Hoje, José Pedrosa foi o convidado de Sérgio Sousa no programa "Reverso da Medalha" do canal 2 da Sport TV.
Entre os muitos sucessos deste jogador de voleibol (de pavilhão e de praia), ganha particular relevância a recente conquista da medalha de ouro de Voleibol de Praia dos 2os Jogos da Lusofonia (em Lisboa), tendo como companheiro de equipa o internacional Hugo Gaspar.
A este propósito, tinha eu desenhado um cartoon referente à vitória desta dupla, sobre os lendários Miguel Maia e João Brenha, no jogo das meias-finais.
Foi este cartoon que passou na Sport TV 2, durante a entrevista a José Pedrosa...
A história conta-se muito rapidamente...
Decorria o primeiro jogo das meias finais do Campeonato Nacional de Voleibol de Praia, entre as duplas Gaspar-Pedrosa e Kibinho-Roberto Reis, quando o inusitado aconteceu.
Em determinada altura, o inefável Roberto Reis decidiu, uma vez mais, reclamar exuberantemente de uma decisão que lhe era desfavorável.
Sem se saber ao certo se por estar absolutamente convicto da justeza das suas pretensões ou não (nunca se sabe*), eis que RR levanta as mãos ao céu bem acima da sua cabeça, e suplica (é mesmo este o termo) ao árbitro com uma intrigante familiaridade, “por amor de Deus, chama-o”, referindo-se ao 2º árbitro que na altura teria alegadamente uma opinião diferente.
Para desespero do espinhense, o árbitro negou-lhe a sua pretensão, não sem antes sermos brindados com mais alguns segundos de exuberância de RR.
Mais do que o ridículo da própria situação, que provocou uma enorme gargalhada nas bancadas, aquilo que me levou a divagar um pouco sobre o assunto foi tentar perceber o que poderá estar subjacente a este tipo de atitudes.
Estará o inefável RR realmente convencido que se transmite por osmose o estatuto de que Miguel Maia e o Sporting de Espinho gozam junto dos árbitros e da própria Federação, e que lhes permite normalmente um tratamento de excepção?
A minha convicção é que sim e que não.
Que “sim” porque acredito mesmo que ele tenha a pretensão de assim pensar, e que “não” porque na realidade não me parece que RR goze desse estatuto, e dos seus inúmeros benefícios.
E é por isso que, fora do seu clube, e “apenas” com Kibinho por companheiro, as coisas tornam-se um pouco mais difíceis.
Abandonado à sua real valia, e sem ajudas suplementares, ser campeão no Voleibol de Praia tornou-se um pouco mais difícil.
Talvez por isso, só tenha conseguido mesmo a 3ª posição…
José Rialto
* É bem conhecido aquele episódio em que mais uma vez RR reclamava, com a mesma convicção de sempre, de uma decisão da dupla de arbitragem e quando alguém, após o insucesso da interpelação, o indagava sobre a pertinência da sua atitude, uma vez que aquilo que RR reclamava era um enorme disparate, o inefável RR respondeu com uma piscadela de olho e um sorriso maroto “eu sei, eu sei, mas não custa nada tentar!”
(caricatura publicada no Voleibol de Praia)
Foi assim a prestação de José Pedrosa e Hugo Gaspar, nestes Jogos da Lusofonia, particularmente na partida das meias finais contra Maia e Brenha – uma prestação que mais pareceu um autêntico rolo compressor…
Venceram categoricamente, e convenceram mesmo os sempre cépticos e “entendidos” comentadores televisivos.
O modo como Maia e Brenha foram destronados, foi inesperado, foi brusco, e foi até um pouco cruel. A dupla de Espinho tinha a legítima ilusão de vencer estes Jogos da Lusofonia, para assim fecharem com chave de ouro uma carreira desportiva a todos os títulos notável, repleta de êxitos na mais alta roda do voleibol de praia mundial.
E não o conseguiram “apenas” porque Pedrosa e Gaspar foram absolutamente avassaladores.
Para uma dupla que já conseguiu atingir este nível exibicional ao fim de apenas dois meses e meio de treinos conjuntos e logo à terceira prova em que participa, só se poderá mesmo augurar-lhes um futuro no mínimo… auspicioso.
Pedrosa e Gaspar, parecem ter tudo aquilo que é necessário para conseguir construir uma carreira como a dos seus oponentes. Não será fácil, nem o conseguirão fazer sem muito trabalho, esforço, dedicação e um enorme espírito de sacrifício.
Pedrosa e Gaspar, estarão com toda a certeza cientes da longa caminhada que os espera, porque são humildes e porque são inteligentes.
Por todas estas razões, para esta dupla, só mesmo o céu poderá ser o limite…
José Rialto
(cartoon publicado em Voleibol de Praia, Joaquim Teixeira 72, Pedrosa-Gaspar Beach Volley, Hugo Gaspar)
(cartoon mostrado no programa "Reverso da Medalha", com José Pedrosa, na SportTV2 a 6 Outubro 2009)
A final da 1ª etapa do Circuito Nacional de Voleibol de Praia pôs frente a frente os neófitos Gaspar e Pedrosa, e os vice-Campeões Nacionais em título, Roberto Reis e Kibinho.
Não foi, nem poderia ter sido, uma partida fácil e portanto não foi por aqui que a novel dupla – Gaspar e Pedrosa –, conseguiu vencer esta final… “com uma perna às costas”.
É que, em boa verdade, não se trata de nenhum eufemismo, eles venceram realmente com uma perna às costas (a de Gaspar).
Eu passo a explicar…
Depois de uma vitória no primeiro “set”, quando Gaspar e Pedrosa já venciam o segundo por 14-11, eis que no calor de mais uma jogada bem disputada, Gaspar cai mal sobre o seu pé direito, lançando-se de imediato ao chão contorcendo-se com dores.
Nesta altura, temeu-se o pior.
Num torneio cuja organização não dispunha de assistência médica ou de enfermagem, que não tinha um fisioterapeuta nem um massagista, que não dispunha de uma ambulância, nem tão pouco de material de primeiros socorros, valeram os cuidados do seu próprio colega de equipa – o Fisioterapeuta José Pedrosa –, e a solidariedade de todos os colegas e adversários.
É incompreensível e inaceitável esta falta de condições, numa prova que tem ainda a agravante de ser oficial.
Nem sequer dispunham de sanitários !...
Mas foi bonita de ver a solidariedade que se gerou em torno deste infortúnio.
E Gaspar recusou-se a desistir. Apesar de todo o sofrimento que estava bem estampado na sua máscara de esforço e de sacrifício, numa atitude do mais puro altruísmo, fez questão de prosseguir a partida com uma imobilização funcional, que de funcional só tem o nome quando se trata de um jogo de vólei de praia.
Aquilo que estava em causa era, não só a vitória na etapa, mas também o lugar de acesso aos Jogos da Lusofonia, e Gaspar não quis comprometer a participação do seu colega, mesmo que para tal fosse necessário pôr em risco a sua própria integridade física.
Pois, apesar de todos estes infortúnios e limitações, o jogo prosseguiu e ficou bem patente que a solidariedade da equipa adversária terminara no momento em que a bola voltara a voar.
Mas que ninguém veja nestas palavras qualquer tipo de crítica ou censura à postura de Roberto e de Kibinho. Era perfeitamente lícito que a dupla vice-Campeã Nacional continuasse a lutar com todas as suas armas para tentar atingir os mesmos objectivos de Gaspar e Pedrosa..
E isso passaria obrigatoriamente pela exploração do então elemento mais frágil, por muito injusto que isso nos pudesse parecer. Não poderia ser de outra maneira.
As dificuldades de Gaspar eram bem patentes, mas a verdade é que apesar de tudo, mesmo sem quaisquer contemplações por parte do adversário, Gaspar e Pedrosa iam fazendo um jogo impossível, perante o desespero evidente de Roberto Reis.
Fizeram um impensável parcial de 7-7, acabando por vencer por 21-18.
Foi notável o desempenho, mas ainda mais notável foi a nobreza da atitude de Hugo Gaspar.
José Pedrosa foi muito mais feliz do que algum dia poderia imaginar, quando escolheu Hugo Gaspar para seu novo parceiro…
(cartoon publicado no Voleibol de Praia, no Joaquim Teixeira 72, no Hugo Gaspar #8 e no Pedrosa-Gaspar Beach Volley)
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