Sexta-feira, 19 de Março de 2010
a Hora da Verdade...

Apesar de ainda não ter obra feita, Manuel Pinto Brasil (MPB) tem a incomparável vantagem, sobre o seu oponente, de ainda não se lhe conhecer qualquer obra desfeita.

Ao contrário da lista B, em que apenas Emílio Macedo da Silva (EMS) parece ter direito a voz activa, a lista A vale pelo seu todo. E é aqui que reside uma das grandes diferenças entre as duas listas.

E a diferença é tão gritante que EMS não teve outra solução que não fosse a de evitar a todo o custo qualquer debate entre os Vice-Presidentes de ambas as listas. Se aceitasse esse desafio, as suas consequências seriam avassaladoras e deitariam por terra as poucas possibilidades que ainda parecem restar à lista B.

 

Luís Cirilo é o Vice-Presidente para o futebol, e será com toda a certeza uma das apostas mais seguras desta lista. Homem esclarecido, de fortes convicções, vitoriano de alma e coração, comprometido com toda a massa associativa pelos inúmeros artigos de opinião que tem publicado, tanto na blogosfera como na imprensa escrita. Eloquente no seu discurso, será com toda a certeza a face mais visível desta Direcção. Luís Cirilo será sempre um garante da defesa da honra do clube e da sua massa associativa. Com Luís Cirilo, estou realmente convencido que o lamentável episódio do estádio do Dragão até poderia voltar a repetir-se, mas não voltaria com toda a certeza a ficar sem resposta.

 

Luís Alves foi o homem escolhido para Vice-Presidente para a área financeira. Um homem que tem o discurso convincente de quem sabe aquilo que está a dizer e a fazer. Luís Alves dá mostras de ser conhecedor da realidade financeira do clube, embora apenas daquela que lhe é permitida saber pela actual Direcção do Vitória. É lamentável que não seja possível ouvir a sua análise global, mas essa responsabilidade terá de ser totalmente imputada a EMS. Também ele eloquente na forma como aponta as medidas que deverão ser implementadas para ultrapassar a débil situação financeira do clube, Luís Alves parece ser o homem certo no lugar certo.

 

Para Presidente da Assembleia Geral, foi escolhida uma personalidade consensual. Já com alguma experiência directiva, apesar de ser relativa a um clube de incomparável menor dimensão, o Padre Antunes parece ser uma excelente aposta para se conseguir dignificar as Assembleias Gerais do Vitória, sempre tão polémicas e agitadas.

 

 

E então, afinal, quais são as opções que estão em jogo, agora que está tão próxima a hora da verdade?


De um lado, temos a figura autocrática de EMS, o paradigma do eucalipto que tudo seca em seu redor, para quem a restante equipa directiva se esgota no seu efeito decorativo, e de quem me dispensarei de fazer mais quaisquer considerações (ler o artigo "Coroa de glória ou de espinhos").

 

Do outro lado temos a lista A, uma equipa na verdadeira acepção do termo, em que cada elemento já deu mostras de estar consciente de ser "apenas" uma peça de uma complexa engrenagem, que necessitará que todos cumpram com rigor o seu papel para que ela possa funcionar em toda a sua plenitude.

A ideia com que se fica, no fim desta campanha, é a de que, com a lista A, estamos perante uma equipa esclarecida, conhecedora da realidade e com ideias muito concretas das soluções necessárias para a enfrentar e ultrapassar a débil situação financeira em que EMS deixa o Vitória no fim deste seu mandato. Com a lista A, temos a esperança de que o Vitória possa finalmente ser lançado no patamar que é seu por direito próprio e que há muito faz por merecer através da enorme dedicação, de uma massa associativa e de toda uma cidade, sem par no panorama desportivo e social nacional.

Esta lista é acusada, pelos seus detractores, de não ter experiência nem tão pouco obra feita.

É verdade, mas como poderia ela ter? Será possível mostrar resultados antes mesmo de se começar a trabalhar? Obviamente que não. No entanto, já mostraram que estudaram a situação do clube e até já têm uma visão concreta e uma estratégia montada, muito bem corporizada num programa eleitoral realista e responsável, e que tem sido explicado à exaustão a quem quer ser elucidado, comparecendo às inúmeras sessões de esclarecimento realizadas nesta últimas semanas..

Não merecerá esta lista, o mesmo voto de confiança e de esperança que esses mesmos detractores deram a EMS quando há 3 anos se candidatou às eleições, também ele na altura sem obra feita no Vitória?

Qual era o trabalho então apresentado por EMS?

Aquilo que EMS pediu nessa altura, foi exactamente o mesmo que MPB pede agora, mas com a incomparável vantagem de alicerçar as sua pretensões num projecto bem mais credível.

Nestas eleições, aquilo que está em causa não é trocar o certo pelo incerto, como alguns fazem questão de alegar, os mesmos que não têm outro argumento para apresentar que não seja a experiência de 3 anos de EMS, uma experiência com muitos êxitos desportivos, é verdade, mas também recheada de desconsiderações e desrespeito pela massa associativa, por falsas ilusões e até mesmo por mentiras.

Aquilo que realmente está em causa não é trocar o certo pelo incerto, mas sim trocar o errado pelo incerto, mas por um incerto repleto de sinais e evidências que nos fazem ter esperança num futuro bem melhor.

 

Apesar de MPB não ter exactamente o perfil que eu gostaria de ver num Presidente do Vitória, a verdade é que se lhe devem reconhecer dois méritos: a coragem de se apresentar a votos, e o engenho que teve de se fazer rodear de um elenco directivo de verdadeiros vitorianos (sem outras paixões clubísticas, nacionais), que poderá muito bem ser a alma daquilo que há tanto tempo sonhamos para o nosso clube.

 

É essa a minha convicção.

É por isso que, no dia 20, eu votarei na lista A...


José Rialto

 

(cartoon publicado no Dom Afonso Henriques e no Depois Falamos)



publicado por Miguel Salazar às 00:48
"link" do artigo | o seu comentário | ver comentários (7) | favorito

Segunda-feira, 15 de Março de 2010
Coroa de glória ou de espinhos ?...

 

Chegou a ser uma coroa de glória (igual à de Manuel Cajuda)...

No final da época de 2007/2008, um ano depois da sua eleição, a gestão de Emílio Macedo atingiu o seu auge, com a histórica qualificação para a Liga dos Campeões.

Durante esse primeiro ano de mandato, EMS conseguiu fazer o clube regressar à primeira divisão, e aí alcançar o terceiro lugar, culminando com o acesso à última pré-eliminatória da liga milionária. Nesse período, o voleibol foi campeão nacional, o basquetebol venceu a Taça de Portugal, o pólo aquático subiu à divisão principal e tivemos ainda vários títulos mundiais no kickboxing. Não sei qual foi o real papel de EMS em tudo isto, mas devemos reconhecer-lhe, no mínimo, o mérito de ter permitido que tal acontecesse.

A partir desta altura, ainda se fizeram (ou permitiu-se que acontecessem) coisas muito positivas, como a honrosa e inédita participação na Liga dos Campeões de voleibol, o título de vencedores da Taça de Portugal (também em voleibol), e ainda mais uma série de títulos nacionais, europeus e mundiais, no kickboxing.

Em tudo isto, deve ser reconhecido o respectivo mérito a EMS e à sua gestão.

Mas também foi neste último ano e meio, que EMS e a sua gestão entraram naquilo a que poderíamos chamar um ciclo negro da vida do nosso clube, em que prevaleceu a mentira, a falta de transparência e o laxismo na defesa da honra do clube e da sua massa associativa.

Tudo começou com uma impensável colagem ao Benfica, na ilusão que lhes foi vendida de assim garantir uma entrada directa na Liga dos Campeões, apostando no afastamento do FCPorto. Foi um enorme erro estratégico de EMS, que assim começou a comprometer a formação de um plantel suficientemente forte para enfrentar um adversário que quis a sorte que fosse até bastante acessível - o Basileia. A verdade é que o plantel era manifestamente mais fraco do que o da época anterior, o que acabou por comprometer a entrada na liga milionária. Por isso, o Vitória perdeu mais de cinco milhões de euros, montante que equivalia nessa altura a mais de metade do passivo do clube. Muitos são aqueles que responsabilizam o árbitro assistente do jogo de Basileia pela nossa eliminação, e é bem verdade que se não fosse esse roubo de catedral, o Vitória ter-se-ia apurado. Mas então os primeiros 175 minutos dessa eliminatória, não deveriam ter sido suficientes para a conseguir resolver, e não ficar à mercê das arbitrariedades do jogo e da desonestidade daquele "bandeirinha"? Ou será que simplesmente a equipa não era capaz de fazer melhor? Reduzir a responsabilidade desse fracasso apenas à equipa de arbitragem é querer branquear a falta de visão estratégica e a incompetência de EMS na planificação da época e na construção do plantel.

A preparação dessa eliminatória da Liga dos Campeões, exigia um forte investimento na formação do plantel. Esse investimento traria ao clube um retorno quase imediato, e EMS acobardou-se com um risco que só muito dificilmente algum dia voltará a ser tão pequeno. Na iminência de ganhar mais de cinco milhões de euros, EMS poderia ter investido com segurança quase esse mesmo valor. Se o tivesse feito, com certeza não teríamos ficado à mercê daquele "bendito" bandeirinha.

EMS não esteve à altura das exigências da Liga dos Campeões.

A verdade é que EMS não está à altura das exigências de um clube como o Vitória.

Mas voltando aos erros estratégicos do actual Presidente, então o que dizer do famoso protocolo com o Benfica?

E o que dizer das muitas promessas eleitorais que não se cumpriram (redução do passivo, construção de pavilhões, entre outras)?

E acerca da ruinosa estratégia na venda de jogadores?

E sobre a falta de visão na renovação de contratos com elementos fundamentais do plantel?

Mas, apesar de tudo, estes erros ainda são os menos graves.

Os mais graves têm a ver com a falta de honestidade que teve com os sócios.

Grave foi o facto de termos andado a ser enganados meses a fio com a valia do plantel e com as promessas de jogadores que deveriam ter chegado em Dezembro e que nunca chegaram. Foi exactamente nesta altura, que decidi que EMS jamais veria o meu voto, se por acaso tivesse a ousadia de se recandidatar. Para mim, como para muitos outros, EMS já estava "morto" e ainda não tinha dado por isso. Era esse o sentido do cartoon "Achmed, the dead terrorist", e não o de o considerar como um terrorista, como de resto chegou a ser comentado (enfim...).

Não é admissível que um Presidente engane quem o elegeu, e com quem é suposto ser honesto e verdadeiro.

Grave foi a passividade que mostrou na defesa da nossa honra (clube e adeptos), quando assistiu sem reacção digna desse nome, ao triste espectáculo com que o FCPorto nos recebeu (a nós e a ele próprio) no Estádio do Dragão.

Grave foi a falta de respeito que mostrou ter pelos sócios, pagantes e com lugar cativo, quando decidiu unilateralmente e sem dar satisfações a quem quer que seja, vender esses lugares aos adeptos do Benfica.

Este comportamento de EMS em relação à massa associativa, é absolutamente inaceitável, e não pode ser relevado por muitos que possam ter sido os seus méritos na fase inicial do mandato.

 


 

 

 

  

 

  

 

 

Se a coroa é de glória ou de espinhos?

 

Foi de glória, certamente, feita de estrelas brilhantes e reluzentes, talhadas em prata da Liga dos Campeões.

 

Mas EMS fez questão de virar cada uma dessas oito estrelas, uma após a outra, até que todas elas se pudessem enterrar bem fundo na sua cabeça, transformando essa coroa de glória naquilo que ela é hoje - uma verdadeira coroa de espinhos.

Para ele e para todos nós...        

 

                                   José Rialto

 

(artigo publicado no sítio da Associação Vitória Sempre e no Dom Afonso Henriques)



publicado por Miguel Salazar às 19:58
"link" do artigo | o seu comentário | ver comentários (11) | favorito


procurar cartoons
procurar por nome/palavra
 
desenhos mais recentes

a Hora da Verdade...

Coroa de glória ou de esp...

arquivo de desenhos
tudo sobre
tudo sobre
para explorar o blogue
acerca de nós