Emílio Macedo – Então, Valdomiro, passaste-te?
Valdomiro – Pô, presidente, eu estava só defendendo os meus direitos. Eu só disse a verdade…
EM – Isto não se trata efectivamente de estar ou não estar a dizer a verdade. Portanto, aquilo que efectivamente está em causa é que tu não podes dizer estas coisas para a Comunicação Social, sem estar efectivamente autorizado por mim. Porque senão, as pessoas ficam a pensar que o Vitória é um clube no qual não tem uma hierarquia de comando.
V – Mas presidente, você quer ficar com a grana toda, e eu tenho direito à metade…
EM – Ó Valdomiro, portanto tu tinhas era de ter ficado calado. Fazias efectivamente como eu faço, que raramente falo, portanto só mesmo quando sou obrigado, e aí…
V – Você mente, doutô??? (disse, incrédulo)
EM – Não, Valdomiro! Aquilo que eu faço efectivamente é, portanto, contornar a verdade, por assim dizer. Sabes que os sócios querem sempre efectivamente acreditar naquilo que se lhes diz e, portanto, nós só temos é de efectivamente aproveitar. Foi o meu amigo Luís Filipe quem efectivamente me explicou isto. Os sócios é que efectivamente pensam que os protocóis não servem para nada. E isso é que é efectivamente uma grande mentira…
V – Você está falando a sério mesmo? Ou está contornando a verdade?
EM – Claro que estou efectivamente a falar verdade. Quanto maior for a menti… desculpa, a verdade contornada, mais eles efectivamente acreditam.
V - …
EM – Se assim não fosse, como é que pensas que eu efectivamente ainda era Presidente?
V – Pois… mas o que eu quero mesmo é metade da grana!
EM – Ó homem, portanto tu ainda não percebeste, pois não? O Vitória tem efectivamente um líder, um chefe… que sou eu. E, portanto, para aprenderes a ficar efectivamente calado, ficas de castigo em tua casa até aprenderes. Percebeste?
V -…
EM – Porque, portanto, quem efectivamente manda no Vitória... sou eu!...
José Rialto
(cartoon publicado na Voz do Berço e no Depois Falamos)
Escalar aquela parede não era tarefa fácil para ninguém, mas o objectivo Europa estava lá em cima, no topo da escarpa.
A escalada, para nós, era muito mais difícil do que para os nossos concorrentes. Para Nacional e Marítimo, apesar do atraso considerável, apenas havia que vencer a lei da gravidade.
E esta lei de Newton era o menor dos problemas do Vitória. A nossa luta era muito mais árdua. A nossa luta era ainda com outras leis, implacáveis, como as de Vítor Pereira e as de Hermínio Loureiro. E contra estas leis, as do tal Sistema, o esforço teria de ser titânico, de forma a sobreviver a chuvas torrenciais de cartões, castigos cirúrgicos e trapaças branqueadas. Em boa verdade, o nosso lastro era muito maior do que o dos nossos concorrentes, pesava-nos mais, e tolhia-nos os movimentos…
Mas apesar de todas essas contrariedades, o Vitória até já tinha uma mão no lado de cima da escarpa, e cedo haveria de lá conseguir colocar a outra, com aquele golaço de Valdomiro.
Quando já só faltava mesmo pôr-se de pé, naquele patamar que já há muito deveria ser nosso por direito, os vitorianos foram confrontados com algo inimaginável e inacreditável – aquele que todos pensavam ser o seu líder e timoneiro, acabava de os abandonar, vendendo a alma ao diabo.
A sua ambição cegara-o, e a alma tinha sido apenas o preço necessário para a satisfazer.
O “desalmado” ali estava, ao lado dos seus pares, com a camisola que lhe custara tão alto preço. Provavelmente, nem seria razoável esperar mais de alguém que nunca foi capaz de ultrapassar o estigma do boné que parece não conseguir largar.
Abandonados pelo “seu” timoneiro, no momento em que mais precisaram dele, os jogadores vitorianos acabaram mesmo por claudicar.
Não foi o Marítimo que os venceu. Foi aquele lastro e a enorme desilusão.
Em suma, foi o nosso final anunciado…
José Rialto
(cartoon publicado no Depois Falamos e no sítio da Associação Vitória Sempre)
Em Guimarães, está a crescer uma tradição digna da real dimensão social do nosso clube, mas que ainda não é proporcional aos seus resultados desportivos. Começa a ser tradição que os nossos adversários venham ao Dom Afonso Henriques com a única intenção de não perder, e que depois, se as coisas lhes forem correndo de feição, tentem literalmente a sua sorte através de golpes de mão esporádicos. Foi assim neste jogo com o Leixões, como já o tinha sido com o Paços de Ferreira, e antes com o Vitória de Setúbal e o Sporting e até mesmo com o tão propalado fenomenal e invencível Benfica. Todos eles, Benfica incluído, com mais medo de perder do que propriamente com vontade assumida de ganhar.
E é este o novo desafio do Vitória: conseguir ultrapassar estas muralhas defensivas, autocarros e camiões TIR que, em Guimarães, as equipas vão construindo ou estacionando à frente das suas balizas.
Na Idade Antiga, no tempo dos Assírios, o problema resolveu-se com a invenção do aríete. Esta máquina de guerra tremendamente eficaz, era usada para derrubar obstáculos de outro modo intransponíveis, fossem eles portões blindados ou muralhas maciças e inultrapassáveis.
Num Vitória, esta época sem pontas-de-lança dignos desse nome, com médios com fama de franco-atiradores mas que não conseguem acertar com um único remate na baliza, e com um dos ataques menos produtivos da Liga, as dificuldades de concretização vão-se eternizando, com avalanches recorrentes de oportunidades desperdiçadas e de pontos perdidos.
Não sei se foi isso que o Vitória procurou, mas foi seguramente isso que encontrou em Valdomiro – um autêntico aríete. Valdomiro tem sido a máquina de guerra que tem conseguido fazer aquilo que deveria ser feito pelos nossos supostos pontas-de-lança e médios franco-atiradores.
Com Valdomiro, reinventou-se o aríete...
José Rialto
(cartoon publicado no sítio da Associação Vitória Sempre)
Valdomiro iniciou a sua carreira no Bahia (Brasil), onde jogou durante 11 épocas consecutivas.
Antes de vir para Portugal, representou o Flamengo, o Santo André e o Palmeiras.
Em 2006/2007 veio defender as cores da União de Leiria e, depois, do Trofense.
Passou pelo Al-Wasl (Emirados Árabes Unidos) até chegar a Guimarães (2009/2010), onde jogou ao serviço do Vitória durante pouco mais de uma época.
Em 2010 muda-se para Setúbal, e mais tarde para o Samsunspor (Turquia).
Em 2012 regressa ao Brasil para representar a Portuguesa de Desportos, e em 2015 assina pelos japoneses do Kashiwa Reysol.
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