Terça-feira, 12 de Janeiro de 2016
O CONFLICTO BRACARO-VIMARANENSE...

O CONFLICTO BRACARO-VIMARANENSE

QUASI LYNCHÁRAM OS PROCURADORES VIMARANENSES

 

20160102 Conflito Brácaro Vimaranense 600dpi.jpg

Os senhôres dr. Joaquim José de Meira, commandante José Minotes e conde de Margaride, distinctos procuradores por Guimarães á Junta Geral do districto de Braga, jàmais se tinham visto n'uma afflicção tão grande como nêste dia 28 do mez de novembro do anno de 1885.

Luiz do Valle, procurador por Villa-Vêrde (embora tivesse nascido em Braga e ahí fôsse residente), estava possuido pelo demo. Entoxicado pelo gaz sulfurôso da ganância, e sustentado pelas asas do odio e da inveja, o tinhôso incitava agora o poviléu braguez contra os procuradores por Guimarães, apontandol-os e submettendol-os á ira popular. O réles populacho, envenenado por todas aquellas intrigas, irrompeu então n'uma immensa fúria, gritando blasphemias e insultando os trez illustres vimaranenses, intentando attingil-os com tudo aquillo que tinham á mão. Lama, pedregulhos, tachos, panelas, martellos, sapatos e fôrmas, tudo servia para attentar contra a vida d'elles. Quasi os lyncháram...

Mais Guimarães de Janeiro 2016

 

 

José Rialto



publicado por Miguel Salazar às 18:55
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Sábado, 28 de Setembro de 2013
Ilustres Vimaranenses (17) - Conde de Margaride…

 

 

 

 

 

 

Luís Cardoso Martins da Costa Macedo nasceu em Guimarães, a 8 de Janeiro de 1836.

1º Conde de Margaride foi Fidalgo-Cavaleiro da Casa Real, Membro do Conselho de Sua Majestade Fidelíssima, Comendador da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo e Par do Reino (por Carta-Régia, de 1881).

Luís da Costa Macedo foi Governador Civil do Distrito de Braga (1871-1877) e do do Porto (1878-1879), Procurador de Guimarães na Junta Geral do Distrito de Braga (1883-1885) e Presidente do Município (1870-1878 e 1887-1892).

Bacharel em Filosofia pela Universidade de Coimbra, foi o 9º Senhor da Casa de Margaride (S.Romão de Mesão-Frio) Foi Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Guimarães e Provedor da Real Irmandade de Nossa Senhora da Consolação e Santos Passos.

Foram visita da sua Casa do Carmo, 3 Reis (Dom Luís I, Dom Carlos I e Dom Manuel II), 2 Raínhas (Dona Maria Pia e Dona Amélia), 1 Príncipe (Dom Carlos, antes de ser Rei) e 2 Infantes (Dom Augusto e Dom Afonso).

A sumptuosidade das suas recepções e a opulência das suas mesas eram tais, que tanto Ramalho Ortigão como Camilo Castelo Branco as descreveram nas suas obras (respectivamente nas "Farpas" e nas “Noites de Insónia").

Fez várias intervenções na Câmara dos Pares.

O Conde de Margaride foi um dos envolvidos nos incidentes de Braga, a 28 de Novembro de 1885, como Procurador de Guimarães à Junta Geral do Distrito, ao lado de Joaquim José de Meira e de José Minotes. Devido a uma proposta para a criação dum curso complementar de Ciências em Braga, alguns Procuradores tiveram dúvidas sobre a oportunidade da sua criação, mas principalmente sobre os seus custos, preocupados que estavam com a conjuntura económica de então. Depois de uma tentativa fracassada de fazer passar a proposta à revelia dos três representantes de Guimarães, o Procurador de Vila Verde aproveitou para manipular o povo de Braga de maneira a quase levar ao linchamento público dos vimaranenses. A turba estava de tal modo cega pelo ódio com que tinham sido tão maliciosamente envenenados, que a desgraça só não aconteceu por mero acaso.

Depois deste conflito, que ficou conhecido por "Conflito Brácaro-Vimaranense" (ler aqui), o Conde de Margaride recusou-se a voltar àquela cidade. E desde então, os bracarenses passaram a cultivar mais um ódio sem sentido (se é que há algum que o possa ter). Anualmente, durante os festejos do Carnaval, conseguiram encontrar divertimento no acto de lançar um boneco ao rio que, segundo eles, representa... o Conde de Margaride.

A respeito do Conde, escreveu-se assim no jornal “Enthusiasta”…

“O Conde de Margaride é o primeiro cidadão nas proeminências nobiliárquicas. Mas impõe-se às considerações de simpatia e de respeito dos seus patrícios, não pelo gozo das regalias da sua graduação social, mas porque foi Sua Excelência quem as conquistou pelo mérito e trabalho próprios, e esta circunstância nunca pode ser indiferente numa terra, como a nossa, em que o trabalho se considera um dos maiores títulos de glorificação social (…) Como cidadão de Guimarães, todos conhecemos que o ilustre tem prestado ao progresso e crédito da sua terra a maior dedicação.”

É ao Conde de Margaride que Guimarães deve a manutenção da Colegiada de Nossa Senhora da Oliveira (1887-1890).

Luís da Costa Macedo, o 1º Conde de Margaride, morreu no ano de 1919.

O seu nome foi atribuído à avenida que sempre foi a principal entrada da cidade...

 

Fernão Rinada

 

Fontes de pesquisa:

Conde de Margaride, na Wikipédia

Fotografia de Luís Costa de Macedo



publicado por Miguel Salazar às 20:12
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