Sexta-feira, 25 de Agosto de 2017
Contas de Merceeiro...

(um problema de Matemática)

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O senhor Emílio tinha uma mercearia. Não tinha muito jeito para o negócio e quase a levou à falência. Não fosse o senhor Júlio ter-lhe ficado com ela, a mercearia não teria resistido à dívida que o senhor Emílio deixou. Com a compra da mercearia, o senhor Júlio herdou uma dívida de 25 milhões de euros. 

Em Dezembro do ano passado, o senhor Júlio gabava-se de já ter pago 16 milhões. Os tempos foram passando e a vida estava a correr-lhe bem. Este ano, o senhor Júlio conseguiu fazer 4 belos negócios. Vendeu uma ponta de ancinho brasileira a um comerciante rico da cidade Invicta por 3,5 milhões, vendeu uma prata da casa a um cowboy americano por 1,5 milhões, vendeu a sua carrinha a um italiano por 4 milhões, e conseguiu ganhar mais 2 milhões num negócio feito entre um sócio seu francês e uns italianos. Neste negócio, ainda recebeu mais uma comissão de meio milhão de euros. Para além destes 4 negócios, o senhor Júlio recebeu 2,6 milhões de euros por ter entrado para uma confraria europeia de merceeiros muito importante.

Considerando que as despesas do dia-a-dia, desde que tomou conta da mercearia, foram sendo pagas pelas outras vendas que foi fazendo duas vezes por ano, qual é o valor da dívida actual da mercearia do senhor Júlio?

E depois do Mercedolas que acabou de comprar para se exibir frente aos seus amigos estrangeiros?

 

Miguel Salazar

 

(e depois ainda há um pagamento anual de 10 ou 20 milhões que uma televisão irá pagar ao senhor Júlio durante não sei quanto tempo (a começar no próximo ano), para fazer um Big Brother na mercearia)



publicado por Miguel Salazar às 17:43
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Quinta-feira, 27 de Setembro de 2012
Esforço inglório...

 

 

Esforço inglório o d'El-Rei Dom Afonso Henriques.

Atolaram-no na lama e agora não querem deixá-lo sair.

Sentem-se bem naquele lamaçal, mas não querem lá ficar sozinhos.

Do tempo em que lograram fazer-nos acreditar que eram dos mais leais súbditos d'El-Rei, apenas foram capazes de reter uma única lição - a de que o verdadeiro chico-esperto é aquele que tenta sempre não assinar os acordos que faz e que, quando não o consegue evitar, jamais se esquece de... usar um lápis.

Coisas que aprenderam por terras do enclave do Lado-de-lá-da-Morreira (veraqui)...

 

José Rialto

 

(cartoon publicado nos blogues Um Cantinho em Palmirês e Depois Falamos)




publicado por Miguel Salazar às 20:12
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Domingo, 8 de Julho de 2012
Justiça pelas próprias mãos...

 

 

 

 

Não sei se a Justiça irá falhar, mas seguramente há-de tardar mais do que aquilo que todos nós gostaríamos.

Claro que, neste momento, questões mais prementes (e vitais) se levantam a esta nova Direcção, pelo que teremos de continuar a aguardar.

O caos em que Milo e os seus amigos deixaram o nosso clube, não tem permitido maiores veleidades a quem quer tirar o Vitória do lamaçal onde eles o colocaram.

E enquanto isso, lá continuam eles na maior e mais revoltante impunidade.

O processo que agora enfrentam em Tribunal, por crime de abuso de confiança fiscal, não dará seguramente em nada. Segundo os mais entendidos, a aceitação do PEC levará à anulação da acusação. Mais uma vez a culpa morrerá solteira...

A verdade é que, independentemente do desfecho que venha a ter este processo, nenhum de nós se esquecerá da promessa pública feita por Júlio Mendes na última Assembleia Geral, de que irá realizar uma auditoria logo que haja oportunidade,  e de que agirá criminalmente se se vierem a confirmar as suspeitas acerca das quais já só muito poucos têm dúvidas - a de que o clube foi literalmente saqueado.

Enquanto isso, resta-nos ir fazendo uma espécie de justiça pelas nossas próprias mãos.

Esta é a do Miguel Salazar... com apenas 4 lápis de cor...

 

Fernão Rinada



publicado por Miguel Salazar às 12:00
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Domingo, 1 de Julho de 2012
o Khadafi dos Tijolos...

 

 

Se dúvidas houvessem sobre os motivos que têm estado na base do recente afastamento de Emílio Macedo da Silva da vida activa do Vitória, eles são bem evidentes na sua cara.

As profundas olheiras que marcam a sua face são um sinal claro de todas as preocupações e contrariedades que o têm atormentado desde que decidiu, por assim dizer, afastar-se da Presidência da Direcção do clube.

E a todas essas preocupações não deverão ser estranhas aquelas que estão associadas à vida recente e conturbada do Vitória, e sobre as quais nós bem sabemos que não lhe poderão ser assacadas quaisquer responsabilidades.

Só mesmo uma pessoa muito mal intencionada poderá ser capaz de insinuar que EMdS não tenha dado o devido caminho aos dinheiros do clube, quando nós bem sabemos que foi o clube que quase o levou à sua própria ruína, tanto foi o dinheiro que ele aqui investiu e perdeu.

Mas apesar de tudo aquilo que o arrelia, EMdS continua a passear a sua incomparável classe e elegância, sempre na linha das últimas tendências da moda. Os enormes colarinhos brancos que agora usa, são a tendência mais recente, lançada por muitos dos homens que são a sua maior inspiração, como são os casos de João Vale e AzevedoOliveira e CostaIsaltino de Morais, Valentim Loureiro, Duarte Lima, Armando Vara, José Sócrates e tantos, tantos outros...

Esta era a entrevista mais aguardada por todos os vitorianos, mas o permanente afastamento de EMdS impediu que ela se realizasse nos moldes habituais.

Esta foi assim a entrevista possível...

Nunca haveremos de saber quais seriam as verdadeiras respostas que Milo daria a este QUIZ, mas José Rialto garante que seriam estas…

 

1 Nome – Milo

2 Signo do Zodíaco – Águia

3 Profissão – Demolidor Civil

4 O que era para ter sido – Construtor Civil

Alcunha que gostaria de ter – "Khadafi dos Tijolos"

 

6 Cor preferida – A cor de tijolo

7 Números da sorte – Os dos Irmãos Metralhas: 176-167, 176-671 e 176-761

8 Desporto favorito – Alpinismo... social e principalmente económico

9 Clube preferido – Sport Lisboa e Benfica

10 O seu maior Ídolo – Luís Filipe Vieira, o "Khadafi dos Pneus"

 

11 Filme da sua vida – “Agarra-me se puderes” e “Demolition Man”

12 Filme português - "Kilas, o Mau da Fita"

13 Filme infantil – ”Ali-Babá e os 40 ladrões”

14 Actor preferido – Qualquer um dos 40

15 Actriz preferida – Catarina Furtado (sinto-me muito inspirado pelo apelido dela)

 

16 Canal preferido de TV – Benfica TV

17 Melhor Programa de Entretenimento da TV – “Perdoa-me”

18 Melhor Programa Cultural da TV – "A Casa dos Segredos"

19 Melhor Apresentador de TV – José Castelo Branco (TVI)

20 Melhor Comentador da TV – Zezé Camarinha (SIC)

 

21 Leituras predilectas – Banda desenhada e revista Maria

22 Autores preferidos – Walt Disney e Maria

23 Herói da Banda Desenhada – Irmãos Metralha e tio Patinhas

24 Super-Herói – Joker (Batman)

25 Gosta de Música? – Sim. Mas gosto mais de dar

 

26 Político mais admirado – Isaltino de Morais

27 Gestor mais admirado – Oliveira e Costa (do BPN)

28 Personalidade Mais Sábia que conheceu – Maya

29 Personalidade da História de Portugal – João Vale e Azevedo

30 Personalidade Histórica Estrangeira – o meu amigo marroquino António Salvador

 

31 Citação preferida – “Milo não-sei-o-quê, pede a demissão”

32 Hobby – Não gosto do Hobby nem do Tareco, porque o Sr Vieira também não...

33 Próximo objectivo – Arranjar outro clube para arruinar

34 Maior sonho – Ser rico como o sr Vieira

35 Maior pesadelo – Ser apanhado no caminho


Advertência ao LeitorSe tivesse sido o próprio a responder, as coisas não seriam rigorosamente assim. "A breve precha", as suas respostas estariam cheias de "portantos", "efectivamentes", "tênhamos", "póssamos" e outras barbaridades que tais...

 

José Rialto


(caricatura publicada no blogue Dom Afonso Henriques)




publicado por Miguel Salazar às 21:41
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Segunda-feira, 26 de Março de 2012
a Sucessão...

A coroa emergiu finalmente do lamaçal onde a mantiveram durante tanto tempo.

Emergiu... e vai mudar de mãos...

No dia da Sucessão, ela poderá ir para as mãos daqueles que encaram de frente os seus desafios, e têm uma estratégia para o fazer, ou então poderá ir parar às mãos daqueles que, temerosos, se refugiam na segurança dos seus "bunkers" e que não fazem a mínima ideia do que haveriam de fazer com a coroa do Rei.

Cabe-nos a nós decidir para que mãos afinal ela irá.

Estou certo que o saberemos fazer em consciência... 

 

José Rialto

 

(cartoon publicado no Depois Falamos)



publicado por Miguel Salazar às 21:55
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Terça-feira, 7 de Fevereiro de 2012
Vendilhões do Templo - o desenlace final...

O enredo desta história já foi publicado anteriormente (ver Vendilhões do Templo - o enredo), e o desenlace final que agora vos apresento, foi aquele que os vitorianos decidiram escolher - o final A.

Demorou 4 longos meses (e sabe Deus quantos milhões de euros), mas o povo acabou por escolher bem.

Nem poderia ter sido de outra forma...

 

(...)

Revoltado com tudo aquilo que o velho acabara de lhe contar, Dom Afonso Henriques não conseguia suster mais a sua ira. No exacto momento em que se preparava para expulsar os infieis mercadores mouros, El-Rei foi surpreendido pela turba que irrompeu de detrás da igreja, em fúria.

Por entre gritos de "vendilhões infieis", "vira-casacas" e "miseráveis", alguém gritou ainda mais alto, silenciando a revolta do povo por breves momentos:

"O nosso templo é um lugar santo de amor e dedicação, e vós transformastes-lo num antro de vendilhões infieis..."

O povo voltou a enfurecer-se e al-Míldio ÇilbaKhamil i OnârioLuç Yanûb al-Thar e todos os outros vendilhões (incluindo Arre U-Gant Kardozo), ao verem perigar as suas vidas, logo desataram a correr para fugir à turba enfurecida, não sem antes se assistir a mais algumas cenas da mais degradante falta de estatura moral, com a tentiva desesperada de salvar a própria pele, traindo-se uns aos outros e esfaqueando-se mutuamente pelas costas. Mas o povo é que já não caía mais nesses engodos, e não fosse o terem-se posto em fuga muito rapidamente, sabe-se lá o que lhes iria acontecer. O pior, com toda a certeza, tal era a revolta que então imperava.

E, no meio de todo este alvoroço, Dom Afonso Henriques sorriu. Reconhecia finalmente o seu povo e o carácter indomável do seu temperamento. El-Rei reajustou o seu capuz, despediu-se do velho com um breve aceno de cabeça e desapareceu no meio da multidão. Dom Afonso Henriques já podia regressar descansado à sua demanda contra os infieis. As Cruzadas precisavam d'El-Rei, e afinal o seu Povo dava bem conta de si.

O seu Povo voltara a ser como sempre o conhecera...

 

José Rialto




publicado por Miguel Salazar às 19:56
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Quarta-feira, 25 de Janeiro de 2012
Aplicação prática do Teorema de Macedo da Silva...

A matemática é de facto uma disciplina terrível.

Publiquei este problema ontem às 19h25m (pode revê-lo aqui) e, em 24 horas, nem uma resposta com a solução.

Em assim sendo, outra saída não me resta do que ser eu próprio a apresentá-la.

Comecemos então por relembrar o Teorema de Macedo da Silva em si... 

   
O contrato de Molina tem então a duração de 4,5 anos e quanto ao seu Curriculum vitae, tinha sido avaliado em 40%, não é verdade? Então aí vai...

   

Pois é, meus caros amigos, o nosso amigo Milo deve estar a querer vender o hotel.

Só pode ! A verdade é que os tempos estão maus para todos.

O problema é que para conseguir arranjar um comprador para um imóvel com tantas assoalhadas, teria de encontrar um jogador com um Curriculum vitae sobre o fraquinho, para não ter de lhe oferecer um contrato com uma duração vitalícia.

Mesmo assim, foram necessários 4 anos e meio de contrato.

Ficam os meus amigos intrigados com o “e meio”?

Mas a resposta é elementar, meus caros Watsons. Se fosse apenas de 4 anos, e pela aplicação do teorema, apenas se obtinha um T40, o que seria manifestamente insuficiente para os 44 quartos, 3 suites sénior e mais algumas assoalhadas do Villa Hotel.

Só mesmo os 4 anos e meio seriam suficientes para as necessidades do nosso bendito Presidente…

 

José Rialto

 

Como curiosidade, quer conhecer o resultado de outras aplicações deste teorema?

TonyCv de 50% (pela experiência no estrangeiro) – 1,5 anos contrato – dá 4,5 – T4+1

El AdouaCv de 80% (internacional marroquino) – 2 anos contrato – T5

Pedro MendesCv de 100% (não tem mais nada a provar) – 2 anos contrato – T4

Maurício SaucedoCv de 50% (sempre é internacional boliviano) – 1 ano contrato – T2

SoudaniCv de 85% (internacional e melhor marcador argelino) – 3 anos contrato – T6 e T4+1

Nuno AssisCv de 100% (não tem mais nada a provar) – 2 anos contrato – T4



publicado por Miguel Salazar às 19:25
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Terça-feira, 24 de Janeiro de 2012
O teorema de Macedo da Silva...

 

O teorema de Macedo da Silva diz que "em relação a qualquer aquisição, o número de assoalhadas do imóvel a adquirir pelo jogador a contratar, é sempre igual ao produto do inverso do valor do seu Curriculum Vitae, pelo quadrado do tempo de duração do seu contrato".

O número de assoalhadas é portanto directamente proporcional ao tempo de contrato pretendido, e inversamente proporcional ao valor do seu Curriculum vitae.

No caso de Emanuel Molina, o seu Cv foi avaliado em 40%. A sua classificação 10 pontos abaixo da média, resulta do facto de, apesar já ter acumulado uma experiência importante ao jogar em campeonatos de 3 países diferentes (Argentina, Turquia e Colômbia), a maior parte desse tempo ter sido passado em divisões secundárias (2ª colombiana e turca, 3ª e 4ª divisões argentinas). Na última época, jogou no campeonato principal da Colômbia, mas ficou-se pela antepenúltima posição.

Portanto, levando em consideração este valor de 0,4, tente lá então fazer os cálculos de acordo com a fórmula indicada, especificando:

1 – Quantas assoalhadas tem o imóvel que Emanuel Molina terá de comprar?

2 – Qual será então o imóvel que terá de ser adquirido pelo jogador?

 

 José Rialto



publicado por Miguel Salazar às 19:25
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Sábado, 21 de Janeiro de 2012
O vassalo...

No Grande Salão de Audiências do Senhor das Terras Mouras de Beira-Tejo – o Xeique Khadafi –, uma voz anunciava o visitante seguinte:

- Al-Míldio Çilba, antes conhecido por Milo, Senhor Regente da Cidade de Guimarães, e vassalo do Grande Xeique Khadafi.

Al-Míldio vinha reiterar a sua vassalagem, coisa que gostava de fazer com alguma frequência. Mantinha a esperança de um dia acabar por cair nas graças do Xeique e, dessa forma, conseguir finalmente fazer com ele algumas negociatas.

AMÇ – Ó Grande Xeique, Senhor absoluto de todas as Terras Mouras de Beira-Tejo e arrabaldes, venho aqui hoje, portanto prostrar-me mais uma vez a vossos pés, para vos dar conta do sucesso das nossas últimas campanhas.

XK – Só vitórias, espero eu, Milú, hum, hum – disse, meio enfadado.

AMÇ – Sim, meu Amo e Senhor. Até agora ganhamos todos os jogos que efectivamente fizemos contra o Vitória. No futebol, naquele desporto estúpido em que andam portanto todos aos saltos a atirar a bola por cima da rede, e noutro ainda mais estúpido em que passam a vida a tentar enfiar efectivamente uma bola num cesto, que ainda por cima está pendurado. Se estivesse no chão, sempre era mais fácil. Enfim... Ao todo, portanto, ganhamos cinco vezes.

XK – "Ganhamos"? Mas você não era vitoriano, ó Ilídio, hum, hum?

AMÇ – Digamos que isso é o que eu quero que os gaijos pensem...

XK – E como é que você consegue fazê-los perder os jogos, Emídio? O povo não percebe que você não está do lado deles, hum, hum?

AMÇ – Não, mas olhe que não é fácil. É que eu agora tenho uma técnica nova que efectivamente dá muito menos nas vistas. Não pago aos jogadores e assim digamos que os consigo desmotivar ainda mais, percebe? Já nem preciso de falar com eles portanto antes dos jogos. Mais acção e menos cumbersa, percebe? E assim, portanto nem a melga daquele gaijo me pode chatear.

XK – Qual gaijo, Hermínio, hum, hum?

AMÇ – Foi um gaijo que soube do que efectivamente se passou há 3 anos, quando eu disse aos jogadores que portanto o melhor para eles era virem todos para o nosso Glorioso, lembra-se?

XK – Claro que me lembro. Foi antes dum jogo da Taça, em voleibol.

AMÇ – Pois foi. Mas o pior é que efectivamente depois o gaijo foi contar isso tudo numa Assembleia Popular. Quase me entalou.

XK – E então?

AMÇ – Então, eu estava mesmo à rasca, mas depois portanto lá me consegui safar. Disse que era tudo efectivamente mentira e que o ia processar. Até jurei pela saúde dos meus filhos, eh eh eh.

XK – E o povo engoliu essa, Lucílio?

AMÇ – Com pele, caroço e tudo.

XK – Grande Ilídio!

AMÇ – Em Outubro, o gaijo ainda tentou efectivamente achingalhar-me noutra Assembleia Popular. Mas nós efectivamente soubemos que o gaijo tinha arranjado as declarações dos jogadores, que diziam que era tudo verdade, e como o Chefe da Assembleia também é dos nossos, só o deixou falar às 3 da manhã, quando já não estava quase ninguém.

XK – Grande Hercílio. Você tem tudo controlado, homem, hum, hum…

AMÇ – Aqueles gaijos são piores que uma praga. Agora querem pôr-nos a todos efectivamente na rua. Mas o Chefe da Assembleia Popular, o tal que é dos nossos, tem estado a controlar bem as coisas. Parece-me é que ele efectivamente também me quer fazer a cama. Mas já conseguiu atrasar as coisas 2 ou 3 meses. Já só faltam umas semanitas para que nós efectivamente póssamos entalá-los com a história da SAD. Vamos conseguir, e a breve precha...

XK – Você é o maior, Lucídio. Como prova do reconhecimento desta grande instituição nacional que é o Benfica, vou emprestar-lhe outra vez o Marreta-Biscaia, mas atenção, hum, hum, porque vão ter de o pôr a jogar. Contra nós é que ele nunca poderá jogar. E se tiver algum problema de saúde, nem que seja uma constipação, você manda-o logo para cá, para o nosso médico o ver. Percebeu, Almerindo, hum, hum? Você livre-se de tentar tratálo outra vez. Livre-se!...

 

José Rialto

 

(cartoon publicado no blogue Dom Afonso Henriques)



publicado por Miguel Salazar às 00:00
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Quinta-feira, 19 de Janeiro de 2012
YOU SHALL NOT PASS !!!…

 

 

 

João Cardoso jamais descansaria enquanto não conseguisse atrair sobre si as luzes da ribalta. E foi no imenso vazio que tem sido a Direcção de Milo e seus amigos, que JC foi descobrir a oportunidade para o fazer.

Desdobrando-se numa miríade de comunicados e de conferências de imprensa, JC parece ter descoberto finalmente a sua natural vocação, a de se transfigurar num verdadeiro JC Superstar.

Inebriado pelo protagonismo conquistado, aumentou as suas competências de tal forma, que já ultrapassou largamente aquelas que deveriam ser as de um simples Presidente da Assembleia Geral.

Nos seus delírios de grandeza, até já parece acreditar ser o próprio Gandalf, o Feiticeiro Cinzento da trilogia do Senhor dos Anéis, quando este, de pé e em cima da ponte de Khazad-dûm, avisa o Balrog das Minas de Moria, gritando-lhe a plenos pulmões...
“YOU SHALL NOT PASS !!!”
Enquanto se interpõe entre os vitorianos e os seus amigos da Direcção, a mente extasiada deste aprendiz de Feiticeiro Cinzentão que é o JC Superstar, delira ao imaginar-se a defender a Irmandade do Anel das garras daquela criatura demoníaca. Ao gritar aquele aviso, a voz deveria ter-lhe saído forte e imponente, como a do grande Feiticeiro Cinzento, mas ao invés soou a falsete, como se tivesse saído de uma vulgar cana rachada.
Convenceu-se então que haveria de ser a sua estatura a conferir-lhe a autoridade que cada vez menos os vitorianos lhe reconheciam.

Falar de cima das tamancas, pôr-se em bicos de pé, ou subir mesmo para o topo de uma cadeira, não seria suficiente para JC. Para este JC, agora feito Superstar, nada menos do que umas enormes andas seria aceitável.

Do cimo da ilusão que ele próprio criou, e em estado de plena exaltação do seu ego, JC Superstar passou a pôr e dispor a seu bel-prazer de tudo aquilo que entendeu. Fazendo alarde de um poder discricionário que jamais lhe foi concedido, interpreta e reinventa os estatutos da forma que melhor lhe convem, sentenciando ilegalidades e criando até aquela nova figura jurídica fantástica, que é a de se poder fazer "alguma jurisprudência”.

O estado de exaltação do seu ego é tal, que até já se arroga ao direito de impor prazos àquele que lhe ofereceu de mão beijada o lugar que hoje ocupa.

Impávido e sereno está o Milo, como de resto é seu timbre, agora que encontrou debaixo das vestes deste aprendiz de feiticeiro, a sombra ideal para observar em segurança e em silêncio sepulcral, o desenrolar de todos estes acontecimentos.

E se bem que tantas vezes lamentamos esse silêncio a que ele se remete, também não deixa de ser verdade que enquanto assim for, sempre nos vai poupando a maiores embaraços.
Quanto a nós... bem, nós lá os vamos deixando andar, divididos que estamos entre os fazer cair do cimo daquelas andas, ou de simplesmente esperar que acabem por ser derrubados pela força do caruncho...

 

José Rialto



publicado por Miguel Salazar às 08:45
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Sexta-feira, 23 de Dezembro de 2011
Turismo para todos – a nossa prenda de Natal…

Os colaboradores do ÁLB’oon, nas pessoas do Miguel Salazar, do Fernão Rinada e de mim próprio, têm o prazer de comunicar a todos os seus leitores, e também a toda a massa associativa vitoriana, que graças aos esforços por nós desenvolvidos, em estreita colaboração com cinco companhias aéreas, uma de caminhos de ferro, uma de camionagem e uma de turismo, todas estrangeiras, iremos converter em realidade os vossos quatro maiores sonhos.


Assim, iremos oferecer ao sr Paulo Pereira uma viagem, sem regresso, até ao Parque Nacional de Yellowstone, nos Estados Unidos, onde ele poderá dar largas a um dos seus entretenimentos predilectos – jogar pau com os ursos, num lugar onde eles são pardos (tal como algumas das nossas eminências) e existem em grande quantidade. A United Airlines oferece a viagem Porto - Nova Iorque, a Delta Airlines a viagem Nova Iorque – Billings, a Crosville Motor Services a viagem de autocarro (NO RETURN) até Yellowstone, e a Administração do Parque oferece a entrada, tendo-nos ainda garantindo, sob compromisso de honra, não fornecer qualquer tipo de mapa ou orientação, a PP.

Depois, temos o sr Luciano Baltar, que se viu tão negro para nos explicar aquela confusão a que, com um enorme sentido de humor, chamou “Relatório e Contas”. Para isso, nada melhor do que uma viagem até à tribo dos Nakulamené, nas ilhas Vanuatu. Aproveitando as relações privilegiadas da TVI com esse povo, estabelecidas com o programa “Perdidos na Tribo”, e beneficiando ainda da colaboração da companhia aérea Qantas, que oferece a passagem Porto - Sydney, da Air Vanuatu que assegura a viagem entre Sydney e Vanuatu, e da Melanesian Tours que se encarrega de levar LB até aos Nakulamené, poderemos então proporcionar ao nosso Vice-Presidente para a Área Financeira a oportunidade de continuar a “ver-se negro” entre negros, e perante um povo que, tal como nós, não há-de perceber patavina daquilo que ele lhes tente explicar. Ali, pelo menos, LB poderá lançar sobre a língua dos Nakulamené, a responsabilidade de não conseguir fazer passar a sua mensagem. Depois de lá deixar LB, a Melanesian Tours há-de lançar ao mar a camioneta que o transportou, de modo a que nem se chegue a ponderar a hipótese do seu regresso a Guimarães.

Para Emílio Macedo, reservamos uma viagem até ao Dubai, onde poderá finalmente fazer as suas negociatas imobiliárias, às claras, junto dos seus amigos Xeiques e Emires, a seu bel-prazer e sem que pelo facto seja criticado. A Emirates Airlines oferece a viagem entre o Porto e o Dubai. Aqui espera-se que seja a ambição de EMdS a mantê-lo lá por muito tempo.

Finalmente o nosso Presidente da Assembleia Geral. A prenda mais adequada à arrogância do Dr João Cardoso, seria providenciar-lhe uma assembleia mais pacata, e se possível subserviente, que não ousasse pôr em causa as suas sábias palavras e as suas doutas decisões, e que não tivesse a veleidade de fazer qualquer petição e que muito menos tivesse o desplante de lha entregar. Depois de uma pesquisa exaustiva, na procura de uma assembleia que lhe pudesse providenciar essas características, fomos encontrá-la em Xian (na China) - o famoso exército de mais de 8.000 guerreiros... em terracota. A Air China oferece a viagem Porto – Pequim, e a Companhia de Comboios Chineses a passagem até Xian. Uma vez que consiga presidir a uma assembleia tão submissa, não é de supor que JC algum dia queira regressar a uma cidade que de submissa tem muito pouco.

E quando menos esperávamos… eis que surge o Benfica em todo o seu esplendor, presenteando os seus adeptos. Assim, e para os fazer sentir-se mais em casa, o Benfica faz questão de lhes oferecer, sem quaisquer custos, as inscrições nas Casas do Benfica respectivamente de Yellowstone, Vanuatu, Dubai e Xian. Vários anos depois de ter assinado os famosos “protocóis”, finalmente o clube da Luz faz algo de verdadeiramente generoso pelo nosso clube, assegurando-nos que fiquem assim espalhados pelos quatro cantos do Mundo, os nossos piores pesadelos.

É que, sem eles, Guimarães e o Vitória nunca mais voltarão a ser os mesmos... felizmente...

 

José Rialto



publicado por Miguel Salazar às 22:17
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Domingo, 16 de Outubro de 2011
"Casting" para Águia Vitória...




Foi mais um sonho feliz que eu tive. Começava assim...

Era o primeiro dia de casting para substituir a águia Vitória. Luís Filipe Vieira entrevistava as aves candidatas no seu próprio gabinete.

Luís Filipe Vieira – Como é que vocè se chama, hum, hum?

Emílio Macedo da Silva – Emílio… Macedo da Silva respondeu, titubeante, de tão surpreendido que estava pelo facto de LFV não o ter reconhecido Então, não me está a reconhecer?

LFV – Não. Não estou a ver…

EMdS – O Milo, portanto, de Guimarães…

LFV – Ah sim, claro. Milú, o gaijo de Guimarães, o homem dos “protocóis”. Sabe que você, Hercílio, hum, hum, foi o único gaijo a quem eu consegui impingir aquele protocolo. E então o que é que lhe aconteceu, homem, hum, hum? Você está todo amassado, parece que lhe passou um camião por cima…

EMdS – É dos treinos. Voar é muito difícil, sabe? Efectivamente, eu atiro-me da muralha do castelo todos os dias, e o chão tem sido demasiado duro… portanto, para a minha técnica de aterragem, e principalmente para a minha cabeça…

LFV – Pois, não deve ser fácil planar com essas asas de madeira.

EMdS – Planar não consigo. Só faço portanto o voo picado. Agora mandei pôr uns colchões cá em baixo, para que nós estêjamos mais protegidos, e a coisa tem andado melhor. Agora, aqui na Catedral, se efectivamente o meu amigo…

LFV – “Amigo”? Eh pá, o gaijo está mesmo convencido que temos uma grande amizade – pensou o Presidente do Benfica.

E EMdS continuou…

EMdS – … mandasse esticar um cabo desde a cobertura do estádio até ao relvado, então eu poderia efectivamente descer de slide. Portanto, era mais seguro para mim, percebe? E sempre me safava, digamos, de mais uma porrada de nódoas negras…

LFV – Pois, pode-se pensar nisso… mas diga-me lá, Hermínio, hum, hum, porque é que você acha que pode ser a águia certa para o lugar certo?

EMdS – Então, porque efectivamente sou benfiquista desde pequenino, e portanto porque os meus amigos sempre disseram que o meu voar tem graça.

LFV – Muito bem. E que serviços relevantes é que o Lucílio, hum, hum, já prestou a esta grande instituição nacional que é o Benfica, hum, hum?

EMdS – Ora, eu sempre teve essa preocupação, digamos, na minha cabeça. Efectivamente, o que eu mais tenho feito desde que estou em Guimarães, é prestar portanto esses serviços relevantes ao Glorioso. Aliás, essa é portanto uma das razões porque me querem pôr de lá para fora.

LFV – E cartas de recomendação, tem, hum, hum?

EMdS – Isso é que já é pior. Tenho uma, do Sandinenses, mas é pequenina. Eu portanto também queria ter uma do Vitória, mas penso que efectivamente não ma vão dar. O que eu penso que efectivamente vou ter é, digamos, a marca duma bota nos fundilhos das minhas calças. Mas portanto penso que o meu passado fala efectivamente por mim: os protocóis, a oferta digamos de grandes promessas do Vitória ao Benfica, a compra de coxos, as portas do Castelo abertas para estagiários benfiquistas, portanto as vendas de lugares cativos no D.Afonso Henriques para os adeptos do Glorioso, e a vassalagem prestada à Gloriosa Nação Benfiquista. O que é que eu efectivamente poderia fazer mais?

LFV – Bem, lá isso é verdade, Emídio. Então, e se você fosse o escolhido, hum, hum, quando é que poderia começar?

EMdS – Da maneira que as coisas estão portanto lá por cima, penso que portanto poderei começar muito muito brevemente.

LFV – E quando vier, você vem sozinho, ó Lucídio?

EMdS – Não, não. Vou trazer portanto o meu amigo Baltar porque efectivamente já lhe prometeram o lugar de Governador do Banco de Portugal. O Baltar é um contabilista no qual percebe muito da problemática da gestão de passivos, e portanto agora é efectivamente muito pretendido. E depois, portanto, também vem o senhor Paulo Pereira, que parece que já tem quase assegurada a compra dos direitos de comercialização dos pasteis de Belém, das queijadas de Sintra e das tortas de Azeitão.

LFV – Muito bem. Ficamos então com este assunto da águia Vitória resolvido…

E era assim que, de uma penada apenas, não só nos tínhamos desembaraçado do nosso problema mais complicado, como também conseguíamos liquidar todas as contas que Milo & companhia ainda pudessem ter com o Benfica.

Ele há sonhos felizes, não há?...

 

José Rialto

 



publicado por Miguel Salazar às 19:00
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Quarta-feira, 5 de Outubro de 2011
Vendilhões do Templo - o enredo...

 

Nos anos 90, a RTP1 transmitiu uma série da TVGlobo, que na altura tinha um enorme sucesso no Brasil. Chamava-se "Você decide" e consistia numa série em que cada história se desenvolvia até um determinado ponto da trama em que o espectador tinha de optar por um de dois finais possíveis, através de uma votação telefónica. A história tinha o seu desfecho de acordo com a vontade do público.

A história que de seguida vos contarei, é também um pouco assim...

 

Conta o povo que, naquele tempo, El-Rei Dom Afonso Henriques se tinha visto obrigado a antecipar o regresso de mais uma Cruzada contra os infieis. El-Rei encontrava agora a sua mui amada cidade de Guimarães, entregue a um bando de mercadores. Tinha ouvido rumores disso mesmo, pelo que decidira voltar sem ser anunciado. Debaixo de um grosso manto e a coberto de um capuz que lhe ocultava a identidade, El-Rei percorria as ruas da sua cidade-Natal, constatando que na realidade ela estava bem diferente daquela que tinha deixado, anos antes, nas mãos do bom do Regente.


Incógnito, Dom Afonso Henriques abeirou-se então de um velho e perguntou-lhe:

"Amigo, quem governa a cidade, agora qu'El-Rei combate os infieis lá longe?..."

E o velho respondeu-lhe:

"Infieis lá longe, dizeis vós... e infieis aqui tão perto, digo eu... Quem agora aqui manda, é aquele que ali vedes...", disse, apontando para o cimo das escadas da Igreja de São Miguel do Castelo. "É um vira-casacas! Há uns anos atrás, apresentou-se ao povo como sendo Milo, um homem da plebe, um homem simples que fazia juras de amor à cidade, e promessas de a transformar na cidade mais forte e mais próspera de todo o Reino. Belas eram as suas palavras, que conseguiram iludir o povo e fizeram com que fosse aclamado Regente, durante a ausência d'El-Rei. Mas os anos foram passando, e Milo foi mostrando o que realmente era. Converteu-se aos mouros, e até mudou o seu nome para al-Mílio Çilba, mas o povo prefere chamar-lhe al-Míldio, talvez por lhe fazer lembrar a praga em que ele e os seus amigos se tornaram. Este vira-casacas infiel, agora é muito amigo do Grão-Vizir Uç al-Bador, do enclave marroquino do Lado-de-lá-da-Morreira, e do Xeique Khadafi, Mercador de Rodas de Carroça, das terras mouras de Beira-Tejo. Passou a comprar as fardas das nossas tropas, a outro marroquino do enclave - um tal de Khal Uç Gharb al-Hal. O que ele queria mesmo era ir fazendo os seus negócios, tal como os outros vendilhões que entretanto chamou para junto de si, como o marroquino Baçk uç-Antûs, o "contabilista" que agora se chama Luç Yanûb al-Thar e aquele outro jovem que era conhecido por "Paulo Sortudo", mas que depois de se ter convertido aos mouros também mudou de nome - agora é o Khamil i Onârio. Passou mesmo a ser o seu homem de mão. Olhe, amigo, é esta corja de infieis que nos governa."

"E o povo não se revolta?", perguntou-lhe El-Rei, surpreendido.

"O povo? A maior parte não quer ver a realidade. Continuam iludidos com as migalhas que al-Míldio e Khamil lhes dá de vez em quando. Se os ânimos se levantam, organizam pr'aí umas festas e umas romarias para os distrair. Se alguém diz que o Milo vai nu, tratam logo de os ameaçar com os seus verdugos, ou de simplesmente os condenar em julgamentos sumários em praça pública. É verdade. A maior parte do povo continua resignada e cabisbaixa, iludida que está de que mais do que lhe é dado não poderá ter... Com algumas migalhas vai al-Míldio comprando a sua paz, e conseguindo mais tempo para continuar a fazer os seus negócios de venda de cabanas e casebres. Tempo para os seus negócios e para continuar a mendigar os favores do Grão-Vizir do enclave marroquino e principalmente do Xeique de Beira-Tejo. Está a ver, amigo, até fizeram do nosso Sagrado Templo o seu próprio escritório..."

Dom Afonso Henriques não queria acreditar que o povo se pudesse ter resignado daquela maneira. Não o seu Povo. E perguntou:

"E então os outros? Os que conseguem ver a realidade?"

"Esses vêem, mas não fazem nada", disse o velho, encolhendo os ombros. "Estão sempre à espera que seja o vizinho do lado a fazer alguma coisa. Falam muito, mas não fazem nada. Se calhar estão à espera do regresso d'El-Rei para que Sua Senhoria nos livre desta seita de infieis..."

 

Se esta história fosse um dos episódios do "Você decide", seria nesta altura que a imagem da TV congelaria, com um grande plano d'El-Rei Dom Afonso Henriques. Surgiria então o inefável António Sala que, depois de fazer um breve resumo do que se tinha visto até então, anunciaria os dois finais possíveis. Seria mais ou menos assim...

"Se escolher o final A, será o povo a decidir sobre o seu próprio futuro, enquanto que se escolher o final B, o povo demitir-se-á dessa decisão, deixando para outros a definição do seu destino."

O inefável Sala apontaria então directamente para o espectador, de indicador em riste, com aquele não menos inefável sorriso e com um (pouco menos do que ridículo) piscar de olho, diria com a sua voz nasalada "Você decide!".

 

Pois muito bem, é exactamente aqui o momento em que nos encontramos hoje - o momento em que temos de decidir.

E quero eu acreditar que os vitorianos não deixarão para outros a decisão sobre o seu futuro, pelo que estou certo de que a escolha irá recair sobre o final A.

Porque a alternativa a este desfecho, é a versão trágica desta história que nenhum vitoriano há-de querer conhecer.

Deixar para outros a decisão sobre o nosso futuro, nunca poderá ser a melhor opção.

Está assim nas nossas mãos aquilo que queremos para o Vitória.

Porque, em Guimarães, "Somos NÓS quem decide!"...

 

José Rialto

 

(conheça o desfecho desta história em Vendilhões do Templo - o desenlace final)

 



publicado por Miguel Salazar às 20:50
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Sexta-feira, 29 de Julho de 2011
O Milo vai nu !...


Era uma vez uma cidade chamada Guimarães, onde vivia um Regente muito vaidoso.

El-Rei Dom Afonso Henriques tinha partido com as Cruzadas para combater os infieis, e Milo tinha sido aclamado pelo Povo da cidade como o seu novo Regente.

Milo gostava de se vestir bem, mas gostava mais ainda que o admirassem e elogiassem por esse facto.

Vivia tão obcecado pela sua imagem, que facilmente caiu na lábia de um aldrabão de orelhas muito grandes, que tinha vingado na vida, vendendo rodas de carroça - um mouro conhecido por Khadafi, Mestre de Rodas de Carroça...

– Vossa Regência, hum hum, eu sei que vós gostais de andar sempre muito bem vestido. Bem vestido como ninguém, e bem o mereceis. Lá no meio das minhas rodas, descobri um tecido fantástico. O tecido é tão fantástico, hum hum, que só os mais inteligentes o conseguem ver. Com umas vestes assim, ireis poder distinguir, na vossa Corte, os mais inteligentes dos mais estúpidos.

Surpreendido pelas palavras do homem das orelhas grandes, disse:

– Mas isso é efectivamente maravilhoso. Traz-nos já, portanto, esse tecido e faz-nos as nossas roupas, para que nós póssamos ver a inteligência das pessoas que efectivamente estão ao nosso serviço.

O aldrabão das orelhas grandes tirou-lhe as medidas e, passadas umas semanas, voltou à presença do Regente Milo, dizendo-lhe:

– Aqui está, Vossa Regência, hum hum…

Milo não via nada, absolutamente nada, mas como não queria passar por estúpido, disse, como se estivesse verdadeiramente deslumbrado:

– Alá seja... Perdão, Deus seja louvado. É efectivamente maravilhoso. Eu nunca esteve… queremos dizer… nós nunca estivemos tão felizes. O brilho... E, portanto, o toque…

E então, o homem das orelhas grandes fez de conta que vestia o Regente, com gestos largos e cerimoniosos, e sempre com observações muito elogiosas.

Que elegância, Vossa Regência, hum hum. Que inveja vão ter de vós. E a única coisa que vos peço em troca é que assineis este acordo em que vós…

Milo estava tão entusiasmado, que nem quis saber o que dizia o tal acordo. Interrompeu o aldrabão das orelhas grandes e disse:

Sim, sim. Nós assinamos, claro que assinamos. E nem queremos, portanto, saber o que para aí escreveste. Por certo não nos irias bojardar com coisas que não fossem razoáveis. De certeza que efectivamente não terias a ousadia de nos achingalhar…

E foi assim que o Regente Milo assinou um acordo que ainda hoje ninguém sabe ao certo o que dizia, à excepção do seu novo amigo – o aldrabão das orelhas grandes.

Nos dias seguintes, na Corte, como ninguém queria passar por tolo, todos diziam que sim, que eram umas vestes deslumbrantes, e que nunca antes tinham visto algo assim.

As notícias correram céleres como o vento: o Regente tinha umas vestes que apenas os mais inteligentes eram capazes de ver. 

Milo estava tão orgulhoso de si e das suas vestes, que ainda nessa mesma semana resolveu sair para se pavonear perante o seu povo.

Toda a gente fazia expressões de grande surpresa e admiração, pois embora ninguém conseguisse vislumbrar qualquer peça de roupa, a verdade é que também ninguém queria passar por estúpido, tal como havia sido largamente anunciado.

Mas, de repente, as crianças e os mais jovens, que não se preocupavam com aquilo que os outros pudessem pensar, gritaram bem alto:

– O Milo vai nu !...

O alarido parou repentinamente, cortado por um silêncio sepulcral.

Mas, ao contrário daquilo que reza o conto de Hans Christian Andersen, o povo não rebentou em gargalhadas ao perceber que tudo aquilo não passava de um enorme embuste.

Apesar de todas as evidências, ninguém quis ver a realidade.

O povo gostava mais das migalhas que o Regente lhe dava de quando em vez, e das feiras e romarias com que frequentemente lhe toldava o sentido crítico.

O povo preferia a certeza das migalhas e as falsas promessas de um futuro melhor.

Aquilo que o povo não era capaz de compreender, era que o Reino lhe podia proporcionar maior riqueza e ainda maior felicidade.

E foi por isso que, ao contrário daquilo que se passou no conto tradicional, o Regente Milo não se sentiu nem enganado pelo aldrabão das orelhas grandes, nem envergonhado pelo facto de andar nu.

As crianças foram castigadas, aos jovens foram-lhes prometidos julgamentos em praça pública, e todos continuaram a fazer de conta que eram verdadeiramente deslumbrantes as vestes que usava o Regente.

E foi assim que a vida continuou, no Reino de Guimarães, com o povo a viver "feliz" no seio da mediocridade…

 

José Rialto

 



publicado por Miguel Salazar às 10:00
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Sexta-feira, 1 de Julho de 2011
E o nosso Calvário continua...

 

 

 

 

É verdade!

O nosso Calvário parece não ter fim...

Mais um clube que faz letra morta da palavra dada, a respeito de um jogo que deveria realizar em Guimarães, mas que já não irá fazer porque lhe surgiu uma proposta mais vantajosa.

Mais um que rompe um acordo feito por moto próprio.

Primeiro o Sporting de Braga, e agora o da capital.

A palhaçada do sorteio da Liga, em que todos os clubes continuam a ser subalternizados em relação aos três estarolas...

E agora, o insulto premeditado por um jornaleiro da SportTV (porque ninguém me tira a ideia de que só pode ter sido premeditado) a um clube com 89 anos de História, resolvendo tratar-nos por "Guimarães FC"... 

Primeiro éramos o "Guimarães", mas agora já somos o "Guimarães FC"...

E o que faz a nossa Direcção?

Nada!...

E o nosso bendito Presidente?

Nada! Nadica de nada!

 

Por quanto tempo mais iremos nós aguentar isto?...



publicado por Miguel Salazar às 22:40
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Terça-feira, 28 de Junho de 2011
Será mesmo este o nosso destino?...

Será que estamos mesmo condenados a ter um Presidente que não quer ver, que finge não ouvir e que não tem coragem para falar?

Será mesmo este o nosso destino?

Ou será que podemos fazer alguma coisa?...



publicado por Miguel Salazar às 00:45
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Sexta-feira, 20 de Maio de 2011
o "Sacrifício"...

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O momento histórico em que, com coragem e muita determinação, o 1ºCabo Silva saltava do Hércules C-130 (da Força Aérea Portuguesa) sobre o aeroporto da Portela, para aí enfrentar os terríveis Super-Rufiões.

 

Era o "sacrifício" necessário...

 

(ver a Ordem de Operações)



publicado por Miguel Salazar às 20:00
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Sexta-feira, 8 de Abril de 2011
Acordo de "Cavalheiros"...

Em Novembro de 2010...

 

 

... e, 5 meses depois, em Abril de 2011...

Explicação para estrangeiros: isto é apenas um cartoon (أنّ فقط واحدة رسم متحرّك)...

 

(cartoon publicado no Humorgrafe e apresentado no programa A Bola é Redonda, do Porto Canal)



publicado por Miguel Salazar às 17:46
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Sábado, 19 de Março de 2011
Mimilu, Kikamilu e Iwamilu…

No Santuário japonês de Toshogu, em Nikko, existe um conjunto de oito painéis, esculpidos em madeira, que decoram Shinyosha - o Estábulo Sagrado.

O mais famoso de todos é o painel com os Três Macacos Sábios. Cada macaco toma uma atitude diferente: a de não olhar (olhar+não =miru+zaru = mizaru), a de não ouvir (ouvir+não = kiku+zaru = kikazaru), e a de não falar (falar+não = iu+zaru= iwazaru).

O sentido literal de cada um destes três nomes foi distorcido por um trocadilho da língua japonesa, decorrente da homofonia entre o som do sufixo verbal de negação -zaru, e o som da palavra saru, que significa macaco.

É deste modo que os nomes são dados aos macacos sábios, e que assumem assim outros sentidos, respectivamente, o daquele que cobre os olhos, do que tapa os ouvidos e o daquele que fecha a boca.

Mizaru, kikazaru e iwazaru, corporizam um provérbio que diz “não vejas o mal, não ouças o mal, e não fales o mal”.

Julga-se que este provérbio tenha tido a sua origem no Código de Conduta de Confúcio, e supõe-se que os painéis tenham sido levados para o Japão por um Monge Budista chinês, no século VIII.

 

 

Emílio Macedo tem sido vítima da incompreensão da massa associativa, mas a sua postura de absoluto silêncio poderá muito bem estar relacionada com uma profunda interiorização da cultura e da filosofia orientais, que se supõe que Milo terá adquirido durante as negociações para a transferência de Miljan Mrdakovic (e mais recentemente de Ricardo), para os chineses do Shandong Luneng.

Orientará Emílio Macedo, desde então, a sua vida segundo os cânones da filosofia oriental?

 

Será por isso que se recusa a ver as arbitragens habilidosas que semanalmente tanto vão prejudicando o nosso clube?

Será por isso que se recusa a ver as demonstrações de violência gratuita, com que as forças policiais vão maltratando a nossa massa associativa, e que indiscriminadamente é perpetrada sobre idosos, mulheres e até crianças?

Será por isso que se recusou a ver a humilhação a que os vitorianos foram submetidos na visita do ano passado ao estádio do Dragão?

Será que se recusa a ver tudo isto, para que não possa... ver o "mal"?

 

Será por isso que se recusa a ouvir as declarações dos treinadores estarolas que inventam as mais esfarrapadas desculpas, e que lançam as mais infundadas suspeições, nas derrotas que invariavelmente têm sofrido em Guimarães?

Será por isso que se recusa a ouvir as ignóbeis acusações de um Presidente (que ele julga ser seu amigo) que tem o descaramento de acusar a Direcção do Vitória de incitar à violência, a sua massa associativa?

Será que se recusa a ouvir tudo isto, para que não possa... ouvir o "mal"?

 

Será por isso que se recusa a abrir a boca para defender a honra e o bom nome, tanto do clube, como da sua massa associativa?

Será que se recusa a falar, para que não possa... falar o "mal"?

Ou será apenas pelo facto de que, não vendo e não ouvindo esse "mal", também não terá motivos para falar dele?

 

Será que temos sido assim tão injustos com o nosso Presidente?

Ter-se-á ele mesmo convertido à filosofia oriental?

Se assim for, e porque estamos a falar do nosso Honorável Presidente (e não de simples macacos), então será mais correcto falarmos, não de um único Milo, mas antes dos seus três alter ego, os Três Milos Sábios: mimilu, kikamilu e iwamilu

 

José Rialto

 

(cartoon publicado no Depois Falamos)



publicado por Miguel Salazar às 20:12
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Sábado, 8 de Janeiro de 2011
O malabarista e o artista do costume...

 

Paulo Cunha irradiava felicidade, fazendo malabarismos com um emblema do Benfica, mantendo-o a girar continuamente na ponta do seu dedo indicador, como se de uma bola de basquetebol se tratasse. O momento justificava a felicidade, pois o Vitória tinha eliminado o Benfica, da Taça de Portugal, no seu próprio reduto. Este momento de puro deleite, foi então bruscamente interrompido pelo estrondo da porta do pavilhão que se fechava violentamente atrás do vulto que agora corria na sua direcção. Era Emílio Macedo que seguramente fugia de alguém. Esbaforido e apavorado, escondeu-se atrás de Paulo Cunha.

 

Paulo CunhaEntão, Presidente? Parece que viu o diabo.

Emílio Macedo – É pá, são estes gajos. Estão furiosos. Querem, portanto, obrigar-me a falar. A queixar-me das arbitragens, dos presidentes adversários, de tudo e mais alguma coisa – disse o Presidente do Vitória, ainda a tremer.

PC – E não têm razão?

EM – Ter, efectivamente até têm, mas o problema não é esse. O problema é que eu não posso, percebes? Eu tenho portanto um negócio para gerir…

PC – Não percebi!...

Foi nesta altura que Milo se apercebeu que a camisola que o Paulo trazia vestida era do Vitória. Não o reconhecendo como atleta do clube, e pensando tratar-se de mais um sócio em fúria, a sua voz que voltava a ficar trémula já quase nem se ouvia…

EM – Mas, ó senhor associado, eu já disse aos senhores que não posso falar…

PC – Calma, Presidente. Sou eu, o Paulo Cunha. Sou jogador do Vitória de…

Desconfiado, Milo disse…

EM – Jogador? Mas eu conheço todos os jogadores de futebol, e tu não…

PC – Pois, mas eu sou do basquetebol…

EM – Do basquetebol? – perguntou ainda desconfiadoAh pois, já nem me lembrava, mas nós efectivamente também temos uma equipa de basquetebol. Portanto tu então deves ser mais um gajo daquela tropa do Fernando Sá que efectivamente tem a mania de me lixar a vida, sempre a ganhar ao Benfica…

PC – É verdade! Somos um espectáculo, não somos?

EM – Espectáculo? – Milo estava agora visivelmente irritado – Portanto, vocês dão-me é efectivamente cabo do negócio. Eu tenho portanto um negócio para gerir, sabes? E os clientes do meu hotel não és tu, nem o Fernando Sá, e muito menos os sócios do Vitória. Eu já fêz muita coisa na vida, e a vida ensinou-me que para que nós tênhamos sucesso, temos de efectivamente dar-nos bem com toda a gente, e aguentar calados mesmo que sêjamos bojardados, nós ou o Vitória. E depois, portanto, ainda temos os protocóis, e o Vitória é um clube no qual sempre soube respeitar portanto esses protocóis…

PC – Não estou a perceber. Mas então o senhor não se dói pelo Vitória? O seu lema, nas últimas eleições, não era “Sentimos Vitória”?

EM – Claro!... E efectivamente, sentimos mesmo… mas em silêncio. Em pura reflexão. Numa atitude, portanto, muito Chen…

PC – Não é Chen, Presidente. É Zen. Chen é o circo…

EM – Eu dou-te o circo. Não sou eu que efectivamente ando para aqui armado, portanto, em malabarista…

Só nesta altura é que Milo reparou que aquilo que rodava em cima do dedo de Paulo Cunha não era uma bola…

EM – Ouve lá, mas o que é que é isso? perguntou, com a voz novamente trémula.

PC – São despojos de guerra. Conquistei este emblema no pavilhão da Luz, ao eliminar o Benfica da Taça de Portugal – completou, orgulhoso.

EM – O quê??? Outra vez??? É pá, é o que eu digo: vocês passam a vida efectivamente a lixar-me a vida. E agora? O que é que vou dizer ao meu amigo Luís Filipe? Logo agora que estávamos tão bem. Tínhamos ficado portanto tão amigos desde que lhe fiquei com aquele emplastro do Jorge Ribeiro. Até já me deixava tratá-lo por tu…

O lamento de Milo foi nesta altura interrompido pelo toque do seu telemóvel. Era Luís Filipe Vieira, que vociferava irritadíssimo…

Luís Filipe Vieira – Ó Hercílio, vocês andam a brincar comigo? Hum, hum?...

EM – O meu nome é Emílio, senhor Vieira. Mas os amigos tratam-me por Milo…

LFV – Eu quero lá saber disso! O que eu quero saber é que pouca vergonha é esta, Hercílio? Então vocês vêm aqui eliminar-nos da Taça? Hum, hum?  Tu estás a brincar com esta grande instituição nacional que é o Benfica? Hum, hum? É assim que tu respeitas os protocolos? Hum, hum?

EM – Pois foi, senhor Vieira. Lamentavelmente aconteceu, mas eu já estou a tratar de apurar responsabilidades. O pior vão ser os sócios…

LFV – Eu quero lá saber de ti ou dos teus sócios. Eu quero-te é a ti, aqui, amanhã de manhã à porta do meu escritório…

EM – Mas…

LFV – Às nove em ponto, sem falta! Vais ter de me compensar disto dalguma maneira, e eu até já estive a pensar que tenho para aqui o Balboa e o Zoro encalhados, e o Jesus também já me disse que não desgosta do Nilson e do Bruno Teles…

 

José Rialto

 

(cartoon publicado no Depois Falamos)



publicado por Miguel Salazar às 19:00
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Terça-feira, 26 de Outubro de 2010
Esmagados...

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Emílio Macedo (irritado) - Mas onde é que está efectivamente o treinador, portanto, do Benfica?

Fernando Sá - Tenha calma, Presidente...

EM - É pá, ó Fernando, deixa-me falar, faxabôr! (gritou) Tu não percebes que o gajo até é efectivamente bem capaz de ser, portanto, parente do Luís Filipe Vieira?

FS - Pois... de facto ele também é Vieira - Henrique Vieira...

EM - Aaaahh, e só agora é que efectivamente te lembras disso...

FS - Mas olhe que eu não lhe fiz nada. Juro pela sua saúde, Presidente! Não o comi, não o depenei, nem tão pouco o esfolei. Desta vez não!

EM - Mas então onde é que ele está efectivamente?

FS - Nâo sei! Nós estávamos a jogar e ele de repente desapareceu... Se calhar lembrou-se do que o Vieira lhes pediu, a propósito de os benfiquistas não acompanharem a equipa nos jogos fora. Sei lá!

EM (intrigado) - Ó Fernando, mas porque é que tu estás efectivamente sempre a bater, portanto, com a bola nesse buraco?

FS - Estou a treinar, Presidente. O domínio da bola, percebe? (disse, meio atrapalhado)

EM - Muito bem! Sim senhor!

FS - ...

EM - Portanto, queres tu dizer então que efectivamente já há muito tempo que portanto não lhe pões a vista em cima, não é verdade?

FS - Não, Presidente! Pela sua saúde. A vista, não!... (e depois, entre dentes e rindo-se baixinho) Agora, a bola tenho posto algumas vezes...

 

José Rialto

 

(cartoon publicado no Depois Falamos e no Dom Afonso Henriques)




publicado por Miguel Salazar às 20:46
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Quarta-feira, 15 de Setembro de 2010
Milos-de-corda...

Os Milos-de-corda são o produto mais recentemente comercializado nas lojas do Vitória.

O enorme sucesso que tem sido a sua comercialização é justificado por quatro factores distintos: primeiro, porque se trata de uma figura muito conhecida; depois, pelo longo tempo de duração da corda que pode ser dada a estes bonecos; em terceiro lugar, pela possibilidade de os personalizar, dando-lhe um nome próprio e podendo mesmo caracterizá-los ao gosto de cada um; e, finalmente, pela inigualável fiabilidade do seu comportamento depois de serem devidamente programados e formatados.

Luís Filipe Vieira foi o primeiro a interessar-se pelas potencialidades deste novo boneco. "Milo-Protocóis", como lhe chamou o presidente do Benfica, ainda hoje mantém toda a sua corda, não se desviando 1 mm que seja da rota que Vieira lhe traçou inicialmente.

O sucesso dos Milos-de-corda foi tão grande que até o próprio Jorge Mendes já resolveu adquirir um para si mesmo. Chamou-lhe "Milo-Milhões" e tornou-o tão rico que o boneco já não quis saber mais dos "Ribeiros" que o dono lhe impôs ou dos "Custódios" que lhe exigiu, tudo isto permitindo sem tão pouco pestanejar.

Os ecos do sucesso deste novo produto chegaram mesmo a Santa Clara. Embora reconhecendo não ter qualquer particular interesse por este tipo de entretenimento, António Magalhães não quis perder a oportunidade de exibir e até ostentar o seu poder, discricionário e gratuito, pelo que também decidiu comprar o seu boneco-de-corda, a que pomposamente chamou "Milo-Beija-Mão".

Mas muitos mais Milos-de-corda estão à disposição, não só dos sócios do Vitória, como também da população em geral, bonecos virgens sempre ansiosos por serem orientados e manipulados a bel-prazer de quem os possa adquirir.

Não perca esta oportunidade !

Compre você também o seu Milo-de-corda !

Encontrará um à sua espera na loja do Vitória mais perto de si...

 

José Rialto

 

(cartoon publicado no Depois Falamos)




publicado por Miguel Salazar às 23:16
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Sexta-feira, 27 de Agosto de 2010
O meu sonho...

 

 

Começou como um pesadelo…

Um sono que se vê subitamente invadido por Emílio Macedo, não pode ser considerado propriamente como sendo um sonho.

Talvez tenha acontecido porque nestes últimos tempos tenho andado tão incomodado com a realidade do Vitória, situação que ainda ficou mais evidente quando fomos confrontados com a inevitável comparação com a dos nossos vizinhos e rivais.

Talvez… quem sabe ?…

Neste sono, que não era um sonho, alguém tinha convencido EM a consultar uma série de especialistas para ver se algum desses médicos seria capaz de perceber o mal que o afligia, e conseguia explicar o porquê das suas atitudes (ou a falta delas).

Temporalmente, era muito difícil conseguir localizar a cena, uma vez que todos os erros, dúvidas, inépcias, passividades, esperas e indecisões de EM, todos apareciam como sendo muito recentes. Factos tão afastados no tempo como o sorteio da Liga dos Campeões, a eliminação às mãos do Basileia e do Portsmouth, as três últimas pré-temporadas, as novelas “Nuno Assis”, “Luís Filipe”, “Santana Carlos”, “Halliche” ou “Marcelo Toscano”, todas eles eram estranha e igualmente recentes. Coisas de pesadelos…

Toda a cena se passava num hospital que eu nunca fui capaz de identificar.

 

EM entrava então no primeiro gabinete, onde estavam dois médicos, um Cardiologista e um Pneumologista. Disse-lhe o primeiro:

- O seu problema, senhor Macedo, é uma insuficiência cardíaca. Não aguenta esforços. Por isso se sente melhor sem fazer nada.

E o Pneumologista retorquiu:

- Sim, falta-lhe o ar, não aguenta esforços, mas o problema dele é a asma – asma de esforço, digo eu, caro colega.

 

Ficaram os dois a dirimir argumentos, enquanto EM passava ao gabinete do Anestesista, que de imediato disparou:

- Ainda está meio anestesiado, nunca mais recuperou da última anestesia...

EM tentou interrompê-lo, muito afirmativo:

- Mas qual anestesia, se eu efectivamente nunca fui operado.

E o anestesista prosseguia, sem sequer lhe prestar atenção:

- …às vezes acontece. O mais certo é nunca mais recuperar.

 

No gabinete seguinte, estava o Oftalmologista, que o esperava com aqueles óculos esquisitos:

- Ó senhor Silva, você tem miopia. Vê mal ao longe. Tem vistas curtas, percebe?

EM começava a ficar deprimido com tantos diagnósticos. É que a maior parte dos médicos nem sequer o deixavam falar. Se calhar nem precisavam. Já o deviam conhecer…

 

Gastroenterologia foi a etapa seguinte:

- Você tem um imperfuração anal. É uma malformação congénita. Já nasceu assim, compreende? O seu ânus está tapado. Por isso é que não lhe cabe um feijão no c#...

Com esta, tinha ficado verdadeiramente preocupado.

 

Procurou então alguém que o pudesse reconfortar, na porta seguinte.

Era o Cirurgião Geral, mas este tampouco o ajudou:

- O meu colega tem razão, meu caro. De facto a imperfuração anal pode trazer-lhe outros problemas. As fezes vão-se acumulando… Tem de ter cuidado, senhor Macedo! Por isso é que quando abre a boca só lhe sai m#%$&@.

Instintivamente tapou a boca com a mão, nauseado. Enojado com aquela ideia, fugiu e entrou na porta em frente.

 

Mais uma consulta colectiva. Aqui, estavam três especialistas. Disse-lhe então o Fisiatra:

- Ora aqui está um caso claríssimo de atrofia muscular bilateral dos membros inferiores. Não tem força nas pernas e por isso não consegue andar.

E o segundo, o Neurologista, argumentou:

- Nada disso, caro colega. Falta de força sim, mas por uma outra causa. É um caso pouco frequente de miastenia gravis. Sem dúvida…

E o Internista, de imediato os contrariou:

- Nem um nem outro, meus amigos. Estão os dois errados. Aqui o senhor Macedo tem é uma polimialgia que lhe limita a marcha.

Mais uma discussão que se começava a gerar.

 

EM saiu sorrateiramente para o consultório do Ortopedista, que esperava o pudesse sossegar. Pelo menos começava bem:

- Miastenia gravis? Polimialgia? Atrofia muscular?...

Até aqui tudo bem, pensava ingenuamente EM. Mas o Ortopedista continuou:

- ... Não, não, o que você tem é pernas curtas. Está condenado a dar passos muito pequeninos para o resto da sua vida.

EM já se descabelava, desesperado. Mas será que ninguém lhe dava uma boa notícia? Era um pesadelo digno de KafkaEM estava a ficar louco. Já estava por tudo.

 

Entrou então no consultório do Otorrinolaringologista, que mal o deixou sentar:

- Levante-se por favor, senhor Macedo!

Enquanto se levantava, teve uma tontura e caiu redondo no chão.

- Eu sabia. Você tem um síndrome de Menière. Por isso tem tanto medo de se levantar…

Nisto, entra o Intensivista que, depois de avaliar dois ou três sinais, disparou:

- O homem está em coma profundo. Por isso é que nunca reage aos estímulos. Está arreactivo. Vamos ter de intubar…

Quando ouviu falar em tubo, foi como se o tivessem picado. Levantou-se com um salto e fugiu.

 

Foi ter com o Andrologista:

- Lamento dizer-lhe, mas o meu amigo tem uma disfunção eréctil. Ficou sem t#$@, está a perceber?

Esta tinha sido impiedosa. Mexia com a sua virilidade.

 

Só parou no Psiquiatra:

- Dessas coisas não percebo nada. Mas, para mim, o seu problema é outro. O senhor tem acrofobia. Pânico das alturas. Por isso se recusa a tentar subir. É pânico mesmo!

 

Já poucas consultas faltavam. Dermatologia era uma delas.

- Você tem uma doença que se chama onicomalácia. As suas unhas são muito moles. Não tem unhas para tocar guitarra…

 

O Cirurgião Plástico tinha outra versão:

- Eu estou com o Neurologista, o Internista e o Fisiatra. Para mim você não se aguenta nas pernas. Andou a pôr Botox nas pernas, Senhor Emílio?

 

Foi ao Urologista:

- Meu caro senhor, o senhor tem incontinência urinária. Nas situações de maior stress… faz pelas pernas abaixo, percebe? M$#@-$& todo…

EM não queria acreditar. Tinha de ouvir uma segunda opinião.

 

Foi ouvir outro Urologista, que lhe disse:

- Incontinência urinária? Talvez, não sei, mas pelo menos tem uma criptorquidia. Os nossos testículos, quando nascemos, estão dentro do abdómen e, com a idade, vão descendo para o escroto. Há pessoas em que eles não conseguem descer, percebe? Não os têm no sítio…

 

Agora sim, estava de cabeça perdida. Nem reparou que tinha entrado no consultório de um Ginecologista. Ainda se lamentava em voz alta:

- … não os tenho no sítio? Como é que este gajo me diz efectivamente que portanto eu não os tenho no sítio?

E o Ginecologista, atónito com a entrada intempestiva no seu consultório, disse, interrompendo-lhe o lamento:

- Ó meu caro, o seu problema parece ser bem pior do que “não os ter no sítio”. Pelos vistos o senhor não os deve é ter de todo, senão o que faria numa consulta para senhoras?

 

EM fugiu, correu como um louco, corredores, átrios, mais corredores, até cair cansado e destroçado, no átrio de entrada do hospital.

Foi então que veio ter com ele, uma criança – o filho do porteiro do hospital –, que lhe perguntou:

- Porque está tão triste, senhor Milo?

E então, EM explicou-lhe tudo aquilo porque tinha passado, todas as coisas que lhe tinham dito. No final, o miúdo, com aquela clarividência que só as crianças conseguem ter, perguntou-lhe, depois de passar carinhosamente o seu braço pelos ombros de EM:

- Ó senhor Milo, mas se o senhor não tem coração para grandes correrias, se tem asma e ainda anda meio anestesiado, se tem vistas curtas, se não lhe cabe um feijão no c# e quando abre a boca só lhe sai m&%$@, se tem tonturas e não se aguenta nas suas pernas demasiado curtas, se anda por aí quase em coma, se tem vertigens e já não tem t#$@, se não tem unhas para tocar guitarra, se tem as pernas cheias de Botox e se se m%$@ todo pelas pernas abaixo, se não os tem no sítio, se é que os tem mesmo, então senhor Milo, de que é que você está à espera? Porque é que não desiste?

 

E foi precisamente nesta altura que o meu pesadelo se tornou num lindo sonho.

EM olhou a criança nos olhos e respondeu-lhe com um profundo suspiro:

- Talvez seja efectivamente melhor…

 

José Rialto

 



publicado por Miguel Salazar às 22:36
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Quinta-feira, 19 de Agosto de 2010
o Castigo...

Emílio MacedoEntão, Valdomiro, passaste-te?

ValdomiroPô, presidente, eu estava só defendendo os meus direitos. Eu só disse a verdade…

EMIsto não se trata efectivamente de estar ou não estar a dizer a verdade. Portanto, aquilo que efectivamente está em causa é que tu não podes dizer estas coisas para a Comunicação Social, sem estar efectivamente autorizado por mim. Porque senão, as pessoas ficam a pensar que o Vitória é um clube no qual não tem uma hierarquia de comando.

VMas presidente, você quer ficar com a grana toda, e eu tenho direito à metade…

EMÓ Valdomiro, portanto tu tinhas era de ter ficado calado. Fazias efectivamente como eu faço, que raramente falo, portanto só mesmo quando sou obrigado, e aí…

VVocê mente, doutô??? (disse, incrédulo)

EM Não, Valdomiro! Aquilo que eu faço efectivamente é, portanto, contornar a verdade, por assim dizer. Sabes que os sócios querem sempre efectivamente acreditar naquilo que se lhes diz e, portanto, nós só temos é de efectivamente aproveitar. Foi o meu amigo Luís Filipe quem efectivamente me explicou isto. Os sócios é que efectivamente pensam que os protocóis não servem para nada. E isso é que é efectivamente uma grande mentira…

VVocê está falando a sério mesmo? Ou está contornando a verdade?

EMClaro que estou efectivamente a falar verdade. Quanto maior for a menti… desculpa, a verdade contornada, mais eles efectivamente acreditam.

V -

EMSe assim não fosse, como é que pensas que eu efectivamente ainda era Presidente?

VPois… mas o que eu quero mesmo é metade da grana!

EMÓ homem, portanto tu ainda não percebeste, pois não? O Vitória tem efectivamente um líder, um chefe… que sou eu. E, portanto, para aprenderes a ficar efectivamente calado, ficas de castigo em tua casa até aprenderes. Percebeste?

V -

EMPorque, portanto, quem efectivamente manda no Vitória... sou eu!...


José Rialto

 

(cartoon publicado na Voz do Berço e no Depois Falamos)




publicado por Miguel Salazar às 23:38
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Sábado, 22 de Maio de 2010
Dão-se alvíssaras... ou talvez não...

 

 

Dão-se alvíssaras (ou talvez não) a quem der pistas sobre o paradeiro de Emílio Macedo da Silva, desaparecido da vida do clube há já várias semanas.

Na altura, estranharam-se as ausências numa série de acontecimentos desta recta final de época, como os permanentes roubos de arbitragem, os vergonhosos e cirúrgicos castigos aos nossos jogadores, a jornada de luto “triste verdade negra”, a novela “Paulo Sérgio”, e a ausência permanente em jogos vitais das modalidades amadoras, de que o jogo dos play-off de basquetebol contra o Benfica é apenas o último exemplo. Especulou-se mesmo sobre a possibilidade de EMS se estar a alhear da vida do clube, negligenciando as suas obrigações enquanto Presidente da Direcção. Mas tudo isto poderá ser de uma enormíssima injustiça, e esta sua já longa ausência deveria fazer-nos temer o pior.

Na verdade, não é despicienda a hipótese de que se possa tratar de um caso de rapto. É uma realidade que o Sporting parece ter descoberto em Guimarães um autêntico filão. Primeiro foi Paulo Sérgio, depois foram uma série de jogadores que têm vindo a ser dados como certos no clube de Alvalade na próxima época, e agora pode ter sido mesmo o próprio Presidente. Considerando os critérios que levaram à contratação do seu actual treinador, é bem possível que o clube de Alvalade tenha visto em EMS, a solução do seu problema “José Eduardo Bettencourt”. Neste cenário, é razoável pensar que os leões de Lisboa possam ser os responsáveis pela perpetração deste rapto que, a ser verdade, nos deixaria a todos lavados em lágrimas e verdadeiramente desesperados.

Deixaria... ou talvez não…

 

José Rialto

 

(cartoon publicado no sítio da Associação Vitória Sempre e no Depois Falamos)



publicado por Miguel Salazar às 16:26
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Sexta-feira, 19 de Março de 2010
a Hora da Verdade...

Apesar de ainda não ter obra feita, Manuel Pinto Brasil (MPB) tem a incomparável vantagem, sobre o seu oponente, de ainda não se lhe conhecer qualquer obra desfeita.

Ao contrário da lista B, em que apenas Emílio Macedo da Silva (EMS) parece ter direito a voz activa, a lista A vale pelo seu todo. E é aqui que reside uma das grandes diferenças entre as duas listas.

E a diferença é tão gritante que EMS não teve outra solução que não fosse a de evitar a todo o custo qualquer debate entre os Vice-Presidentes de ambas as listas. Se aceitasse esse desafio, as suas consequências seriam avassaladoras e deitariam por terra as poucas possibilidades que ainda parecem restar à lista B.

 

Luís Cirilo é o Vice-Presidente para o futebol, e será com toda a certeza uma das apostas mais seguras desta lista. Homem esclarecido, de fortes convicções, vitoriano de alma e coração, comprometido com toda a massa associativa pelos inúmeros artigos de opinião que tem publicado, tanto na blogosfera como na imprensa escrita. Eloquente no seu discurso, será com toda a certeza a face mais visível desta Direcção. Luís Cirilo será sempre um garante da defesa da honra do clube e da sua massa associativa. Com Luís Cirilo, estou realmente convencido que o lamentável episódio do estádio do Dragão até poderia voltar a repetir-se, mas não voltaria com toda a certeza a ficar sem resposta.

 

Luís Alves foi o homem escolhido para Vice-Presidente para a área financeira. Um homem que tem o discurso convincente de quem sabe aquilo que está a dizer e a fazer. Luís Alves dá mostras de ser conhecedor da realidade financeira do clube, embora apenas daquela que lhe é permitida saber pela actual Direcção do Vitória. É lamentável que não seja possível ouvir a sua análise global, mas essa responsabilidade terá de ser totalmente imputada a EMS. Também ele eloquente na forma como aponta as medidas que deverão ser implementadas para ultrapassar a débil situação financeira do clube, Luís Alves parece ser o homem certo no lugar certo.

 

Para Presidente da Assembleia Geral, foi escolhida uma personalidade consensual. Já com alguma experiência directiva, apesar de ser relativa a um clube de incomparável menor dimensão, o Padre Antunes parece ser uma excelente aposta para se conseguir dignificar as Assembleias Gerais do Vitória, sempre tão polémicas e agitadas.

 

 

E então, afinal, quais são as opções que estão em jogo, agora que está tão próxima a hora da verdade?


De um lado, temos a figura autocrática de EMS, o paradigma do eucalipto que tudo seca em seu redor, para quem a restante equipa directiva se esgota no seu efeito decorativo, e de quem me dispensarei de fazer mais quaisquer considerações (ler o artigo "Coroa de glória ou de espinhos").

 

Do outro lado temos a lista A, uma equipa na verdadeira acepção do termo, em que cada elemento já deu mostras de estar consciente de ser "apenas" uma peça de uma complexa engrenagem, que necessitará que todos cumpram com rigor o seu papel para que ela possa funcionar em toda a sua plenitude.

A ideia com que se fica, no fim desta campanha, é a de que, com a lista A, estamos perante uma equipa esclarecida, conhecedora da realidade e com ideias muito concretas das soluções necessárias para a enfrentar e ultrapassar a débil situação financeira em que EMS deixa o Vitória no fim deste seu mandato. Com a lista A, temos a esperança de que o Vitória possa finalmente ser lançado no patamar que é seu por direito próprio e que há muito faz por merecer através da enorme dedicação, de uma massa associativa e de toda uma cidade, sem par no panorama desportivo e social nacional.

Esta lista é acusada, pelos seus detractores, de não ter experiência nem tão pouco obra feita.

É verdade, mas como poderia ela ter? Será possível mostrar resultados antes mesmo de se começar a trabalhar? Obviamente que não. No entanto, já mostraram que estudaram a situação do clube e até já têm uma visão concreta e uma estratégia montada, muito bem corporizada num programa eleitoral realista e responsável, e que tem sido explicado à exaustão a quem quer ser elucidado, comparecendo às inúmeras sessões de esclarecimento realizadas nesta últimas semanas..

Não merecerá esta lista, o mesmo voto de confiança e de esperança que esses mesmos detractores deram a EMS quando há 3 anos se candidatou às eleições, também ele na altura sem obra feita no Vitória?

Qual era o trabalho então apresentado por EMS?

Aquilo que EMS pediu nessa altura, foi exactamente o mesmo que MPB pede agora, mas com a incomparável vantagem de alicerçar as sua pretensões num projecto bem mais credível.

Nestas eleições, aquilo que está em causa não é trocar o certo pelo incerto, como alguns fazem questão de alegar, os mesmos que não têm outro argumento para apresentar que não seja a experiência de 3 anos de EMS, uma experiência com muitos êxitos desportivos, é verdade, mas também recheada de desconsiderações e desrespeito pela massa associativa, por falsas ilusões e até mesmo por mentiras.

Aquilo que realmente está em causa não é trocar o certo pelo incerto, mas sim trocar o errado pelo incerto, mas por um incerto repleto de sinais e evidências que nos fazem ter esperança num futuro bem melhor.

 

Apesar de MPB não ter exactamente o perfil que eu gostaria de ver num Presidente do Vitória, a verdade é que se lhe devem reconhecer dois méritos: a coragem de se apresentar a votos, e o engenho que teve de se fazer rodear de um elenco directivo de verdadeiros vitorianos (sem outras paixões clubísticas, nacionais), que poderá muito bem ser a alma daquilo que há tanto tempo sonhamos para o nosso clube.

 

É essa a minha convicção.

É por isso que, no dia 20, eu votarei na lista A...


José Rialto

 

(cartoon publicado no Dom Afonso Henriques e no Depois Falamos)



publicado por Miguel Salazar às 00:48
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Segunda-feira, 15 de Março de 2010
Coroa de glória ou de espinhos ?...

 

Chegou a ser uma coroa de glória (igual à de Manuel Cajuda)...

No final da época de 2007/2008, um ano depois da sua eleição, a gestão de Emílio Macedo atingiu o seu auge, com a histórica qualificação para a Liga dos Campeões.

Durante esse primeiro ano de mandato, EMS conseguiu fazer o clube regressar à primeira divisão, e aí alcançar o terceiro lugar, culminando com o acesso à última pré-eliminatória da liga milionária. Nesse período, o voleibol foi campeão nacional, o basquetebol venceu a Taça de Portugal, o pólo aquático subiu à divisão principal e tivemos ainda vários títulos mundiais no kickboxing. Não sei qual foi o real papel de EMS em tudo isto, mas devemos reconhecer-lhe, no mínimo, o mérito de ter permitido que tal acontecesse.

A partir desta altura, ainda se fizeram (ou permitiu-se que acontecessem) coisas muito positivas, como a honrosa e inédita participação na Liga dos Campeões de voleibol, o título de vencedores da Taça de Portugal (também em voleibol), e ainda mais uma série de títulos nacionais, europeus e mundiais, no kickboxing.

Em tudo isto, deve ser reconhecido o respectivo mérito a EMS e à sua gestão.

Mas também foi neste último ano e meio, que EMS e a sua gestão entraram naquilo a que poderíamos chamar um ciclo negro da vida do nosso clube, em que prevaleceu a mentira, a falta de transparência e o laxismo na defesa da honra do clube e da sua massa associativa.

Tudo começou com uma impensável colagem ao Benfica, na ilusão que lhes foi vendida de assim garantir uma entrada directa na Liga dos Campeões, apostando no afastamento do FCPorto. Foi um enorme erro estratégico de EMS, que assim começou a comprometer a formação de um plantel suficientemente forte para enfrentar um adversário que quis a sorte que fosse até bastante acessível - o Basileia. A verdade é que o plantel era manifestamente mais fraco do que o da época anterior, o que acabou por comprometer a entrada na liga milionária. Por isso, o Vitória perdeu mais de cinco milhões de euros, montante que equivalia nessa altura a mais de metade do passivo do clube. Muitos são aqueles que responsabilizam o árbitro assistente do jogo de Basileia pela nossa eliminação, e é bem verdade que se não fosse esse roubo de catedral, o Vitória ter-se-ia apurado. Mas então os primeiros 175 minutos dessa eliminatória, não deveriam ter sido suficientes para a conseguir resolver, e não ficar à mercê das arbitrariedades do jogo e da desonestidade daquele "bandeirinha"? Ou será que simplesmente a equipa não era capaz de fazer melhor? Reduzir a responsabilidade desse fracasso apenas à equipa de arbitragem é querer branquear a falta de visão estratégica e a incompetência de EMS na planificação da época e na construção do plantel.

A preparação dessa eliminatória da Liga dos Campeões, exigia um forte investimento na formação do plantel. Esse investimento traria ao clube um retorno quase imediato, e EMS acobardou-se com um risco que só muito dificilmente algum dia voltará a ser tão pequeno. Na iminência de ganhar mais de cinco milhões de euros, EMS poderia ter investido com segurança quase esse mesmo valor. Se o tivesse feito, com certeza não teríamos ficado à mercê daquele "bendito" bandeirinha.

EMS não esteve à altura das exigências da Liga dos Campeões.

A verdade é que EMS não está à altura das exigências de um clube como o Vitória.

Mas voltando aos erros estratégicos do actual Presidente, então o que dizer do famoso protocolo com o Benfica?

E o que dizer das muitas promessas eleitorais que não se cumpriram (redução do passivo, construção de pavilhões, entre outras)?

E acerca da ruinosa estratégia na venda de jogadores?

E sobre a falta de visão na renovação de contratos com elementos fundamentais do plantel?

Mas, apesar de tudo, estes erros ainda são os menos graves.

Os mais graves têm a ver com a falta de honestidade que teve com os sócios.

Grave foi o facto de termos andado a ser enganados meses a fio com a valia do plantel e com as promessas de jogadores que deveriam ter chegado em Dezembro e que nunca chegaram. Foi exactamente nesta altura, que decidi que EMS jamais veria o meu voto, se por acaso tivesse a ousadia de se recandidatar. Para mim, como para muitos outros, EMS já estava "morto" e ainda não tinha dado por isso. Era esse o sentido do cartoon "Achmed, the dead terrorist", e não o de o considerar como um terrorista, como de resto chegou a ser comentado (enfim...).

Não é admissível que um Presidente engane quem o elegeu, e com quem é suposto ser honesto e verdadeiro.

Grave foi a passividade que mostrou na defesa da nossa honra (clube e adeptos), quando assistiu sem reacção digna desse nome, ao triste espectáculo com que o FCPorto nos recebeu (a nós e a ele próprio) no Estádio do Dragão.

Grave foi a falta de respeito que mostrou ter pelos sócios, pagantes e com lugar cativo, quando decidiu unilateralmente e sem dar satisfações a quem quer que seja, vender esses lugares aos adeptos do Benfica.

Este comportamento de EMS em relação à massa associativa, é absolutamente inaceitável, e não pode ser relevado por muitos que possam ter sido os seus méritos na fase inicial do mandato.

 


 

 

 

  

 

  

 

 

Se a coroa é de glória ou de espinhos?

 

Foi de glória, certamente, feita de estrelas brilhantes e reluzentes, talhadas em prata da Liga dos Campeões.

 

Mas EMS fez questão de virar cada uma dessas oito estrelas, uma após a outra, até que todas elas se pudessem enterrar bem fundo na sua cabeça, transformando essa coroa de glória naquilo que ela é hoje - uma verdadeira coroa de espinhos.

Para ele e para todos nós...        

 

                                   José Rialto

 

(artigo publicado no sítio da Associação Vitória Sempre e no Dom Afonso Henriques)



publicado por Miguel Salazar às 19:58
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Quarta-feira, 17 de Fevereiro de 2010
Tárããããããã !...

No fim do espectáculo, o Presidente sobe ao palco, resmungando sozinho...

Emílio Macedo – ... com aquele gajo não quero mais conversa.

Jaime SilvaDiga, senhor Presidente?…

EMO vosso treinador, pá. Com ele não quero mais conversa. Estou farto de efectivamente tentar explicar-lhe que o Vitória é um clube no qual as pessoas querem fazer as pazes com o Porto e respeitar, portanto, os protocóis com o Benfica.

JSPois…

EME de que me vale, ó Jaime? No troféu António Pratas, efectivamente disse-lhe para tratar bem o dragão, e o gajo afinal… comeu-o! Depois, portanto na final, falei-lhe dos protocóis, disse-lhe para ter efectivamente cuidado com a águia, para não a comer, e o gajo vai… e depena-a. É pá, ó Jaime, assim como é que portanto um gajo se pode entender com ele?

JSMas, senhor Presi… (bruscamente interrompido por EM)

EMÉ pá, já disse, portanto que com esse gajo não quero mais conversa.

JS – …

EMÓ Jaime, mas agora estou efectivamente preocupado é com outra coisa. A vossa sessão de ilusionismo foi portanto um espectáculo...

Surpreendido com aquilo que acabava de ouvir, Jaime sussurrou "Era bom era, que tivesse sido ilusionismo".

E, entretanto, o Presidente continuava...

EM – ... Então aqui o Rod esteve mesmo em grande. Mas eu estou efectivamente preocupado, é com este dragão.

Rod NealyThe beast is dead! Reeeaaaaally dead!...1

EMO que é que este gajo está para aqui a dizer?

JSHã… pois… ele diz… hã... que sim, que foi um grande espectáculo de ilusionismo.

EMClaro claro, de facto foi... É pá, estou efectivamente mesmo preocupado com o animal. Está assim com um ar portanto tão cansado, meio mortiço até…

RNYeah, we nailed the bastard, and we fuckin' killed it!...2

EMO que é que ele disse?

JSO Rod disse… que… concorda consigo… que o dragão está tão cansado, que até deixou o chão inundado com a transpiração…

 

EM Estás a ver? Não sou só eu a achá-lo portanto cansado. Então de resto ele está bem, não é verdade? Só está mesmo cansado?

JS S... sim...

RNIt was a fuckin’ slaughtery. Blood is all over the damned place…3

EMÓ Jaime, e o suor dos dragões é efectivamente vermelho?

JSClaro, Presidente… É uma característica deles…

EMAi sim?  É pá, então já tenho uma porreira para contar ao meu amigo Luís Filipe…

 

José Rialto

Tradução das falas de Rod Nealy:

1 “A besta está morta !  Meeeeesmo morta!...”

2 “Apanhamos o filho da mãe, e matamo-lo!...”

3 “Foi uma autêntica chacina. Há sangue espalhado por todo o lado…”

 

(cartoon publicado no Fórum Basket Pt, no sítio da Associação Vitória Sempre e no Fórum Vitória Sempre)



publicado por Miguel Salazar às 19:05
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Quarta-feira, 25 de Novembro de 2009
Novas Oportunidades... para estrangeiros...

Paulo Sérgio começou como aluno, na Aula Magna de Coimbra, para agora surgir já como professor no programa das “Novas Oportunidades”… para estrangeiros. Há uma semana teve uma turma de Marroquinos, agora uma de Mouros. De aluno a Mestre, foram apenas necessários cinco dias.

Com o seu ajudante Gustavo a segurar na mão o balão em que se transformou o Mouro, Mestre Paulo demorou uma hora e meia a explicar como é possível vencer na vida sem se ser rico, sem se ter a ajuda dos inspectores ou a cumplicidade dos aprendizes de jornaleiros de parede.

O problema era o ajudante Gustavo, que não parava de perguntar ao seu Mestre se já podia dar uso ao seu alfinete, interrompendo a aula uma e outra vez. Só sossegou aos 25 minutos, quando finalmente teve a tão ansiada permissão. Aliviado pela alfinetada que pôde dar no rabo do insuflado Mouro, que entretanto se esvaziava por completo, Gustavo não mais interrompeu a aula, que a partir de então apenas era perturbada pelas lamentações de alguém que, fora da sala, dizia soluçando “Mas porque é que ninguém... efectivamente respeita os protocóis?”.

Com tantas interrupções, estava visto que os inspectores iam mesmo obrigar o Mestre a prolongar a sua aula. Não que tivessem a esperança de que o antes insuflado Mouro conseguisse disso ter alguma vantagem imediata. A única esperança que tinham era que destes ensinamentos pudesse tirar algum proveito para os testes intermédios da semana seguinte na escola de Alvalade.

A aula foi muito boa! Melhor do que uma Aula Magna. Foi uma autêntica Lição Magistral. Pode ser que o Mouro tenha aprendido qualquer coisinha...”, comentavam, com mais esperança do que convicção, os inspectores entre si…

José Rialto

(cartoon publicado no sítio da Associação Vitória Sempre e no blogue Depois Falamos)



publicado por Miguel Salazar às 22:50
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Terça-feira, 3 de Novembro de 2009
Depenados (2)...

Emílio MacedoÓ Fernando…

Fernando SáJá sei, Presidente. Hoje também não pôde vir ver o jogo, não foi?…

EMPois… foi… (embaraçado)

FSDeixe lá! O que interessa é que vencemos o Benfica e... GANHAMOS A TAÇA!

EM - Pois esse é que é efectivamente o problema. Portanto, nós já não tínhamos, efectivamente, conversado sobre essa história do “até os comemos”?

FSMas eu juro que desta vez não os comemos mesmo.

EMNão comeram?

FSNão! Comer não comemos. Tivemos foi de os depenar…

EMÉ pá, mas não pode ser. Portanto, o meu amigo Luís Filipe Vieira está efectivamente muito zangado connosco porque diz que efectivamente lhe fizemos mal aos passarinhos, e que portanto não foi para isso que efectivamente fizemos os protocóis.

FSProtocóis”, Presidente?!?...

EMÉ pá, já no sábado o Nuno Coelho efectivamente ia fazer a mesma asneira no voleibol. Portanto, se não fosse o árbitro a salvar a situação…

FS!!!…

EMPorque efectivamente nós não podemos andar por aí a fazer mal, portanto, aos nossos amigos…

FSNossos amigos”, os do Benfica? Só se forem seus…

EMÉ pá isso agora efectivamente não interessa nada. Portanto, o que efectivamente interessa é que de facto vocês efectivamente têm de ter a noção de que o Vitória é um clube no qual aos passarinhos efectivamente não se lhes pode fazer mal…

FSÓ Presidente, comigo é assim: se não os podemos comer, pelo menos depenámo-los… e quando não os pudermos depenar, havemos de esfolá-los…

EMMas não pode ser Fernando. Efectivamente, aos nossos amigos não podemos fazer-lhes mal... NUNCA! Porque portanto o Vitória tem de ser um clube no qual se respeita os amigos e os protocóis. Portanto o Luís Filipe até disse que efectivamente queria que lhe déssemos a Taça…

FSA Taça ?????... Isso é que era bom...

EMPois, eu já sabia! Agora, nós vamos ter de tomar decisões, que toda a gente sabe que são decisões difíceis de tomar. Portanto, para efectivamente conseguirmos fazer as pazes com o Luís Filipe, lá vamos nós ter de lhes dar efectivamente mais dois ou três jogadores de futebol… E depois o pessoal não percebe e quer Assembleias Gerais...


José Rialto

(cartoon publicado no sítio da Associação Vitória Sempre)

 

post scriptum

Apesar de este ser o primeiro cartoon com o título "Depenados", juntei-lhe o número 2, pois esta é já a segunda vez que Fernando Sá depena uma águia, enquanto treinador do Vitória. A primeira vez ocorreu durante a época de 2007/08, à 28ª jornada do Campeonato da Proliga, quando foi vencer o Benfica a Lisboa, por 77-69...



publicado por Miguel Salazar às 23:04
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