"Artista, professor e homem, foi um carácter monolítico a circular por caminhos deste mundo, com o seu gigantismo e seu chapeirão braguês. A altura ocultou-lhe as baixezas da vida e a aba do chapeirão defendeu-lhe os olhos de fáceis deslumbramentos."
Fidelino Figueiredo (1964)
Abel de Vasconcelos Cardozo nasceu em Guimarães, a 10 de Fevereiro de 1877.
Notabilizou-se na pintura, sendo autor dos mais belos retratos a óleo das personalidades vimaranenses do seu tempo.
Grande parte deste espólio pode ser visto na Sociedade Martins Sarmento.
Fez o curso de Pintura, Escultura e Arquitectura na Escola de Belas-Artes do Porto, onde foi discípulo de Marques de Oliveira, João Correia, Marques Guimarães e António Sardinha.
Em 1896 foi estudar para Paris, tendo sido admitido, por concurso, na École Nationale de Beaux Arts. Aí se veio a tornar discípulo de Jean-Léon Gérôme, depois de um estágio na Académie Julien, onde teve como Mestres os pintores Benjamin Costant e Jean-Paul Laurens. Foi colega de outro notável pintor português - António Carneiro.
A falta de meios para se poder manter no meio parisiense levou-o, em 1898, a tentar a sua sorte no Brasil. A sua aventura em terras de Vera Cruz terminou de forma abrupta, no final desse mesmo ano, vítima que foi de uma grave doença. Regressou a Guimarães, onde abriu um curso particular de Desenho e Pintura, e onde continuou a trabalhar como retratista e paisagista.
Em 1904 foi admitido como Professor provisório da Escola Industrial da cidade, onde se viria a efectivar no ano de 1908. Mais tarde, viria a ser seu Director durante 16 anos.
Entre 1900 e 1926 acumulou, por várias vezes, o lugar de Professor da Cadeira de Desenho do Liceu de “Martins Sarmento”, em Guimarães.
Em 1931 transitou, a seu pedido, para a Escola de “Afonso Domingues” (Lisboa), onde se manteve até a sua aposentação, em 1947.
Passou os últimos anos da sua vida na casa que possuía na aldeia de S. Martinho de Gondomar, próxima do Rio Ave.
Abel Cardozo conquistou vários prémios ao longo da sua vida. Recebeu a 1.ª Menção Honrosa na Cadeira de Desenho Histórico da Escola de Belas Artes do Porto, foi o vencedor do Concurso da mesma Escola ao Prémio "Soares dos Reis" (prémio pecuniário de Arquitectura Civil), e foi galardoado com uma Menção Honrosa e uma Medalha de Bronze, pela Sociedade Nacional de Belas Artes, de Lisboa.
Abel Cardozo expôs as suas obras no Átrio da Misericórdia (Porto, 1923), no Salão Bobone (Lisboa, 1924), no Porto (1925), na Sociedade Martins Sarmento (Guimarães, 1926) e na Sociedade Nacional de Belas Artes (Lisboa, 1932).
Tem a sua obra espalhada pelo país, quer em colecções particulares, quer em museus como o Museu Malhoa (Caldas da Raínha), o Museu Municipal da Figueira da Foz, o Museu da Sociedade Martins Sarmento (Guimarães), ou o Museu de Arte Contemporânea (Chiado, Lisboa). Existem ainda obras suas nas principais instituições de solidariedade da cidade de Guimarães (Santa Casa da Misericórdia, Real Irmandade de Nossa Senhora da Consolação e Santos Passos, e Venerável Ordem Terceira de São Francisco).
Foi sócio efectivo da Sociedade Martins Sarmento desde o ano de 1905, e Sócio Honorário a partir de 1957, como reconhecimento pelos valiosos serviços prestados até então, contribuindo para o enriquecimento da Secção de Arte Moderna e Contemporânea, fundada em 1936 no Museu desta instituição cultural.
Abel Cardozo morreu no dia 16 de Maio de 1964, quando estava internado num quarto particular do Hospital da Misericórdia de Guimarães.
O seu corpo encontra-se sepultado no Cemitério da Atouguia.
Fernão Rinada
Fontes de pesquisa:
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