Sexta-feira, 18 de Agosto de 2017
Esse Mito Urbano chamado Jorge Jesus (parte 2)...

 

Um outro Mito Urbano relacionado com Jorge Jesus, é mais uma ideia que o “jornaleirismo” desportivo nacional nos quis impingir, relacionado com a sua alegada inigualável capacidade de valorização e rentabilização de jogadores.

Outro embuste. Mais um.

Passemos então aos factos...

 

 20170818 Rui Vitória Vs Jorge Jesus.png

 

Deste TOP-8, dos jogadores vendidos pelo Benfica acima dos 30 milhões de euros, apenas 3 foram valorizados por Jorge Jesus, num total de 103 milhões de euros.

Nenhum destes três eram oriundos da formação do Benfica, pelo que este valor não é líquido (há que descontar ainda os valores de aquisição). Em boa verdade, Jesus não valorizou significativamente nenhum jogador da formação do clube. Deu uma hipótese a Gonçalo Guedes, é verdade, mas não o deixou jogar mais de 9 partidas, em todas as competições da época de 2014/2015. Ainda em relação à formação, foi também Jesus quem deixou sair Bernardo Silva para o Mónaco, com apenas 31 minutos de utilização.

Na realidade, a existência de formação e de uma equipa B no Benfica, sempre foi um assunto pouco mais do que irrelevante, para Jorge Jesus.

 

Deste TOP-8, Rui Vitória foi o responsável pela valorização de 5, num total de 170,5 milhões de euros.

Mal chegou ao Benfica, Rui Vitória lançou de imediato 2 jogadores da formação benfiquista (Nelson Semedo e Renato Sanches), e relançou Gonçalo Guedes, agora sim, com 59 partidas em 2 épocas. Só com estes 3, teve uma rentabilização de custo-zero para 95,5 milhões, ou seja, só com o aproveitamento da formação, Rui Vitória fez mais do que Jesus tinha feito com todas as suas melhores vendas (não esquecer que os 3 jogadores de Jorge Jesus tiveram custos de aquisição - Di Maria custou 2,5M e Witsel 9M).

Não poderemos esquecer ainda que o guarda-redes Ederson e o sueco Lindelof, foram promovidos da equipa B, por Rui Vitória.

E tudo isto em apenas 2 anos.

 

Em apenas 2 anos, Rui Vitória foi responsável por quase o dobro da rentabilização conseguida por Jorge Jesus em 6 temporadas.

Por isso, e em termos relativos...

Rui Vitória é quase 6 vezes mais eficaz do que Jorge Jesus, na rentabilização e valorização de jogadores.

E assim cai com estrondo, mais uma vez, esse Mito (muito pouco) Urbano chamado Jorge Jesus...

 

Miguel Salazar



publicado por Miguel Salazar às 19:38
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Quinta-feira, 17 de Agosto de 2017
Esse Mito Urbano chamado Jorge Jesus (parte 1)...

20141114 a Liteira.png

Ao contrário do que muita gente parece supor, a carreira de Jorge Jesus não teve o seu início no Benfica.

A verdade é que ela começou muito antes, na Amora, na já longínqua época de 1992/1993, 19 anos antes da sua chegada ao estádio da Luz.

Nas primeiras 18 temporadas, a sua carreira nada teve de particular relevância.

Mas bastou ter posto os pés no Benfica, para logo se começar a criar um dos maiores embustes de toda a História do futebol português – esse Mito Urbano chamado Jorge Jesus, o tão propalado Mestre da Táctica.

Mas vamos aos factos...

 

Nas primeiras 18 temporadas da sua já longa carreira, Jorge Jesus foi Campeão Nacional da 3ª Divisão pelo Amora, subiu 3 equipas de Divisão (o Amora, e 2 vezes o Felgueiras), e desceu outras 2 (Felgueiras e Moreirense).

Até aqui, nada de fabuloso...

Fez um 7º lugar na União de Leiria, com 47 pontos em 34 jogos, enquanto José Mourinho, ainda em início de carreira (2001/2002), tinha já conseguido atingir essa mesma posição, mas com mais 8 pontos em igual número de jogos.

Ao serviço das 5 restantes equipas (União da Madeira, Estrela da Amadora, Vitória de Setúbal, Vitória Sport Clube e Belenenses), e em 11 temporadas, não fez nada digno de realce.

Ao serviço do Sporting de Braga, Jorge Jesus venceu 1 Taça Intertoto* e foi 5º classificado no Campeonato Nacional, enquanto que Domingos Paciência, em 2 épocas, e no mesmo Sporting de Braga, conseguiu ser Finalista da Liga Europa numa, e Vice-Campeão Nacional na outra (com mais 21 pontos do que o Braga de Jesus, nos mesmos 30 jogos).

Bem melhor o desempenho de Domingos Paciência...

Chegado finalmente ao Benfica, era tempo de se dar início à criação do Mito. Dispondo dos melhores e mais ricos planteis da história do clube, em 6 épocas, Jesus foi Campeão Nacional por 3 vezes, venceu 1 Taça de Portugal, 1 Supertaça e 5 Taças da Liga. Analisando a questão de outra perspectiva, Jorge Jesus perdeu a oportunidade de vencer 14 troféus nacionais (3 Campeonatos, 5 Taças de Portugal, 5 Supertaças e 1 Taça da Liga), o que faz com que a sua eficácia tivesse sido de 41% (10 troféus conquistados e 14 perdidos).

Logo de seguida, e em apenas 2 épocas (e mais a Supertaça deste ano), Rui Vitória já conseguiu no Benfica, 2 Campeonatos Nacionais, 1 Taça de Portugal, 2 Supertaças e 1 Taça da Liga. Na mesma perspectiva com que se analisou o desempenho de Jesus, Rui Vitória perdeu a oportunidade de vencer 3 troféus nacionais (1 Taça de Portugal, 1 Supertaça e 1 Taça da Liga), o que faz com que a sua eficácia seja de 67% (6 troféus conquistados e 3 perdidos).

Ou seja, Jorge Jesus tem uma eficácia de 41%, enquanto a de Rui Vitória é de 67%, mas o Jesus é que é bom. Está certo !

A nível das competições europeias, Jorge Jesus levou 1 vez o Benfica aos quartos-de-final da Liga Europa e, na Liga dos Campeões, por 4 vezes não passou da fase de grupos, atingindo 1 vez os quartos-de-final desta competição. Já Rui Vitória, em dois anos, atingiu 1 vez os quartos-de-final e 1 vez os oitavos-de-final, ambas na Liga dos Campeões.

E Jorge Jesus é que continua a ser o melhor. Continua a estar certo !

Nas últimas 2 temporadas, o “Mestre da Táctica” esteve ao serviço do Sporting, onde conseguiu apenas 1 Supertaça, e logo na sua chegada a Alvalade, numa altura em que o Poder Instituído ainda o deveria julgar ao serviço do Benfica.

E assim voltou Jorge Jesus à eficácia pré-Benfica...

 

Assim, bem espremido e comparado, Jesus fez quase sempre pior do que fizeram outros nos mesmos clubes, apenas conseguindo suplantar os seus colegas com a conquista de uma competição disputada por uma espécie de 2ª Divisão do futebol europeu, e conquistada em apenas dois jogos, contra o Sivasspor da Turquia. A sua verdadeira especialidade parece ser a Taça da Liga que deverá ser muito provavelmente a mais desinteressante e desvalorizada competição do futebol português. Venceu-a 5 vezes, apesar de só o ter conseguido fazer no Benfica.

E pronto, é assim que nascem os Mitos Urbanos.

E foi assim também que nasceu o maior de todos eles – esse Mito Urbano chamado Jorge Jesus.

Urbano, mas pouco, diria eu... muito pouco urbano...

 

Miguel Salazar

 

* A Taça Intertoto era uma competição organizada pela UEFA entre 1995 e 2008, em que competia uma espécie de 2ª divisão do futebol europeu, formada pelas equipas que não se conseguiam qualificar para as competições europeias “a sério”. Para se ter uma ideia da dificuldade desta competição, o Sporting de Braga conseguiu vencê-la, disputando (e vencendo) apenas 2 jogos, com os turcos do Sivasspor. A União de Leiria foi Vice-Campeã da edição de 2004 desta mesma taça, eliminando os russos do Shinnik Yaroslavl e os belgas do Genk, e perdendo a final para os franceses do Lille.



publicado por Miguel Salazar às 00:45
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Terça-feira, 1 de Março de 2016
As línguas bífidas do lagarto "Leão"...

20160301 Lagarto «Leão».png

O leão que Bruno de Carvalho fez renascer com a sua chegada ao Sporting, não foi propriamente um leão autêntico, daqueles com pêlo e juba, e muito menos o felino que desde tempos imemoriais tem sido considerado como sendo o Rei da Selva.

Aquilo que o actual Presidente do Sporting fez renascer em Alvalade, foi apenas um réptil com a pele escamada e listada de verde e branco, um lagarto a quem ele maliciosamente deu o nome de... "Leão", e com quem ele assim vai conseguindo iludir os mais crédulos dos sportinguistas (e apenas estes).

O facto de se tratar de um lagarto-de-gola (espécie australiana que abre uma exuberante gola para intimidar os seus inimigos), ajuda a iludir esses adeptos, que assim tomam essa gola pela juba de um leão.

Com Bruno de Carvalho, o lagarto já tinha nascido com uma língua bífida, comprida, maledicente e venenosa, mas com a chegada de Jorge Jesus e Octávio Machado, o "Leão" passou a ter três. Três línguas igualmente bífidas, compridas, maledicentes e venenosas, qual delas a mais viperina.

Aquilo com que nenhum deles contava, era com o que os esperava em Guimarães.

De visita ao Dom Afonso Henriques, o lagarto "Leão" perdeu os seus três pios de uma só vez.

Assim mesmo... em Guimarães, cortou-se-lhes o pio aos três, com uma machadada só...

 

José Rialto



publicado por Miguel Salazar às 21:06
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Sábado, 16 de Maio de 2015
Colinho desde o início até ao fim...

Carlos Xistra, João Capela, Bruno Paixão, Artur Soares Dias, Manuel Mota, Jorge Jesus (ao colinho) e Rui Costa

Colinho desde o início até ao fim.

A verdade é que Jorge Jesus vai conseguir fazer todo o Campeonato sem quase ter posto os pés no chão. Se calhar até vai ser Campeão sem ter gasto sequer as solas de um único par de botas.

Se o Benfica quiser até as pode trocar a todas no final da época.

Afinal elas estão como novas, não é verdade ?...

 

José Rialto



publicado por Miguel Salazar às 00:30
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Sexta-feira, 14 de Novembro de 2014
A liteira, o literato e os liteireiros...
Muito mais do que apenas uma mera aliteração, "A liteira, o literato e os liteireiros" é a triste realidade do futebol português. Em boa verdade é mais ainda - é a realidade de todo o Desporto nacional...

20141114 a Liteira.png

A liteira escarlate segue o seu caminho, com toda a serenidade, completada que está a 10ª etapa das 34 que a corrida tem. Segundo a Tradição, velha de quase um século, o privilegiado deve seguir sempre confortavelmente instalado na sua liteira, de modo a ser poupado ao esforço de uma corrida feita a pé, tal como está reservado aos restantes 17 contendores. Dizem eles que é um desígnio dos Deuses...
 
Em cima dessa liteira escarlate segue o literato. E como é letrado o nosso literato! Apesar de muitos dos seus antecessores terem sido indivíduos já com um apreciável nível cultural, não há memória de algum dia ter havido alguém como ele, com tão elevado grau de literacia. E o facto de um dia ter reconhecido humildemente que não era Eça de Queirós, apenas deverá ser interpretado como mais uma prova irrefutável da sua imensa modéstia. Poupado pela liteira aos esforços da corrida, ao literato sobra-lhe assim o tempo suficiente para poder fruir da pintura da sua amiga Paula Rego. Mas sobra-lhe também o tempo e a disposição necessários para que o seu talento possa fluir na preparação dos mais belos discursos e das mais eloquentes intervenções, que assim se constituem como prosas de incomparável valor literário.
 
Mas a liteira escarlate não anda sozinha, e por isso existem os liteireiros.  Liteireiros que são muitos... imensos... quase incontáveis. São tantos que, semana após semana, se degladiam entre si pelo privilégio de carregar liteira e literato. É uma luta fratricida, entre carneiros do mesmo rebanho. Mas o mais difícil da sua tarefa nem é conquistarem esse direito de carregar a liteira escarlate e o seu literato. O mais difícil é serem capazes de levar a cabo essa missão com mãos que nunca estão completamente livres. Mãos ocupadas com bandeirinhas ou com cartões de duas cores, com microfones ou com blocos de apontamentos pasquineiros, com câmaras de televisão ou com máquinas fotográficas, ou ainda com pilhas de relatórios de observadores ou com resmas de castigos disciplinares. E depois há os apitos que, estando na boca, não facilitam a respiração de quem despende tamanho esforço. A verdade é que, com maior ou menor discrição, e com maiores ou menores dificuldades, os diligentes liteireiros conseguem sempre cumprir a sua missão... e a preceito. Entre todos eles, uma característica em comum: o facto de nenhum ter a boca ou as mãos suficientemente limpas para poder fazer outra coisa na vida que não seja carregar liteiras e iliteratos...
 

José Rialtoblogue DEPOIS FALAMOS



publicado por Miguel Salazar às 01:08
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Sábado, 8 de Novembro de 2014
"Que seja infinito enquanto dure"...

20141107 Líderes.jpg

Poderá não durar sempre.

Poderá durar pouco tempo.

Poderá mesmo durar apenas 44 horas.

Mas, como escreveu Vinicius de Moraes... "que seja infinito enquanto dure"...



publicado por Miguel Salazar às 18:46
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Quinta-feira, 6 de Novembro de 2014
Uma corrida muito peculiar...

20141106 Corrida peculiar.png

Já lá dizia George Orwell, na sua fábula Animal Farm, publicada em 1945...

"All animals are equal... but some animals are more equal than others"

 



publicado por Miguel Salazar às 23:03
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Quarta-feira, 29 de Outubro de 2014
o Corredor Invisível...

A visão da realidade...

O Vitória é actualmente o 3º classificado da Liga, à frente do Sporting, a escassos 2 pontos do líder Benfica e apenas a 1 do FCPorto. Pois bem (mal), esse facto é literalmente ignorado por tudo quanto é pasquim desportivo. Todos eles vão divagando como se a discussão da liderança fosse hoje-em-dia uma questão a 3 (estarolas).

As tendências clubísticas de cada um desses pasquins são distintas e por demais conhecidas de toda a gente, mas apesar dessas diferenças, há algumas características que os unem: a mediocridade, e o desprezo pela verdade desportiva, pela equidade de tratamento e afinal pelo Desporto em geral. Não é de hoje. Sempre assim foi. É o nosso triste fado de ter tantos pasquins e não ter um único verdadeiro jornal desportivo digno desse nome.

Nas televisões, a falta de nível jornalístico é exactamente a mesma, tal como são os mesmos, a mediocridade e o desprezo pelos valores supostamente aprendidos durante a sua formação jornalística. O Vitória imiscui-se na luta pela liderança, jogando actualmente com 6-7 jogadores nacionais na sua equipa principal, sendo uma grande parte deles oriunda da nossa formação e quase todos da equipa B. O Benfica joga com apenas 1 jogador português e o FCPorto quase sempre sem nenhum. Pois apesar disso, ainda há bem pouco tempo se viu na televisão um programa sobre a formação no futebol, em que conseguiram estar a falar quase duas horas apenas dos três estarolas, não dispensando uma palavra que fosse ao clube que, a par do Sporting, melhor trabalha nesse aspecto – o Vitória. Mas quando o Benfica, por uma única vez e numa partida menos exigente, utilizou meia dúzia de jogadores nacionais, logo esse facto serviu para se encherem capas de jornais e dezenas de páginas interiores, tecendo-se os maiores encómios à alegadamente renascida formação Benfiquista. Como se por ventura uma andorinha fosse capaz de fazer a Primavera.

A luta é inglória, e é lamentável que no Vitória, a única voz que se faz ouvir seja a do treinador. Em primeira instância não era a ele que deveria competir a defesa do clube.

Mas ainda voltando à questão da liderança do campeonato, a verdade é só uma... para toda a Comunicação Social, os 3 estarolas continuarão a ser os únicos a correr nessa luta.

A visão dos pasquineiros...

Por mais imiscuído que esteja o Vitória, para eles e para o Sistema, haveremos de continuar a ser... o Corredor Invisível. E se o tempo não se encarregar de nos afastar dessa luta, há-de ser o Sistema a fazê-lo. Afinal, para que servem as Comissões de Arbitragem e de Disciplina, senão para isso mesmo?...

 

José Rialtoblogue DEPOIS FALAMOS

 

 

 



publicado por Miguel Salazar às 01:36
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Quarta-feira, 10 de Julho de 2013
Mais águias do que perdizes...

Em Guimarães caçam-se mais águias do que perdizes.

No Salão de Caça do Castelo, os troféus mais recentes são um reflexo disso mesmo...

 

(cartoon publicado no blogue Depois Falamos)



publicado por Miguel Salazar às 19:19
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Terça-feira, 4 de Junho de 2013
Jasus contra Jesus…

Em plena mata do Jamor, o embate entre Jasus e Jesus, o do Inferno contra o do Paraíso, estava iminente. José Rialto conseguiu conversar com ambos, momentos antes do início do confronto…

 

José Rialto – Boa tarde, Jorge Jesus.

Mister Jasus – Ba tarde.

JR – Como prefere que o trate? Por Jorge Jesus, por Mister ou por outro nome?

MJ – Olhe, alguns amigos meus tratam-me por "chiclas", e os mais chegados, com'ó Manel Machado, chamam-me “cretino”, mas eu prefiro "Mister Jasus"…

JR – Muito bem. "Mister Jasus"... antes da pergunta do momento, satisfaça-nos uma pequena curiosidade. Afinal qual é a verdadeira cor do seu cabelo? Parece estar sempre a mudar…

MJ – Vareia c’a minha disposição. É sempre os brancos-sujos. O branco-sujo clássico ou o cinza-cimento, mas tam'ém pode ser o beije-cocó dos doentes da figadeira, o amarelo-vómito dos enjoados ou o branco-verdete dos invejosos. Vareia c'o tipo d’enjôo que têramos na altura.

JR – Muito bem. Mas vamos então ao essencial. Em relação ao seu adversário, o Douglas de Jesus, não tem receio que ele o possa vencer?

MJ – Não s'acardite nisso. Eu até admiro o homem, 'tá a ver? Vou pedir para ele m'agrafar uma camisola e tudo, mas a gente não temos medo dele. A nível de cá dentro nós não têramos medo de ninguém, e mesmo em termos de lá de fora, seja o Unaite, o Newcasten, ou até o Chelsia, também não. Co’esse anjinho é favas contadas. No mínimo vai ser cincazero. Partantos, nós têramos tanto medo dele como têramos da chuva do ano passado.

JR – E você, Douglas de Jesus, lá no Paraíso o que esperam deste embate com o seu homónimo do Inferno?

Douglas de Jesus – Lá em cima, a galera espera que o jogo seja jogado com correcção, com muito fair-play e que vença aquele que for realmente o melhor. A galera espera que o Jorge Sousa seja imparcial e justo. Se calhar não vai ser possível, se levarmos em consideração tudo aquilo que se tem passado esta temporada… 

 

Depois do jogo, e da conquista da 1ª Taça de Portugal pelo Vitória, Douglas de Jesus estava em êxtase, grato a Deus, ao clube, aos colegas e aos incansáveis adeptos. De tão emocionado que estava, nem foi capaz de verbalizar o que lhe ia na alma.

O estado anímico de Jasus era bem diferente. Onde antes havia sobranceria e arrogância, agora restava apenas desalento, sofrimento e muitas lágrimas. Derrotado pela terceira vez em menos de 3 semanas, foi já de joelhos que conversou com José Rialto, bem à frente de um dos que anteriormente tanto havia menosprezado...


JR - Mas afinal o que é que vos aconteceu, Mister Jasus? Esqueceram-se de mudar o chip?

MJ - Pois, ess'é que foi o nosso porblema. Partantos, mudáramos tantas vezes que hoje ficámos todos baralhados.

JR - Como assim?

MJ - Olhe, ninguém meteu o chip que devia de ter metido. Dois ou três jogadores meteram chips da equipa B, e houve um que nem chegou a meter chip nenhum. A maior parte meteu chips das claques...

JR - Ah, então foi por isso que eles mostraram tanta falta de fair-play. Não cumprimentaram o Presidente da República e foram-se embora sem sequer esperar que o Vitória recebesse as medalhas e a Taça...

MJ - Claros! Olhe, o Óscar (Cardozo), por exemplos, meteu um chip dos No Name Boys da Cova da Moura. Estava todo janado. Até eu m'atrapalhei todo. Enfiei a chicla na cabeça e andei o jogo todo a mascar o chip. Parti os dentes todos...

JR - E agora que perderam as 3 taças, e já nem a Super-Taça vão poder jogar, o que vão fazer?

MJ - Agora, há que alevantar o melão, quer dizer... a cabeça, e começáramos a pensar já nas 2 próximas taças...

JR - Duas próximas taças??? Mas quais?...

MJ - As taças do Troféu Guadiana e da Eusébio Cup. No Benfica sêramos assim: sempre nas grandes finais, sempre nas grandes decisões...

 

José Rialto



publicado por Miguel Salazar às 23:14
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Sábado, 9 de Outubro de 2010
Dom Quixote de la Mancha...

No início do século XVII, o castelhano Miguel de Cervantes Saavedra escreveu aquela que é hoje considerada como sendo a sua obra mais emblemática, com o título original de El ingenioso hidalgo don Quixote de la Mancha.

Don Quijote de la Mancha, como se tornou mais célebre, era ainda conhecido pelo Cavaleiro da Triste Figura.

 

O protagonista desta história é Dom Quixote, um pequeno fidalgo castelhano que perdeu a sua sanidade mental depois de ter lido demasiados romances de cavalaria.

A partir de determinada altura, a sua insanidade acabou por o levar a convencer-se de que seria mesmo um dos heróis desses romances épicos de que tanto gostava.

Dom Quixote, tinha como seu fiel amigo e companheiro, Sancho Panza, que é definido por Miguel de Cervantes como sendo um “homem de bem, mas de pouco sal na moleirinha”.

Dom Quixote, sempre acompanhado pelo seu escudeiro, resolveu então partir à aventura, enfrentando inimigos que apenas existiam na sua imaginação perturbada.

Apesar de se tratar de meros moinhos de vento, Dom Quixote conseguia ver em cada um os seus rivais e inimigos, numa enorme e permanente alucinação.

 

Desde então, e até aos dias de hoje, muitas representações já foram feitas a partir da história de Dom Quixote e Sancho Pança.

As mais recentes, em Portugal, tiveram as suas estreias em Guimarães, no estádio Dom Afonso Henriques.

A primeira esteve a cargo de uma companhia de teatro de Lisboa, e teve como principais protagonistas dois artistas muito engraçados – Luís Filipe Vieira e Jorge Jesus.

Neste último fim-de-semana, foi a vez de uma outra companhia (esta do Porto) apresentar nos principais papéis, Jorge Nuno Pinto da Costa e André Villas-Boas, o primeiro já há muito reconhecido como sendo um dos maiores talentos da “stand-up comedy” nacional, e o segundo que surge agora como uma enorme revelação – um verdadeiro talento emergente.

Uma característica comum a estes quatro artistas é o empenho e a dedicação que cada um tem posto nas suas representações. Uma outra, é a predilecção de todos pelo papel de Dom Quixote, o que tem feito com que se tenham revezado na interpretação do Cavaleiro da Triste Figura.

As apresentações das duas companhias de teatro foram de elevadíssima qualidade, o que não tem permitido que haja um verdadeiro consenso sobre qual das duas terá sido a melhor e mais bem conseguida.

Não há consenso sobre a melhor apresentação, nem tão pouco sobre o melhor artista.

Sendo a alucinação e o afastamento da realidade, a principal característica da personagem de Dom Quixote, não é possível apontar qual dos quatro tem sido o melhor actor, dada a excelência do desempenho de cada um.

O problema mais preocupante é que, em todos os casos, os artistas nunca mais conseguiram deixar de representar o papel de Dom Quixote, desde que o mesmo lhes coube em cena.

Aquilo que hoje mais se teme é que a experiência da interiorização da personagem tenha sido tão intensa que, tal como Dom Quixote, já não sejam capazes de distinguir mais aquilo que é a realidade daquilo que é apenas ficção…

 

E depois, no meio de todo este cenário quixotesco, continua impávido e sereno o nosso Manuel Machado que, ignorando os quatro Cavaleiros das Tristes Figuras, lá vai levando a água ao seu moinho...

 

José Rialto

 

post scriptum

Moinho que, sendo o nosso, cada vez assusta mais estes Cavaleiros das Tristes Figuras !

 

(cartoon publicado no Dom Afonso Henriques e no Depois Falamos)

 



publicado por Miguel Salazar às 01:13
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Sábado, 11 de Setembro de 2010
o Calimero...

Jorge CalimeroMas é uma injuuuuustiça, pois éééééé… – disse, a soluçar - É sempre a mesma coisa. Abusam porque sou pequenino.

JornaleiroMas porque é que estás tão choroso, Jorge Calimero? Ninguém te fez mal, pois não?

JC – Fez, feeeeez – disse, começando a chorar –… aquele gajo de amarelo, com o apiiiiiiito…

JMas o que é que ele te fez?

JCAquele filho da $%#$ fez-me mal. Já não é meu amiiiiiigooooooo – balbuciou, cabisbaixo e de beicinho.

JÓ Calimero, mas eu estive a ver bem, e ele não te fez mal nenhum…

JC Fez, fez, porque no ano passado ele 'tava sempre a ajudar-me, e este ano já não ajuda. Ele já não me liga nenhuuuuuuuma – disse, voltando a chorar, agora convulsivamente –… ele já não gosta mais de miiiiiiiiiiiim…

JÓ Calimero, mas sabes que ele não tem de ser teu amigo. Ele tem é de ser amigo de todos.

JCMas é uma injuuustiçaaa, pois é… porque assim é muito mais difícil ganhar os jogos… ele nem sequer expulsou nenhum deeeeeeeles…

JMas se eles não fizeram nada…

JC – Expulsava-os na mesma. O presidente diz que o que interessa é termos gajos nossos bem colocados… e portantos, os nossos gajos do apito tinham de ajudar… eles prometeeeeeeraaaaaaam…

JQue ricas coisas que o teu presidente ensina lá no estádio da Luz.

JC – Mas nós já não temos um estádio… temos é um galinheeeeeiiiiiiro – rompendo de novo em lágrimas.

JGalinheiro? Mas então aquilo não é o ninho da águia?

JCNão, não éééé! – disse, a soluçar – Eu sou um pintainho, o guarda-redes é um frango, o presidente gosta de cantar de galo, e o que mais p'ra lá há são galos a querer o poleiro dele. O gajo que manda no futebol parece um peru, e até já arranjamos uma galinha choca a quem chamamos “Vitória”. Então, o que é que você quer chamar a isto? Um ninho de águia ou um galinheiro?...

 

José Rialto

 

(NDR: para quem nunca chegou a conhecer os desenhos animados do Calimero, poderá vê-lo aqui)



publicado por Miguel Salazar às 22:05
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Quarta-feira, 3 de Fevereiro de 2010
A inevitabilidade do plano inclinado...

 

 

 

É absolutamente inevitável! O Benfica, este ano, vai ter de ser mesmo campeão.

Não vencerá a Taça de Portugal, poderá até nem vencer a da Liga, mas terá de vencer o Campeonato. Doa a quem doer. E vai vencer porque o seu futuro depende do acesso à Liga dos Campeões. Por isso é que é inevitável que os campos por onde o Benfica vai passando sejam tão inclinados. 

O Benfica vai continuar a vencer, não porque seja melhor do que os outros, mas apenas porque os seus "amigos" não lhe falham, sempre que a equipa não consegue provar em campo essa alegada superioridade. O que é mais curioso e surpreendente é que uma equipa que dizem ser tão melhor do que todas as outras, precise tão frequentemente da mãozinha dos tais “amigos”.

E já ninguém tem vergonha que isso se torne cada vez mais evidente.

É que já não é um árbitro nem dois. Pedro Proença, Olegário Benquerença, Lucílio Baptista, Elmano Santos, e mais, muitos mais, todos eles parecem afinar pelo mesmo diapasão. A falta de vergonha já é tão grande que até o seu patrão já reconhece a parcialidade dos juízes. Só lhe faltou mesmo dizer qual a cor desse instrumento de afinação. Não que disso precisássemos, porque já todos o sabemos. Era só mesmo por uma questão de passar a ser oficial a imundície em que se transformou o futebol, e o desporto, em Portugal, que infelizmente mais não é do que o reflexo da sociedade corrupta e apodrecida em que vivemos.

Este jogo com o Vitória, foi apenas mais um capítulo dessa telenovela com final já escrito.

Depois da impunidade com que passaram as agressões sem bola, de Luisão no jogo com o Nacional, e de Aimar na última partida contra o Vitória, qual poderá ser a surpresa de ver Javi Garcia ser poupado à expulsão directa, pela agressão a Valdomiro, dentro da grande área e no centro da jogada. Foi apenas mais uma agressão que o árbitro não conseguiu ver, ou melhor, que conseguiu não ver, o que em boa verdade é ainda mais difícil. Nem ele, nem os seus auxiliares. Pudera! Se assim não fosse, teria de expulsar o espanhol e marcar uma grande penalidade contra o Benfica, ainda na primeira parte. Enfim, seriam contrariedades a mais para uma equipa que acabara de ver o Vitória empatar o jogo. Contrariedades que o tal "sistema" não lhe perdoaria. Mais valia fingir que não tinham visto, deverão ter pensado Elmano e seus cúmplices. Claro que alguns haverão de lhes apontar o dedo, mas serão muitos mais aqueles que conseguirão justificar o injustificável, e que lhes agradecerão o gesto. Esse gesto e outros, igualmente evidentes mas quiçá um pouco mais subtis, como são os da permanente dualidade de critérios. Só mesmo nós, os idealistas e os ingénuos, é que ainda acreditamos que o crime não compensa. Claro que compensa. Depende é de quem beneficia com ele...

Com a aproximação do final do campeonato, vencer o Benfica será cada vez mais difícil.

O plano está cada vez mais inclinado…

                                                                               José Rialto

(cartoon publicado no sítio da Associação Vitória Sempre e no Depois Falamos)



publicado por Miguel Salazar às 23:57
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Quarta-feira, 25 de Novembro de 2009
Novas Oportunidades... para estrangeiros...

Paulo Sérgio começou como aluno, na Aula Magna de Coimbra, para agora surgir já como professor no programa das “Novas Oportunidades”… para estrangeiros. Há uma semana teve uma turma de Marroquinos, agora uma de Mouros. De aluno a Mestre, foram apenas necessários cinco dias.

Com o seu ajudante Gustavo a segurar na mão o balão em que se transformou o Mouro, Mestre Paulo demorou uma hora e meia a explicar como é possível vencer na vida sem se ser rico, sem se ter a ajuda dos inspectores ou a cumplicidade dos aprendizes de jornaleiros de parede.

O problema era o ajudante Gustavo, que não parava de perguntar ao seu Mestre se já podia dar uso ao seu alfinete, interrompendo a aula uma e outra vez. Só sossegou aos 25 minutos, quando finalmente teve a tão ansiada permissão. Aliviado pela alfinetada que pôde dar no rabo do insuflado Mouro, que entretanto se esvaziava por completo, Gustavo não mais interrompeu a aula, que a partir de então apenas era perturbada pelas lamentações de alguém que, fora da sala, dizia soluçando “Mas porque é que ninguém... efectivamente respeita os protocóis?”.

Com tantas interrupções, estava visto que os inspectores iam mesmo obrigar o Mestre a prolongar a sua aula. Não que tivessem a esperança de que o antes insuflado Mouro conseguisse disso ter alguma vantagem imediata. A única esperança que tinham era que destes ensinamentos pudesse tirar algum proveito para os testes intermédios da semana seguinte na escola de Alvalade.

A aula foi muito boa! Melhor do que uma Aula Magna. Foi uma autêntica Lição Magistral. Pode ser que o Mouro tenha aprendido qualquer coisinha...”, comentavam, com mais esperança do que convicção, os inspectores entre si…

José Rialto

(cartoon publicado no sítio da Associação Vitória Sempre e no blogue Depois Falamos)



publicado por Miguel Salazar às 22:50
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Quinta-feira, 1 de Maio de 2008
o Mouro é que vai pagar...

 

 

 

Depois de ter sido queimado pela chama do Dragão, ao perder em casa por 0-5, Manuel Cajuda prepara-se para descarregar toda a sua fúria nos mouros de Belém, aqui representados pelo temeroso Jorge Jesus...

 



publicado por Miguel Salazar às 20:33
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Sábado, 7 de Janeiro de 1978
Todas as caricaturas de Jorge Jesus...

Jorge Jesus fez a sua formação no Estrela da Amadora e no Sporting.

Iniciou a sua carreira profissional no Peniche. Depois, passou pelo Olhanense, Sporting, Belenenses, Riopele, Juventude de Évora, União de Leiria, Vitória de Setúbal, Farense, Estrela da Amadora, Benfica e Castelo Branco, e terminou a sua carreira ao serviço do Almancilense.

Como treinador, orientou as equipas do Amora, Felgueiras, Estrela da Amadora, Vitória de Setúbal, Vitória, Moreirense, União de Leiria, Belenenses, Sporting de Braga e Benfica...

Para ver todas as caricaturas de Jorge Jesus, seleccione o seu nome no final da linha de "tags" deste artigo...



publicado por Miguel Salazar às 20:17
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