). José de Meyra foi, juntamente com João de Meira, autor de uma curiosíssima colecção de caricaturas e textos humorísticos sobre figuras típicas de Guimarães, que fazem parte do espólio da Sociedade Martins Sarmento.
Joaquim de Meira morreu no dia 25 de Junho de 1931.
A cidade imortalizou o seu nome ao dá-lo à rua que vai da Avenida General Humberto Delgado à Rua Dona Teresa, junto à Colina Sagrada.
No dia seguinte ao da sua morte, o Cónego Moreira escreveu assim a seu respeito...
"Médico, tem, na sua terra larga clínica, consideração e estima, que lhe consagram os colegas a prova do seu grande valor. Político, nunca virou de bordo nem jamais se pôs à capa quando é necessário ir avante. E é tanta a confiança que nela deposita toda a família da nau que, vendo-o ao temão nunca receou submergir-se em desonroso naufrágio. Presidindo à Câmara ou interferindo na Administração Concelhia aliou sempre a uma honestidade inconcusa o maior respeito pelo interesse geral, direitos e liberdade de todos. Fala? A frase corre-lhe fácil e só vai até onde ele quer, sem entusiasmo impróprio do temperamento que possui, sem rasgos de imaginação que se não irmanam com feitios tão positivos. Escreve? É sóbria a linguagem, mas clara e incisiva, de períodos perfeitos, ideias sãs, dedução segura. O Dr Joaquim é uma organização completa e harmónica, psíquica e fisicamente forte: honra Guimarães como honraria terra bem maior se nela tivesse nascido."
Fernão Rinada
Fontes de pesquisa:
Luís Cardoso Martins da Costa Macedo nasceu em Guimarães, a 8 de Janeiro de 1836.
O 1º Conde de Margaride foi Fidalgo-Cavaleiro da Casa Real, Membro do Conselho de Sua Majestade Fidelíssima, Comendador da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo e Par do Reino (por Carta-Régia, de 1881).
Luís da Costa Macedo foi Governador Civil do Distrito de Braga (1871-1877) e do do Porto (1878-1879), Procurador de Guimarães na Junta Geral do Distrito de Braga (1883-1885) e Presidente do Município (1870-1878 e 1887-1892).
Bacharel em Filosofia pela Universidade de Coimbra, foi o 9º Senhor da Casa de Margaride (S.Romão de Mesão-Frio) Foi Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Guimarães e Provedor da Real Irmandade de Nossa Senhora da Consolação e Santos Passos.
Foram visita da sua Casa do Carmo, 3 Reis (Dom Luís I, Dom Carlos I e Dom Manuel II), 2 Raínhas (Dona Maria Pia e Dona Amélia), 1 Príncipe (Dom Carlos, antes de ser Rei) e 2 Infantes (Dom Augusto e Dom Afonso).
A sumptuosidade das suas recepções e a opulência das suas mesas eram tais, que tanto Ramalho Ortigão como Camilo Castelo Branco as descreveram nas suas obras (respectivamente nas "Farpas" e nas “Noites de Insónia").
Fez várias intervenções na Câmara dos Pares.
O Conde de Margaride foi um dos envolvidos nos incidentes de Braga, a 28 de Novembro de 1885, como Procurador de Guimarães à Junta Geral do Distrito, ao lado de Joaquim José de Meira e de José Minotes. Devido a uma proposta para a criação dum curso complementar de Ciências em Braga, alguns Procuradores tiveram dúvidas sobre a oportunidade da sua criação, mas principalmente sobre os seus custos, preocupados que estavam com a conjuntura económica de então. Depois de uma tentativa fracassada de fazer passar a proposta à revelia dos três representantes de Guimarães, o Procurador de Vila Verde aproveitou para manipular o povo de Braga de maneira a quase levar ao linchamento público dos vimaranenses. A turba estava de tal modo cega pelo ódio com que tinham sido tão maliciosamente envenenados, que a desgraça só não aconteceu por mero acaso.
Depois deste conflito, que ficou conhecido por "Conflito Brácaro-Vimaranense" (ler aqui), o Conde de Margaride recusou-se a voltar àquela cidade. E desde então, os bracarenses passaram a cultivar mais um ódio sem sentido (se é que há algum que o possa ter). Anualmente, durante os festejos do Carnaval, conseguiram encontrar divertimento no acto de lançar um boneco ao rio que, segundo eles, representa... o Conde de Margaride.
A respeito do Conde, escreveu-se assim no jornal “Enthusiasta”…
“O Conde de Margaride é o primeiro cidadão nas proeminências nobiliárquicas. Mas impõe-se às considerações de simpatia e de respeito dos seus patrícios, não pelo gozo das regalias da sua graduação social, mas porque foi Sua Excelência quem as conquistou pelo mérito e trabalho próprios, e esta circunstância nunca pode ser indiferente numa terra, como a nossa, em que o trabalho se considera um dos maiores títulos de glorificação social (…) Como cidadão de Guimarães, todos conhecemos que o ilustre tem prestado ao progresso e crédito da sua terra a maior dedicação.”
É ao Conde de Margaride que Guimarães deve a manutenção da Colegiada de Nossa Senhora da Oliveira (1887-1890).
Luís da Costa Macedo, o 1º Conde de Margaride, morreu no ano de 1919.
O seu nome foi atribuído à avenida que sempre foi a principal entrada da cidade...
Fernão Rinada
Fontes de pesquisa:
"Não, não sou português, sou mais do que isso, sou de Guimarães! Com efeito, sou de uma pátria pequenina e sólida chamada Guimarães (...) O resto, meus velhos amigos, é a fronteira de um outro mundo.”
Novais Teixeira
Joaquim Novais Teixeira nasceu em Guimarães, a 21 de Abril de 1899.
Foi literalmente um "homem dos sete ofícios": escritor, jornalista, activista político, crítico literário e cinéfilo, programador cultural, comentador de política internacional e administrador.
Emigrou para Espanha aos 20 anos, onde frequentou o meio literário e artístico, tendo-se relacionado com grandes vultos da cultura espanhola daquela época, como eram Unamuno, Garcia Llorca, Pio Baroja, Diez Canedo, Valle-Inclán ou Luís Buñuel. Colaborou com o Presidente Manuel Azaña, e chefiou o Serviço de Imprensa Espanhola. Viveu intensamente a Guerra Civil e os textos que então publicou, constituem um dos mais notáveis contributos para o conhecimento daquele período intenso e conturbado da História de Espanha. Depois da Guerra, refugiou-se em França, impedido que foi de regressar a Portugal pelo regime Salazarista.
A invasão da França pelas tropas alemãs, acabou por o conduzir ao exílio no Brasil, onde viria a dirigir a Interamericana, serviço que apoiava a causa dos Aliados. Colaborou na Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, da qual foi seu Secretário-Geral. Dedicou-se à tradução, numa actividade muito intensa durante o ano de 1927, que teve particular ressonância na edição que preparou sobre as cartas do Padre António Vieira, em 1948.
Como jornalista, Novais Teixeira foi considerado um dos maiores especialistas mundiais sobre política internacional do seu tempo. Em França, foi o representante de jornais brasileiros prestigiados, como O Globo e O Estado da São Paulo. Ficaram famosas as suas reportagens na Itália e na Suíça, e os trabalhos que publicou sobre a questão franco-árabe com reportagens na Tunísia, na Argélia e em Marrocos.
Desde cedo ligado ao cinema, Novais Teixeira foi um dos mais respeitados críticos do seu tempo. Integrou os júris de prestigiados festivais internacionais de cinema, como eram os de Cannes, Locarno e Berlim, chegando mesmo a ser Presidente da Direcção da Fédération Internationale de la Presse Cinématographique. Em 1972, colaborou na organização do Festival de Cinema de Nice, que nesse ano foi dedicado ao então jovem cinema português. Em sua homenagem, o Syndicat Français de la Critique de Cinéma instituiu o Prémio Novais Teixeira, atribuído anualmente à melhor curta-metragem.
Em 1956, quando regressava a Guimarães, depois de décadas a viver no exílio, os amigos fizeram-lhe uma sentida homenagem. Durante esse jantar, realizado no Restaurante Jordão, Novais Teixeira agradeceu-lhes, num discurso que mostrava bem a maneira muito própria como sentia a sua condição de vimaranense:
“Guimarães tem sido sempre também uma das constantes da minha vida.
Em toda a parte me dou a conhecer como homem de Guimarães e, em toda a parte, me conhecem como tal.
Quando alguém me pergunta se sou português, é do meu hábito – e da minha verdade – responder:
‘Não, não sou português, sou mais do que isso, sou de Guimarães! Com efeito, sou de uma pátria pequenina e sólida chamada Guimarães (...) O resto, meus velhos amigos, é a fronteira de um outro mundo.’
No amor pelos homens, e na defesa dos seus direitos e dignidade, não reconheço fronteiras.
Mas a minha Pátria, a Pátria que me fez vibrar, a minha Pátria autêntica e forte é a Pátria da minha infância, é Guimarães!”
Joaquim Novais Teixeira morreu em Paris, em Dezembro de 1972.
40 anos mais tarde, a Capital Europeia da Cultura, Guimarães'2012, prestou a sua homenagem a Novais Teixeira, com a realização de um documentário de Margarida Gil, intitulado "O Fantasma do Novais", sobre o legado do crítico de cinema, "num cruzamento entre o passado e o presente, entre a realidade e a ficção". A CEC'2012, prestou-lhe ainda um outro tributo, com a realização de um concurso para os novos talentos portugueses. Com as "Curtas Novais Teixeira" foi possível "aumentar o património cinematográfico referente a Guimarães e incentivar o trabalho de novos realizadores, através do estímulo da visão crítica, ficcional ou política de uma cidade na Europa contemporânea".
Fernão Rinada
Fontes de pesquisa:
Dona Teresa nasceu em Leão, em 1080.
Filha ilegítima do Rei Afonso VI de Leão e Castela, e de Ximena Moniz, uma nobre castelhana, Dona Teresa era meia-irmã de Dona Urraca, herdeira do trono Leonês.
Em 1093, quando contava apenas 13 anos, a sua mão foi dada em casamento a um cavaleiro franco – Henrique de Borgonha. De Afonso VI recebeu, como dote de casamento, o Condado Portucalense.
Com a morte do Conde Dom Henrique, em 1112, Dona Teresa passou a governar o Condado na condição de Raínha, tendo sido reconhecida como tal por Dona Urraca de Leão e Castela, e até pelo próprio Papa. Em 1117 já assinava "Ego regina Taresia de Portugal regis Ildefonssis filia".
Em 1121 foi atacada por sua meia-irmã, conseguindo salvar o Condado Portucalense com a assinatura do Tratado de Lanhoso. Mas este ataque pôs em evidência a fragilidade do seu exército, motivo que a obrigou a procurar uma aliança estratégica, que Dona Teresa foi encontrar numa família poderosa da Galiza – os Trava.
Mera opção estratégica militar? Simples necessidade de satisfazer os seus devaneios amorosos com Fernão Peres de Trava? Ou a conjugação de ambas?
A verdade é que nunca se saberá qual terá sido ao certo o motivo que a levou a procurar abrigo debaixo da protecção da nobreza galega (simbolicamente representada na caricatura através do cálice do colar e do azul e dourado das cores da Galiza, no lenço e na capa: a Coroa apoiada num lenço galego e a Condessa sob a protecção da capa da Galiza).
Fosse qual fosse a sua verdadeira motivação, o facto é que essa aliança acabaria por lhe vir a ser fatal, pois os nobres do Condado jamais haveriam de lhe perdoar tal afronta.
A ambição desmedida do Infante Dom Afonso Henriques, entretanto armado Cavaleiro, e o descontentamento da nobreza, rapidamente se materializaram num movimento de revolta.
A 24 de Junho de 1128, travou-se a Batalha de São Mamede, onde Dom Afonso Henriques venceu Dona Teresa e Fernão Peres de Trava. Era a Primeira Tarde Portuguesa, como mais recentemente lhe veio a chamar o pintor Acácio Lino.
Depois da derrota, Dona Teresa foi confinada ao Castelo de Lanhoso, onde se acredita tenha vindo a morrer, a 11 de Novembro de 1130.
Na altura em que teve de escolher entre a vassalagem ao Reino de Leão e Castela, e a aliança ao Reino da Galiza, Dona Teresa terá seguramente optado pelo lado que melhor servia os interesses do Condado Portucalense. Mas nos 7 anos que se seguiram, Dona Teresa haveria de se perder nas suas opções estratégicas, provavelmente com o discernimento turvado pela paixão. Dona Teresa deixou de ser uma solução, para se transformar num problema que apenas se viria a resolver no Campo de batalha, em São Mamede...
Fernão Rinada
Fontes de pesquisa:
Fotografia de estátua de Dona Teresa (em Ponte de Lima)
No passado dia 5 de Julho, comemorou-se o 10º Aniversário da secção de Pólo Aquático do Vitória Sport Clube.
Esta comemoração ocorreu nas Piscinas Municipais (Scorpio Parque Aquático), e foi precedida de um torneio de Pólo Aquático e de um jantar ao ar livre.
O Pólo Aquático do VitóriaSC, que se encontra em franco desenvolvimento, já conquistou o direito de se manter entre os melhores de Portugal e, de há uns anos a esta parte, tem vindo a projectar atletas dos seus mais diversos escalões etários nas respectivas selecções nacionais. O expoente máximo destes sucessos é o caso do atleta Hélder Freitas que tem sido uma presença contínua nas convocatórias da principal selecção Portuguesa de Pólo Aquático.
Neste contexto, o ÁLB'oon aproveita para dar os mais sinceros parabéns a todos aqueles que directa ou indirectamente estão associados a todos os êxitos desportivos desta secção.
O cartoon aqui publicado foi desenhado propositadamente para assinalar esta data, a convite do Jorge Sequeira, e foi oferecido à secção a fim de ser utilizado na comercialização de uma edição comemorativa de camisolas.
A secção retribuiu a minha oferta com uma camisola (a que tenho nas mãos) autografada pelos atletas do Pólo Aquático, gesto extremamente simpático que muito me apraz aqui registar.
Durante esta sessão comemorativa, foram também entregues os prémios da Secção, relativos ao ano de 2013.
Coube-me a mim a honra de entregar o Prémio Carreira ao antigo guarda-redes e Capitão da equipa, Pedro Ribeiro...
Um dos mais mediáticos comentadores políticos da televisão portuguesa...
António Augusto Duarte Xavier nasceu em Guimarães, em 10 de Agosto de 1932.
Aos 10 anos, iniciou a sua actividade desportiva no Liceu Nacional de Guimarães.
Jogou voleibol no Xico d' Holanda e também ténis de mesa.
Depois... dedicou-se ao hóquei em patins, ingressando no Vitória...
António Xavier foi Campeão do Minho (1957) e 2 vezes vice-Campeão (1955 e 1956).
Venceu a Taça de Honra do Minho, em 1955.
Venceu ainda a Taça “Antero Henriques da Silva” (Guimarães, 1956), a Taça "Presidente da Câmara de Guimarães” (Guimarães, 1957) e a Taça “Comissão de Auxílio ao Vitória” (Guimarães, 1957).
António Xavier foi o marcador do último golo do Vitória, na derrota em São João da Madeira, da fatídica eliminatória em que haveria de ficar traçado o fim da modalidade no clube.
A presente caricatura representa o hoquista na época em que foi Campeão Regional.
António Xavier assumiu mais tarde um papel de grande preponderância, ao destacar-se na vida do clube, como Presidente da Assembleia Geral (entre 1980 e 1993), e na vida da cidade, ao ser seu Presidente da Câmara (entre 1980 e 1983, e mais tarde, entre 1986 e 1990).
António Xavier é Embaixador Sénior da Cidade Europeia do Desporto, Guimarães'2013.
Fernão Rinada
(caricatura publicada no blogue Depois Falamos)
Dom Afonso Henriques terá sido, muito provavelmente, o mais ilustre de todos os ilustres vimaranenses e, quiçá, de todos os portugueses.
Não fora ele, e a determinação que teve durante toda a sua vida, e hoje estaríamos reduzidos a uma mera província espanhola, provavelmente mais pobre e atrasada do que a própria Andaluzia.
Contra tudo e contra todos, mesmo contra os do seu próprio sangue, Afonso Henriques haveria de lograr os seus intentos.
E o seu pensamento era só um - conseguir a independência do Reino de Leão.
Na sua cabeça, uma miríade de imagens onde proliferavam as de castelos e escudos, mas principalmente a imagem do território que haveria de conquistar pelo fio da espada.
Não obstante todos estes pensamentos, era a fundação de uma nova nacionalidade, a verdadeira menina dos seus olhos.
Por isso, e para isso, nunca Afonso Henriques enjeitou uma batalha durante toda a sua vida, ainda que todas as circunstâncias pudessem estar contra si.
Nunca Afonso Henriques virou a cara à luta.
Não virou quando teve de enfrentar os cinco reis mouros na batalha de Ourique, nem mesmo quando Geraldo Sem Pavor o convenceu a enfrentar uma batalha impossível – a da conquista de Badajoz.
É esta coragem e esta tenacidade que ainda hoje conseguimos encontrar nas gentes de Guimarães, orgulhosas das suas tradições e do seu passado, nunca descurando contudo a construção do seu futuro.
Conquistamos o direito de ser, durante 1 ano, uma das duas Capitais Europeias da Cultura, desiderato apenas alcançado antes, por Lisboa e Porto.
Contra todas as circunstâncias e probabilidades, contra tudo e contra todos, Guimarães, como outrora Afonso Henriques, conseguiu vencer uma batalha em que tão poucos acreditavam.
E é aqui que se encontra a prova de que foi a Guimarães e aos vimaranenses que Afonso Henriques deixou o seu legado.
Enquanto outros se entretêm a discutir o local onde nasceu, os vimaranenses demonstram diariamente serem eles os verdadeiros herdeiros do espírito guerreiro e conquistador d’El-Rei D.Afonso Henriques.
Mas não foi apenas isso que a cidade conseguiu.
Querendo ir sempre mais além, os vimaranenses fazem agora questão de mostrar aos Velhos do Restelo, aos cépticos e aos invejosos, que não foi por mero acaso que conquistamos esse direito.
Conquistamo-lo porque acima de tudo o merecemos.
A verdade é que, com um orçamento infinitamente mais pequeno do que o das outras CEC portuguesas, já estamos a dar uma verdadeira lição sobre o modo como deve ser vivida uma Capital Europeia da Cultura. Não pela força do dinheiro, mas antes pela força e pelo entusiasmo de quem quer participar activamente nesta manifestação cultural.
Guimarães não se limita a assistir. Guimarães faz questão de participar.
Fosse El-Rei ainda vivo, e estaria com toda a certeza orgulhoso do seu povo - o povo de Guimarães...
José Rialto
(caricatura publicada no blogue Humorgrafe)
Fontes de pesquisa:
Fotografia de estátua de Dom Afonso Henriques (em Guimarães)
Eduardo Manuel de Almeida Júnior nasceu em Guimarães, no dia 3 de Fevereiro de 1884.
Estudou no Colégio de S. Dâmaso (actual Convento da Costa) e licenciou-se em Direito pela Universidade de Coimbra.
Eduardo de Almeida foi sempre um inconformado, o que o levou a escrever, ainda em Coimbra e em parceria com Alfredo Pimenta, um polémico folheto intitulado “Burgo Podre” (1902).
Por esta altura, Eduardo de Almeida era já um republicano convicto. Foi-o sempre.
Depois de regressar a Guimarães, veio a revelar-se um causídico extremamente competente. Um dos casos mais famosos que defendeu, e venceu, foi o de Antónia de Macedo. “Tiça” (como era mais popularmente conhecida) era acusada de triplo infanticídio, mas a brilhante defesa de Eduardo de Almeida foi tão eloquente que acabou por ser absolvida de todos os crimes de que era acusada.
Em 1909 foi para o Porto, onde abriu um escritório de advocacia com Alfredo Pimenta.
Com a instauração da República, regressou a Guimarães, onde veio a ser o primeiro Administrador do Concelho, do novo regime.
Foi Deputado por Guimarães e, mais tarde, Chefe de Gabinete do Ministro das Finanças do Governo de Bernardino Machado.
Após se ter retirado da política activa, em 1915, foi redactor-principal do jornal O Republicano e Director d’ O Povo de Guimarães (1931).
Depois de 1910, a Sociedade Martins Sarmento (SMS) atravessou um longo período de crise gerado, não só pelos graves conflitos ocorridos entre a sua Direcção e a Câmara Municipal, mas essencialmente motivado por uma postura retrógrada, e ostensivamente anti-Republicana.
Só em 1921, com a nomeação de Eduardo de Almeida como Presidente da Direcção, a SMS foi capaz de recuperar o seu fulgor, reassumindo o seu papel fundamental na dinamização cultural da cidade, na defesa do património histórico, arqueológico e artístico, e de voltar a ser o principal promotor de instrução popular.
Com Eduardo de Almeida, a SMS recuperou finalmente o seu enorme prestígio, dando início a um novo ciclo que permitiu que a sociedade seja aquilo que é hoje.
Foi também nesta altura que se retomou a publicação da Revista de Guimarães.
Em 1926 terminou o seu mandato, e foi proclamado Sócio Honorário, pelos “relevantes serviços prestados”.
Voltou a ser Presidente da Direcção entre 1929 e 1931, e ainda em 1945 e 46.
Eduardo de Almeida foi um notável orador. O discurso que proferiu aquando das comemorações do centenário do nascimento de Martins Sarmento (hiperligação no final do artigo), é disso um claro exemplo.
Eduardo de Almeida foi também um escritor, tendo sido autor de algumas obras de ficção (entre elas, “A Lama”, em 1905). Colaborou com várias publicações periódicas e escreveu o seu primeiro artigo na Revista de Guimarães, em 1906. Dedicou-se aos estudos jurídicos e sociológicos. Fez investigação histórica, e publicou uma notável série de estudos dedicados à história de Guimarães.
Eduardo de Almeida morreu em 1958, estando sepultado no cemitério da Atouguia, ao lado de dois outros grandes escritores portugueses – Carlos Malheiro Dias e Raul Brandão.
Fernão Rinada
(caricatura publicada no blogue Humorgrafe)
Fontes de pesquisa:
No cinquentenário da morte de Eduardo de Almeida
Eduardo de Almeida no centenário de Martins Sarmento
Joaquim António dos Santos Simões nasceu em Penela, em 12 de Agosto de 1923.
Foi, durante toda a sua vida, um grande dinamizador cultural.
Por volta dos seus vinte anos, iniciou-se no teatro e no associativismo académico. Colaborou na reconstituição da Filarmónica de Espinhal.
Foi também nesta altura que iniciou a sua intervenção política, participando no movimento estudantil de então, e escrevendo no Diário de Coimbra sob o pseudónimo de Argos.
Licenciou-se em Ciências Matemáticas e Engenharia Geográfica.
Foi Director, encenador, ensaiador e actor, no Teatro dos Estudantes da Universidade de Coimbra.
Em 1948, apoiou a candidatura do General Norton de Matos, à Presidência da República.
Aos 34 anos, Santos Simões veio para Guimarães, para leccionar Matemática.
Foi fundador e dinamizador do Círculo de Arte e Recreio, do Cineclube de Guimarães, do Teatro de Ensaio Raul Brandão, da Cercigui e do Infantário Nuno Simões.
A sua intervenção política de esquerda fez com que acabasse por ser preso, em 1968, pela PIDE. Desde então, e até ao 25 de Abril, não mais o Estado Novo lhe permitiu que voltasse a leccionar.
Foi candidato pelo CDE à Assembleia Nacional, pelo círculo de Braga.
Após a revolução, participou na fundação de um novo partido de esquerda – o MDP/CDE –, integrando os seus órgãos directivos nacionais. O seu nome chegou mesmo a ser proposto para Governador Civil e para a pasta de Ministro da Educação, mas António Spínola recusou-o pelo facto de ser comunista.
Escreveu livros de intervenção política, mas também escreveu algumas peças de teatro.
Integrou a Comissão instaladora da Universidade do Minho e, em 1986, foi nomeado para o seu Senado.
Foi Presidente da Sociedade Martins Sarmento (a partir de 1990), tendo sido responsável pela instalação do Museu de Cultura Castreja (em Briteiros) e pela concretização da Casa de Sarmento (Centro de Estudos do Património).
Joaquim António dos Santos Simões faleceu em 2004, alguns dias depois de o seu nome ter sido atribuído à Escola Secundária de Veiga.
Embora não fosse natural de Guimarães, muito a cidade ficou a dever a Santos Simões. O panorama cultural da nossa cidade seria bem diferente sem a sua intervenção.
E nenhum outro dia poderia ser mais apropriado do que o 25 de Abril, para evocar a memória deste ilustre vimaranense…
Fernão Rinada
(caricatura publicada nos blogues Depois Falamos, Humorgrafe e Memórias de Araduca)
Fontes de pesquisa:
Alfredo Augusto Lopes Pimenta nasceu em Guimarães, no dia 3 de Dezembro do ano de 1882.
Licenciou-se em Direito pela Universidade de Coimbra.
Foi conservador do Arquivo Nacional da Torre do Tombo e, a partir de 1931, Director do Arquivo Municipal de Guimarães. Foi sócio fundador do Instituto Português de Arqueologia, História e Etnografia, e da Academia Portuguesa da História.
Alfredo Pimenta foi um político activo e muito polémico. Inicialmente anarquista, foi depois republicano, e mais tarde monárquico convicto… e “doutrinador”.
Tornou-se um acérrimo defensor do salazarismo, do fascismo e do nazismo.
Apesar da sua relação muito próxima com Salazar, nunca Alfredo Pimenta perdeu o seu sentido crítico, o que fica bem demonstrado pelas frequentes críticas que tecia ao Estado Novo, extremamente incisivas e, por vezes, até violentas.
Foi um político teórico extremamente polémico, mas foi essencialmente um notável historiador. O seu trabalho mais importante foi desenvolvido na investigação da História do período Medieval.
Alfredo Pimenta era um apaixonado pela sua cidade. Escreveu assim, acerca da nossa terra…
“Quando o pequenino, liliputiano comboio chega ao Cavalinho, desdobra-se, quase de improviso, diante dos nossos olhos, em anfiteatro, a paisagem sintética de Guimarães, - a minha querida, a minha adorada terra. Lá em cima, enegrecido do Tempo e da Saudade, o Castelo, altaneiro, vigilante, sentinela robusta e leal, é a página do Passado heróico, combativo, audaz. Cá em baixo, perto de nós, chaminés fumegantes de fábricas ruidosas são a página do futuro progressivo, transformador, e misterioso. Espalhadas na paisagem citadina, rompendo do amontoado das casas, as torres das igrejas são a página da Fé eterna. E para a esquerda, aquela mancha acinzentada, e para a direita certo convento solitário, ou, melhor, para a esquerda, a Sociedade de Martins Sarmento, e para a direita o Convento da Costa são os indicativos das preocupações intelectuais da minha terra.”
Este ilustre vimaranense era também um poeta, tendo sido autor de dois livros de poesia.
Alfredo Pimenta faleceu em 1950.
Dois anos depois da sua morte, o Arquivo Municipal passou a designar-se Arquivo Municipal Alfredo Pimenta, em virtude da sua longa ligação a esta instituição, mas principalmente como reconhecimento pela sua notoriedade, enquanto historiador, político e poeta.
Foi afinal a homenagem que se impunha…
Fernão Rinada
(caricatura publicada nos blogues Humorgrafe e Memórias de Araduca)
Fontes de pesquisa:
“Um dia, sem sabermos bem porquê, vemo-nos impelidos por uma corrente que determina o nosso percurso.”
Alberto Sampaio
Alberto da Cunha Sampaio nasceu em Guimarães, no dia 15 de Novembro de 1841.
Estudou em Vila Nova de Famalicão, em Braga e licenciou-se em Direito, na Universidade de Coimbra.
Em 1869, integrou a filial de Guimarães da Associação Arqueológica de Lisboa. Em 1873, foi um dos fundadores da Companhia dos Banhos de Vizela, subscrevendo, no ano seguinte, o contrato para o aproveitamento das nascentes das águas medicinais de Vizela e para a construção do estabelecimento de banhos.
Esteve intimamente ligado à fundação da Sociedade Martins Sarmento, tendo sido proclamado seu sócio honorário, em 1891.
Alberto Sampaio foi a alma mater da Grande Exposição Industrial de Guimarães (1884), promovida pela mesma Sociedade Martins Sarmento.
Tentou então enveredar por uma carreira política, apresentando-se como candidato a deputado pelo Círculo de Guimarães. No entanto, perdeu essa eleição para João Franco, com apenas 3% dos votos. Em 1892, recusou o lugar de deputado, dizendo…
"Céptico, excêntrico, cada vez mais separado do mundo, nada tenho que fazer em Lisboa, como representante de quaisquer eleitores"
Em 1887, colaborou com Oliveira Martins no Projecto de Lei de Fomento Rural.
Mas foi como historiador que Alberto Sampaio mais se notabilizou.
Foi pioneiro da história económica e social, sendo autor dos primeiros estudos de história agrária em Portugal, com a publicação do primeiro artigo da série “A propriedade e a cultura do Minho” (na Revista de Guimarães, em 1885) a que deu continuidade, mais tarde, com obras como “As vilas do Norte de Portugal”. Alberto Sampaio deu ainda um forte impulso aos estudos sobre o desenvolvimento marítimo, ao escrever textos como “O Norte marítimo” e “As Póvoas Marítimas do Norte de Portugal”.
No início de 1900, após as mortes de Martins Sarmento e do seu irmão (José Sampaio), retirou-se para a sua casa de Famalicão, onde viria a falecer em 1908, com 67 anos de idade.
Em 1923, Luís de Magalhães publicou o essencial da sua obra científica, numa colectânea em dois volumes – “Estudos Históricos e Económicos”.
A importância do trabalho desenvolvido por Alberto Sampaio foi reconhecida pela sua cidade, que resolveu atribuir o seu nome a uma das suas principais avenidas, e também ao Museu que inaugurou no ano de 1928. Alberto Sampaio tem um monumento, erigido em sua honra e memória, no largo dos Laranjais.
Braga resolveu também prestar-lhe homenagem, dando o nome de Alberto Sampaio a uma das suas escolas secundárias, e Vila Nova de Famalicão fez o mesmo em relação ao seu Arquivo Municipal.
O etnógrafo Luís Chaves disse a seu respeito que…
“foi um historiador completo. Escreveu a História com arte e imaginação”
Alberto Sampaio deu uma nova perspectiva ao modo de escrever a História. A esse respeito, escreveu Jaime de Magalhães Lima…
“Grandes individualidades puderam formar e reger grandes governos, mas só a grandeza dos povos significará e alimentará a grandeza das nações. O primeiro acto de uma nova e mais justa concepção da história nacional será libertar-nos do fetichismo das individualidades e contemplarmos as energias da grei, tal qual aprendemos na lição magnífica que Alberto Sampaio nos legou”…
Fernão Rinada
(caricatura publicada nos blogues Humorgrafe e Memórias de Araduca)
Fontes de pesquisa:
Alberto Sampaio, notas biográficas
João Ferreira Franco Pinto Castelo Branco nasceu no Fundão, a 14 de Fevereiro de 1855.
João Franco foi um dos principais protagonistas da política nacional, na fase final da monarquia constitucional.
Licenciado em Direito, ocupou vários cargos na magistratura judicial (delegado do procurador régio), nas alfândegas e no Tribunal Fiscal e Aduaneiro.
Em 1884, foi eleito deputado às Cortes, pelo Círculo Eleitoral de Guimarães.
Logo após a sua chegada às Cortes, João Franco teve um papel preponderante na defesa de Guimarães, no chamado “conflito brácaro-vimaranense”.
A propósito deste conflito, deu voz às pretensões vimaranenses, propondo a desanexação de Guimarães do distrito de Braga, e sua inclusão no do Porto…
“Senhores, a rivalidade tradicional e existente entre os concelhos de Braga e de Guimarães é um facto geralmente sabido por todos ou quase todos os membros desta câmara. Essa rivalidade agravou-se, chegando ao seu maior grau de intensidade, com os acontecimentos ocorridos na cidade de Braga, no dia 28 de Novembro último (NDR: 1885), que não é preciso relatar, por sobejamente conhecidos e geralmente lamentados. Urge, pois, a adopção de um mediar, que, pondo fim ao mal-estar recíproco dos dois concelhos rivais, favoreça a indispensável harmonia entre os mesmos concelhos e os seus respectivos distritos. A desanexação do concelho de Guimarães do distrito administrativo de Braga, para de futuro ficar pertencendo ao do Porto, parece-me ser a única aconselhada como satisfazendo plenamente àquele intuito.”
Embora esta pretensão nunca tenha chegado a ser satisfeita, João Franco conseguiu pelo menos garantir que fosse concedida, a Guimarães, a autonomia administrativa.
Ocupou várias pastas ministeriais, como a da Fazenda, a das Obras Públicas, a da Instrução Pública e Belas Artes, e finalmente a pasta do Reino.
Foi João Franco quem concedeu a autonomia administrativa aos ex-distritos do arquipélago dos Açores.
Por discordâncias insanáveis com Hintze Ribeiro, abandonou o Partido Regenerador, e formou o Regenerador Liberal.
Em 1906, foi eleito por este novo partido, e chegou à Presidência do Conselho de Ministros, cargo que ocupou até Fevereiro de 1908 (três dias depois do regicídio de D.Carlos e do Príncipe Herdeiro Luís Filipe).
João Franco foi agraciado com a Grã-Cruz e a Comenda da Ordem da Torre e Espada, por serviços distintos e relevantes.
Fernão Rinada
(caricatura publicada nos blogues Humorgrafe e Memórias de Araduca)
Fontes de pesquisa:
Este cartoon esteve presente na exposição 007 Ordem para Humorar, na qual participei a convite do seu organizador - Osvaldo Macedo de Sousa.
A mostra teve lugar no CNBDI da Amadora, e foi inaugurada no dia 7 de Julho de 2007 (7/07/007).
(cartoon publicado no Humorgrafe, no 007 James Bond em Portugal e no Jornal de Matosinhos)
A Marioneta Pink Floyd foi a última da série As Marionetas de Mestre Pinócrates, série que foi desenhada para o Jornal de Matosinhos.
Participei, com este cartoon, no Prémio Stuart de Desenho de Imprensa, em 2008...
(cartoon publicado no Jornal de Matosinhos)
A segunda das Marionetas de Mestre Pinócrates. Trata-se do Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.
(cartoon publicado no Jornal de Matosinhos)
contexto histórico
A Marioneta de Pinho é a primeira da série As Marionetas de Mestre Pinócrates, que desenhei para o Jornal de Matosinhos.
Participei, com este cartoon, no Prémio Stuart de Desenho de Imprensa, em 2007...
(cartoon publicado no Jornal de Matosinhos)
contexto histórico
Da esquerda para a direita: Luís Amado (Ministro dos Negócios Estrangeiros), Maria de Lurdes Rodrigues (Ministra da Educação), Manuel Pinho (Ministro da Economia), Teixeira dos Santos (Ministro das Finanças) e Vieira da Silva (Ministro do Trabalho).
Participei, com este cartoon, no IX Porto Cartoon World Festival, em 2007...
ligações familiares
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